10.6.10

DO LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA - MEDIUNIDADE

MEDIUNIDADE

Podemos compreender por mediunidade certas faculdades que, independente da sua vontade, possuem certas creaturas; manifesta-se por diferentes modos e meios, de acordo com a formação da creatura no estado embrionário; as suas faculdades ou qualidades estão subordinadas ao signo que a rege e sob cujos auspícios é o óvulo fecundado.
Muitas podem ser provenientes do karma da creatura, para que, beneficiada com esta espécie de mediunidade, possa melhor resgatar faltas ou praticar atos que, por desígnios superiores ou por determinação dos Senhores do Karma, tenham que ser cumpridos; neste estado não podemos determinar a mediunidade, pois faz parte do Karma e varia com as creaturas.
Das outras formas em que se podem apresentar, são principais as faculdades ou mediunidades INTUITIVAS, mediunidades ou médiuns MOTORES, médiuns CLARIVIDENTES e mediunidades de INCORPORAÇÃO.
Entre os médiuns Intuitivos é que se encontram aqueles comumente chamados: psicógrafos ou escreventes, ouvintes e auditivos, doutrinários, videntes, etc..
Médiuns Motores são aqueles que fornecem energia para realização de trabalhos de efeitos físicos; Clarividentes são os que têm a visão desses e de outros trabalhos em execução no astral; médiuns de Incorporação (a Incorporação poderá ser parcial ou total) são, entre outros, os que trabalham em Umbanda. Em Umbanda esses médiuns tomam uma designação figurada, que muito bem expressa o modo como se apresenta o aparelho em que deve incorporar a entidade ou espírito; são denominados “cavalo”.
Poderemos, neste assunto, ocupar grandes extensões, mas sem grande proveito, pois ao vosso alcance está poder melhor constatar e verificar as diversas faculdades que se manifestam.
Os Intuitivos têm os fluidos lançados parcialmente sobre a parte mental, podendo as entidades invisíveis estar próximas ou a grande distancia.
Poderá o sub-consciente, em muitos casos, atuar sobre a creatura lançando no seu Ovo Áurico a intuição, para precavê-la sobre o que possa de bom ou de mal acontecer, sem que isto seja mediunidade; constitui uma defesa própria da creatura, não havendo, neste caso, qualquer intervenção de entidade invisível.
Nos Intuitivos, em que as entidades invisíveis podem estar próximas ou a distância, a atuação fluídica se faz com domínio, em parte, da parte mental, e totalmente dos membros, para que possa, de modo absoluto e independente da vontade do físico do médium, ser ele movimentado para manifestação.
Na mediunidade de Incorporação em Umbanda, temos o domínio do aparelho lançando os fluidos sobre a parte nervosa que ocupa a coluna vertebral e afastando os elementos psíquicos do astral do médium, (cavalo) que, desta forma, pode ser melhor controlado pela entidade invisível.
Para sucesso desta mediunidade é preciso que o espírito do médium tenha certo grau de elevação, para que se possa dar o seu afastamento no astral, pois, em caso contrário, não seria de grande auxílio uma vez que, sendo empregados estes aparelhos no manejo do astral e consequentemente da magia, não seria conveniente que o seu próprio espírito observasse e constatasse os trabalhos do aparelho.
Muitas são as “nuances” que poderão estas mediunidades envolver, porém, seja qual for a modalidade que se apresentem, todas são mediunidade, dependendo, cada uma, unicamente da formação e constituição do organismo físico do médium.
O espírito que tomou forma humana e que produziu os fundamentos da doutrina cristã, usou da mediunidade e dos grandes conhecimentos mágicos que possuía; nada mais foi que um mago, um grande mago da magia.
Dado o seu estado, que determina o sucesso dos efeitos que possa produzir, o médium em si carrega grande responsabilidade em todos os trabalhos e usos de sua faculdade.
Deverá procurar limpar-se das nódoas que mancham e embrutecem o seu espírito, sempre humilde e confiante, afastando-se das futilidades da vida nefanda em troca das belezas e virtudes dos planos superiores da vida espiritual, duma vida sublime que empolga e inebria as creaturas, buscando, se preciso for com o próprio sacrifício, auxiliar ao próximo com bondade e sem desejo de autoridade, como se fosse dono das faculdades de que é portador.
Se saboreamos o vinho doce, que produz em nossa mente embalo e elevação, nada pode, de forma alguma, haver com seu recipiente; queremos ao vinho, queremos ao nectar, pois o seu vaso pouco se nos importa; pelo que vedes, o médium é apenas o vaso, sendo o vinho a centelha do amor Divino – o espírito; de forma alguma o recipiente será senhor absoluto do seu conteúdo, mas sim e tão somente o elemento para que possamos sorver o delicioso néctar.
Na pálida explicação, sem nenhuma retórica figurada, vos mostro claro, de forma palpável, o que é o médium; não pode ele, de forma alguma, ser o proprietário da faculdade, mas sim e unicamente, o vínculo para estabelecermos contato, chegarmos aos vossos sentidos e trazermos os nossos pensamentos, a nossa contribuição à vossa evolução.
Muito mais poderia vos falar neste assunto, mas tudo seguirá firme e reto se a vossa mente e sentimentos forem sãos e cheios de sadia honestidade; basta que – daí de graça o que de graça recebeis – e que atenteis firmemente nas sábias palavras do espírito que se fez carne e se chamava Jesus de Nazareth, o mártir da cruz.

OS MÉDIUNS

As creaturas portadoras da faculdade sublime que se diz mediunidade são denominadas – Médium -.
O modo como se apresentam essas faculdades aos médiuns são muito variados; conforme a natureza do organismo, assim será a faculdade de que poderá ser dotado o Médium.
A estas creaturas cabe a tarefa ou missão de servir a todos que de sua faculdade procuram fazer uso; de forma alguma deve ser objeto de mau uso, pois daí poderá advir conseqüências desagradáveis, sobretudo ao possuidor da faculdade; não deve também ser objeto de curiosidade, distração, divertimento a vossa ancia de gozos para os sentidos do organismo físico e sim constituir o motivo para a prática simples e desinteressada do bem, da caridade e da justiça, buscando nas palavras dos amigos do Além o conforto às vicissitudes da vida ingrata, cheia de desilusões do plano térreo, para que, assim orientados, possam, ao partirem para os planos superiores, melhor se desvencilhar das coisas que não mais os podem tentar; é o meio para preparardes o vosso espírito para a vida nos planos superiores.
As recompensas que poderão advir desta faculdade somente será a elevação do espírito; em hipótese alguma o Médium terá pagas materiais para usofruto da sua matéria; quando isto fizer, sua faculdade terá rolado por terra, sem alcançar o fim desejado.
Vender o que não é sua propriedade?
Como é possível negociar a custa dos amigos dedicados que cercam estes indivíduos?
Não!
O Médium terá que Ter o desprendimento das coisas terrenas; deve procurar viver uma vida tranqüila, buscando, no sossego e retiro, o conforto e o lenitivo para as suas dificuldades e sacrifícios na vida material; deve procurar sempre o contato daqueles que indagam das coisas Divinas, da verdadeira vida, da vida da luz, da música, do canto, da harmonia do espírito, que o Justo reserva à todos os seus filhos.




DOS MÉDIUNS EM UMBANDA


Os Médiuns em Umbanda tomam uma denominação figurada que, muito embora vos pareça rude, bem traduz seu significado.
De todas as mediunidades é a que exige de seu portador maior devoção e sacrifício, pois Umbanda é renúncia, abnegação, humildade e desprendimento das futilidades do vosso mundo terreno.
É, de todos, o que conduz maior carga, maior peso; sua responsabilidade indubitavelmente é bastante grande; seu desprendimento das coisas materiais tem que ser enorme para que, com o uso dessa faculdade e conseqüente facilidade de manejo das forças ocultas, não venha, por tentação, cair em graves faltas e erros. Muitos já são os que rolam no lodaçal das trevas; o abuso desmedido, incomensurável, dos poderes que estavam ao seu alcance os lançaram nas intempéries e vicissitudes da estrada escabrosa do erro.
Seus sentimentos deverão ser nobres e altruistas, olhando mais ao próximo que a si mesmo, pois a sabedoria do Pai é grande.
Quem muito pede também dá; do vosso sacrifício haverá fruto; tereis o conforto do espírito e as belezas do Além; vossa visão se abrirá descortinando novos horizontes, onde os sentidos se confundem das grandezas que sentem.
Quando trabalham estes médiuns (cavalos) de Umbanda, mistér se torna a presença de um complemento para que o sirva e o auxilie; é o CAMBONE.
O Cambone nada mais é que um médium inconsciente, que muitas vezes realiza trabalhos sob a inspiração e influência da entidade dirigente do médium.
Sôbre estes cambones peza também grande parte da responsabilidade, pois, em vista da ausência do consciente do Médium, o cérebro que dirige, que pensa, que realiza é o do seu complemento, o do seu Cambone.
(Devido a esta inconsciência mediúnica, muitas vezes ouve-se um Pai chamar ao Cambone – Burro -, que quer dizer, ignorante do que realiza espiritualmente.)
Em muitos trabalhos, auxilia fornecendo energia física para manter o Médium e facilitar a realização dos mesmos; é o elemento em que se firma a entidade espiritual para o sucesso da incorporação.
Como vedes, cabe também a esta creatura conduzir-se de forma reta e salutar, para ser um elemento útil e aproveitável; sua aura deve apresentar-se limpa para poder ser propícia aos trabalhos.
Podiamos ainda considerar, diante das muitas e variadas modalidades de creaturas, novos médiuns de Umbanda, porém, para facilitar o início dos vossos conhecimentos, vamos deixar à vossa argúcia reconhece-los, no prosseguimento e através do que se dita, pela observação e melhor compreensão do assunto.
Tudo unicamente depende de vós; se a vossa terra for boa, a semente já vos foi dada; do arbusto verá o fruto e o seu sabor vos indicará sua qualidade.

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