26.12.10

A NOVA LUZ CRÍSTICA

Muito se fala em Cristo, mas infelizmente, muito poucos compreendem toda a filosofia espiritual que Ele transmitiu através do seu discípulo Jesus de Nazaré (na época), um fiel instrumento espiritual de seu Mestre, o Pai, o Cristo. Tentaram imprimir nas almas, mentes, consciências e sentimentos “a Mensagem Crística de Amor e do Reino de Deus dentro do ser humano”, mas este não soube compreender os seus ensinamentos.
A maravilhosa energia crística está além das palavras. Só a alma e o sentimento puro podem experimentar e vivenciar esta energia amorosa, semelhante à luz do sol que está constantemente se doando, sem jamais pedir alguma coisa em troca, senão Amor.
O trabalho do Senhor Cristo-Maitreya para a nova era aquariana, sempre esteve centralizado no despertar da – Luz do coração. Graças ao Seu trabalho, a humanidade hoje tem o chakra cardíaco muito desenvolvido e é neste chakra (centro de força) que a alma, através do seu sentimento, tem mais possibilidade de conduzir a existência humana e de transformar a personalidade.
Muitos estão esperando um novo Messias em “carne e osso”. Certamente chegará um tempo em que Ele surgirá, mas até lá, os seres humanos têm que sublimar seus corações, suas mentes e suas vidas. Como Alice Bailey diz em sua obra “O Reaparecimento do Cristo”: “Quando os corações dos homens estiverem ativos, neste momento terminará toda a atividade emocional do plexo solar. Esta é uma afirmação real, pois os corações que respondem ao chamado de Cristo, são os que o invocam hoje em dia. O agonizante ciclo emocional, pelo qual passou a humanidade durante os últimos cem anos, e a tensão emocional em que vivem hoje os homens, também desempenham sua parte, afim de ajudar a humanidade para que penetre no reino do pensar claramente. Isto marcará um ponto de inflexão de grande importância na história da humanidade e constituirá um dos resultados do futuro trabalho científico que o Cristo (se assim se pode chama-lo) realizará nos corações dos homens, pondo-os em relação com o coração de Deus”.
Aquele centro de energia no ser humano, que tem o nome de chackra umbilical, na região do plexo solar (controlava parte das atividades emocionais e psíquicas, por isso, o nível astral) está saindo fora de circulação. Um novo centro energético (chakra) está, há muito, sendo desenvolvido no homem. Este chackra recebeu o nome de coordenador, visto que coordenará as novas energias psíquicas que estão chegando à mente e ao cérebro da humanidade, tanto provenientes do chakra cardíaco como do coronário, na região da glândula pineal.
Este novo chackra está na região do quarto ventríluco, no cérebro, na raiz do cerebelo, tendo como ponto de apoio, no plano físico, o “plexo da coróide”. Neste chakra coordenador, está sendo desenvolvida a nova mente psíquica, que será orientada pela mente espiritual localizada no “eu superior” e controlada pela alma.
É de grande importância para o trabalho do Senhor Cristo-Maitreya, uma vez que Ele está enviando também as energias ígneas do Espírito Santo, conforme Ele disse em S.João 14:26: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Despertará primeiro os centros de força (chakras) superiores (do coração até o chakra coronário), depois os inferiores, e religará a humanidade ao Espírito de Verdade, o Consolador, o Espírito Santo, e assim conseguirá libertar, salvar e iluminar espiritualmente – todos aqueles que, de corpo, mente e alma, se entregarem à Nova Luz Crística Solar, para serem transformados em Novos Obreiros da Luz Maior.
A nova energia Crística é Trina. Ela despertará em todos os corações, mentes e almas que, com sinceridade e honestidade, entregarem-se à Luz. E como Ele o afirmou; “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á”.
Tendes que utilizar a chave que Ele deu que é pedir, buscar e bater. Buscar com o coração, não com a personalidade. É o sentimento puro, que tendes que buscar, é a alma que tem que pedir e a vossa consciência que tem que encontrar. Para estes e com estes – O Verbo Crístico – falará pela boca de seus Obreiros, em serviço no mundo terrestre. Ele estará convosco para sempre, em cada coração, em cada mente e em cada alma. E todos falarão a mesma linguagem, como foi dito: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”
Muitos falsos cristos já surgiram e muitos outros surgirão para enganar aqueles que não ouvirem a voz do silêncio do seu eu superior, que se recusarem a ouvir a voz da alma, que fala através do coração. Só aqueles que conduzirem as suas vidas humanas através do coração, do sentimento puro, e que consumarem a sua religação com o seu eu superior, ou seja, religarem o seu canal espiritual interno, que parte do coração, vai ao cérebro-mente, passa pela alma e chega ao Espírito, a Centelha Divina, o Deus em vós, apenas estes ouvirão a Nova Voz do Cristo Solar, e responderão ao seu chamado interno. Através deles, o Verbo Crístico surgirá através das energias do Espírito Santo que, unindo-se à Trindade Interna no ser humano, consolará todos aqueles que ainda andarem na escuridão de suas personalidades, de suas existências, todos aqueles que tiverem “fome de espírito e alma”, aqueles que buscam e não encontram, pedem e não recebem, querem bater às portas do “Templo do Espírito da Verdade” e não sabem onde esse portal se encontra, “portal para a eternidade” de si mesmo, para a descoberta do seu micro-universo, para se tornarem realizados e iluminados, espiritualmente livres.
Nunca um Grande Avatar manifesta-se duas vezes da mesma forma. E o Grande Avatar Buda-Maitreya (o Cristo), está trazendo os princípios da grande transformação espiritual que a humanidade e a Terra, como um todo, estão necessitando receber.
Independentemente das missões individuais e coletivas, aqueles que, em corpo físico e ou nos níveis mais sutis da evolução trabalham com a Hierarquia Oculta, estão em grande atividade preparando o advento do Senhor Cristo-Maitreya e das novas forças Crísticas que estão cada vez mais se manifestando na Terra.
Um grande grupo de obreiros, encarnados também para este fim, está desenvolvendo as condições espirituais mínimas na humanidade para que, o mais rápido possível, cada um desperte o Cristo Interno, como disse Alice Bailey na obra j´s citada: “O maior serviço que uma homem pode prestar a seus semelhantes é livrar-se, por si mesmo, do controle que exerce esse plano (humano), dirigindo as energias deste, mediante o poder do Cristo Interno”.
Um dos trabalhos mais difíceis deste “grupo de obreiros” é remover as idéias cristalizadas que estão nas mentes humanas, originárias das religiões moribundas que se prendem às interpretações das palavras e não à essência e à vivência, nem ao despertar da força do Cristo Interno em cada ser humano, concentrada no chakra cardíaco e na alma de todos.
O Cristo Interno é um estado de ser da alma, é um nível especial da consciência superior, através da qual podeis entrar em comunhão com a Grande Unidade Luminosa e manifestar esta unidade, tanto interna como externamente.
O surgimento da Nova Luz Crística está trazendo uma Grande Revolução da Consciência. Uma grande parte da humanidade está apática às coisas do espírito e da alma. A maioria das religiões, crenças, seitas e instituições místico-espiritualistas não está dando a sua contribuição para a expansão da consciência crística dentro de cada um. A confusão que provoca não permite que exista uma expansão real da compreensão, do sentimento e da alma, nem que novas capacidades mentais possam surgir no ser humano para auxilia-lo na religação entre coração-cérebro-mente-alma.
A desordem que existe, a confusão, que neste findar de ciclo está surgindo, contribui para que muitos percam a fé, mas, por outro lado, está conseguindo que outros encontrem o seu caminho interno, mesmo através das desilusões que os “velhos sistemas místicos” vêm provocando.
A enorme energia dentro do ser humano está despontando nos corações espirituais e nos santuários mentais, como o nascer de uma nova aurora, de um novo dia. Esta Luz Interna está surgindo no interior de todos aqueles que sinceramente a buscam. Muitos já sentem algo mas não conseguem ainda identificar o que seja, têm uma enorme sede de ensinamentos espirituais, mas desconhecem onde está a verdadeira fonte espiritual – e nós dizemos que esta fonte está dentro de vós e não depende de nenhuma religião ou instituição. Naqueles que realmente buscam a Nova Luz Crística, o Cristo Interno está despertando internamente. Muitos sentem e buscam uma sublimação, um desenvolvimento espiritual correto, mas não conseguem encontrar quem lhes ensine a trilhar o verdadeiro caminho que os conduza à fonte interna e externa da Sabedoria Divina. Tudo o que precisais, para a libertação e iluminação espirituais, está dentro de vós. Basta escutar a voz interna da alma, que vos fala através dos sentimentos puros e das intuições, (ambos no chakra cardíaco) e a voz do silêncio que também vos fala no interior do santuário mental, na região da glândula pineal, o chackra coronário. Estas são as vozes que tendes que buscar ouvir e sentir, a voz sem som que vem da alma e dos Mestres de Luz.
Através do despertar da Luz Interna da Alma e da sua manifestação ao serviço da humanidade, o Cristo Interno poderá surgir e exteriorizar-se, e assim todos serão seres libertos, salvos e iluminados pela Luz Divina do Grande Pai Criador.

7.9.1990

Obs.: É conhecido pelas ciências esotéricas como Cristo-Maitreya. Cristo no ocidente e Maitreya no oriente, o mesmo espírito a mesma alma, daí o conjunto dos dois nomes.

Buda: É um estado muito elevado de consciência. Literalmente quer dizer o iluminado. O mais alto grau de conhecimento da humanidade.

25.12.10

O REAPARECIMENTO DO CRISTO

“A apresentação da verdade religiosa, no passado, impediu o crescimento do espírito religioso. A teologia levou a humanidade às portas do desespero; a delicada flor da vida crística feneceu nos escuros meandros do pensamento humano. A fanática adesão às interpretações humanas ocupou o lugar do viver cristão. Milhões de livros têm obliterado as palavras viventes do Cristo; os argumentos e as discussões dos sacerdotes têm obscurecido a luz trazida por Buda. E o Amor de Deus, tal como o revelou a vida do Cristo, foi esquecido, ao mesmo tempo em que os homens discutiram sobre os significados, as frases e as palavras. Entretanto, os homens agonizando, morrendo de fome, sofrendo, pediam ajuda e ensinamento e, ao se verem não-satisfeitos, perderam a fé.”


Alice A. Bailey

AS NOVAS ORDENS MÍSTICAS

Olhando hoje o mundo místico-religioso-espiritualista, verifica-se a enorme confusão existente. Podemos dizer que existem crenças e filosofias místicas para todos os gostos, mas a maioria não leva a lado algum.
Baseadas em aspectos velhos, elaboradas exclusivamente pelas mentes humanas, elas estão deixando o ser humano cada vez mais confuso e, ao mesmo tempo em que provocam nuns uma busca constante para encontrarem seu próprio caminho espiritual, em outros, leva-os para uma apatia ou para o campo oposto, ou seja, o fanatismo.
Qualquer religião, crença, seita ou instituição místico-espiritualista, quando está alicerçada na verdade real, não pode levar o ser humano para os campos opostos, nem à apatia, muito menos ao fanatismo. Mas por quê?
Simplesmente porque a verdade real sempre conduz o ser humano para a sua libertação, e para chegar à libertação tem de passar pelo equilíbrio, fatalmente tem de passar pela harmonia.
Assim, quando os sistemas místico-religiosos vão para o fanatismo, ou permitem que seus seguidores sigam os caminhos dos opostos, é porque as verdades que ensinam são fruto da ilusão humana ou elas já estão mortas; por isso, não conseguem levar ninguém a lado algum.
O ser humano busca algo que ele próprio não sabe bem o que seja. Procura e não consegue encontrar esse algo que o leve realmente à sua realização interior, à expansão espiritual de seus sentimentos, mente, consciência e alma. Quando consegue encontrar aquilo que o leva à sua libertação espiritual, ou já gastou uma existência inteira ou teve a sorte de encontrar o seu verdadeiro caminho interior, aquele que o religa aos seus níveis mais sutis, à sua alma espiritual.
Toda esta aparente confusão ou esta babilônia de conhecimentos místico-esotéricos, que neste final de século começa a estar presente em todas as cidades do mundo, não passa de uma necessidade interior. Algo que realmente está despontando de dentro para fora no ser humano.
Muitos seres humanos começam a estar preparados para o surgimento das “Novas Ordens Místicas”, de caráter iniciático. Constituídas de cima para baixo (da alma para a matéria), suas energias e diretrizes vêm de dentro para fora.
Os corpos dos seres humanos no futuro serão os verdadeiros templos, onde cada uma será seu próprio sacerdote e oficiará ante os altares de seu coração, de sua mente, de sua consciência e de sua alma. Assim, como diz a Bíblia em Atos aos Apóstolos, 7:48: “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta”. E na Epístola aos Hebreus 7:17: “Tu és sacerdote eternamente segundo a Ordem Melquisedec”. O ser humano só terá de ouvir, seguir e servir o Deus-Pai Criador que está dentro dele, e não seguir por caminhos que não sabe aonde vão dar. O ser humano esqueceu os “mandamentos” dados no passado: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás”.
Quando as religiões começam a transgredir as suas próprias regras, passando por cima de determinadas leis ocultas, a humanidade começa a declinar: “Sempre que o Bem decai e o Mal prevalece, então Eu venho à existência para salvar os bons, destruir os maus e restabelecer a retidão. Eu torno a nascer através das idades”, palavras do Bhagavad Guita IV-7. E surge então a necessidade de restabelecer novos princípios espirituais, baseados na verdade real que conduz a humanidade para sua libertação, salvação e iluminação espiritual.
Um grande grupo de servidores do mundo (os Obreiros) está encarnado para restabelecer novamente na Terra as “Novas Ordens Místicas”: Elas originalmente serão oito, sete relacionadas com os departamentos dos sete raios e dirigidas pelos Mestres de Luz ou Ascencionados dos respectivos raios, com as características dos sete aspectos da consciência e da evolução. E a oitava, que será a “Grande Ordem de Síntese”.
Os instaladores destas oito ordens iniciáticas já estão encarnados e estão ativamente trabalhando com seus “Grupos de Obreiros”, sob as diretrizes dos Seres de Luz, os Mestres, correspondentes a cada ordem.
Estes novos núcleos da espiritualidade obedecem ao Grande Plano da Hierarquia Oculta. Trazem novos princípios, novas técnicas de desenvolvimento espiritual, novas maneiras de viver, de compreender as grandes verdades. Trazem também uma compreensão da Sabedoria Esotérica mais ampla, mais livre e mais profunda, onde todos podem ter acesso fácil, desde que busquem a sua realização espiritual e a união com o Deus Interno em cada um.
Assim, no campo místico-espiritual grandes revelações vêm sendo transmitidas à humanidade em todo o mundo, expandindo a compreensão, a sensibilidade, o sentimento, a consciência e a mente das pessoas para novos horizontes da Era Aquariana, onde o ser humano será realmente e espiritualmente livre. Esta é a verdadeira liberdade, onde cada um voará com as asas da sua mente e consciência pelos espaços infinitos da Criação Divina.
Para isso, uma nova reeducação espiritual está surgindo, pois o ser humano não sabe para onde vai e como vai. É necessário desenvolver as faculdades místicas que todos têm, as ferramentas espirituais, tanto psíquicas como mentais, para que cada um tenha a sua própria experiência e vivência. Só esta é que traz a verdadeira sabedoria, sob a qual cada um conquistará a própria auto-iluminação espiritual onde o espírito, alma, mente e consciência serão realmente livres e iluminados.
As “Novas Ordens” (serão completamente diferentes das “antigas ordens místicas”) estarão sintonizadas com o ciclo aquariano de liberdade. Seus métodos e processos de transformação constante do ser humano serão dinâmicos, rápidos, objetivos e não se deixarão vincular a nenhuma religião, crença ou seita em particular. Não estarão nem contra nem a favor, contudo, poderão ter uma atitude crítica. Seus alunos serão livres para praticar o que suas consciências e almas quiserem, desde que respeitem a liberdade e a atitude de todos, assim como a forma que cada um tem de analisar a vida e a própria sabedoria esotérica.
Estas “Novas Ordens” se instalarão em pontos já determinados, mas sempre junto à natureza, fora dos grandes centros. Entretanto, poderão ter núcleos nas cidades, pois o seu centro principal sempre será no meio da Grande Mãe Natureza, onde com Ela e através Dela serão alimentadas energética e espiritualmente.
A Hierarquia Oculta está ativamente trabalhando para que as “Novas Ordens Místicas” surjam o mais rápido possível. Elas trazem os ensinamentos novos e revolucionários da espiritualidade. Seus elementos instaladores e os “grupos de trabalhadores” encarregados de ajudar na montagem das “Ordens” têm tido muitas dificuldades, por que a acomodação humana às velhas teorias do esoterismo e as personalidades estão sempre agindo contra o processo da sua instalação no seio da humanidade.
Em diversas partes da Terra estes grupos de obreiros estão ativamente agindo, espalhando as novas idéias, os novos processos de desenvolvimento espiritual, apresentando novas propostas de vida, de educação, em todos os níveis, mudando completamente o pensamento de todas as pessoas que os cercam para uma visão mais abrangente, mais dinâmica e mais verdadeira, de acordo com os novos princípios que estão chegando ao planeta.
Estas “Novas Ordens Místicas” estão recebendo uma “herança espiritual” guardada durante milhares de anos, originárias dos povos da antigüidade, das antigas ordens que passaram pela Terra. O melhor e o mais positivo que foi alcançado pelos povos antigos, foi muito bem guardado para servir como “herança espiritual” para que, quando a humanidade começasse a entrar no ciclo aquariano, voltasse a receber este manancial de sabedoria, de energias, de luz e de amor universal, preservado por esses Guardiães maravilhosos que, por grande amor à luz e à humanidade, vêm a ser os depositários de toda a sabedoria arcana da Terra. A estes irmãos mais velhos, como sabeis, chamamos de Mestres.
As “Novas Ordens” estão recebendo aqueles obreiros que foram selecionados para reerguer todo este enorme potencial conquistado nas eras passadas. Não copiarão nem trarão os modelos que estavam em vigor na época, mas os conduzirão dentro das energias aquarianas e para o novo ciclo em que a Terra está entrando.
Grandes Seres do passado estão na frente destas “Novas Ordens”, uns em planos espirituais, outros encarnados novamente na Terra, para que todos juntos possam trazer ao planeta, novamente, uma Era de Luz, de Paz e Amor.
Estas Ordens aparentemente estão separadas, mas em planos mais sutis trabalharão juntas, unidas com os Grandes Mestres de Luz, os verdadeiros diretores de todas as “Novas Ordens Místicas”. Todas elas trabalharão para objetivos comuns, mas cada uma dentro da sua própria tônica peculiar a cada aspecto dos Sete Raios.
Como podeis verificar, a Hierarquia está muito ativa, trabalhando em todos os aspectos para trazer à Terra uma “Nova Era de Luz”. Uma Nova Luz Crística surgirá na Terra.
6.9.1990

24.12.10

MENSAGEM DE NATAL

Que Pai Oxalá, Mestre Jesus,continue a nos dar luz, força e entendimento para que possamos continuar na trilha da evolução espiritual.
UM FELIZ NATAL A TODOS.

11.12.10

MEDIUNIDADE - PERIGOS ATINENTES ÀS FILIAÇÕES GRUPAIS

MEDIUNIDADE - PERIGOS ATINENTES ÀS FILIAÇÕES GRUPAIS

Esta manhã procurarei ocupar-me, de maneira muito breve, com a questão dos perigos com os quais a mediunidade está envolvida, que incidem sobre as filiações grupais de um homem, quer exotéricas ou esotéricas. Não há muito que possa ser dito neste particular assunto, salvo indicações, que abrirão ao buscador sério da verdade muitas vias do saber. Todo treinamento ocultista tem isso em vista – dar ao estudante algum pensamento-semente que (quando meditado no silêncio do seu próprio coração) produzirá muitos frutos de real valor e que o estudante poderá, então, conscientemente, considerar como seus próprios. Tudo que conseguirmos com luta e esforço árduo permanece nosso para sempre e não se desfaz no esquecimento, como acontece com os pensamentos que entram pelos olhos da página escrita, ou pelos ouvidos, vindos dos lábios de algum instrutor, não importa quão reverenciado.
Algo freqüentemente negligenciado pelo estudante, ao entrar no caminho probatório e iniciar a mediunidade, é que a meta à sua frente não é primordialmente a completação de seu próprio desenvolvimento, mas, sem, o equipar-se para o serviço à humanidade. Seu próprio crescimento e progresso serão necessariamente incidentais, mas não a meta. Seus objetivos no serviço deverão ser o seu ambiente imediato e seus associados mais chegados no plano físico e se, no esforço para alcançar certas qualificações e habilidades, ele descuidar dos grupos aos quais esteja filiado e negligenciar no servir sabiamente e no ocupar-se lealmente a favor deles, corre o perigo da cristalização, cai sob o fascínio do orgulho pecaminoso e, talvez, até mesmo dê os primeiros passos em direção ao caminho da esquerda. A não ser que o crescimento interno possa expressar-se no serviço grupal, o homem trilha uma estrada perigosa.

TRÊS TIPOS DE GRUPOS FILIADOS.

Talvez eu possa dar aqui algumas indicações dos grupos nos vários planos, para os quais um homem esteja designado. Esses grupos são muitos e diversos e, em diferentes períodos na vida de um homem, podem mudar e diferir, conforme ele aja a partir do condicionamento do carma que governa as filiações. Lembremo-nos também de que, à medida que um homem amplia sua capacidade de servir, ele estende o tamanho e o número dos grupos que contata, até alcançar um ponto, em alguma encarnação posterior, em que o mundo mesmo seja a sua esfera de serviço e a multidão, aqueles a quem ele ajuda. Terá de servir de maneira tríplice, antes que lhe seja permitido mudar sua linha de ação e transferir-se para outro trabalho.

a) Serve primeiro através da atividade, pela aplicação de sua inteligência, usando as altas faculdades da mente e o produto de seu gênio para ajudar os filhos dos homens. Constrói, gradualmente, grandes poderes do intelecto e, na construção, vence a armadilha do orgulho. Ele toma, então, sua ativa inteligência e a deposita aos pés da humanidade, dando o melhor de si em benefício da raça.
b) Serve através do amor, tornando-se, com o transcorrer do tempo, um dos salvadores de homens, vivendo sua vida e dando tudo de si pelo perfeito amor de seus irmãos. Chega, então, uma vida em que o extremo sacrifício é feito e, por amor, ele morre para que outros possam viver.
c) Serve, então, através do poder. Provado na fornalha para não ter pensamentos senão o bem de tudo ao redor, é-lhe confiado o poder que segue ao amor ativo, inteligentemente aplicado. Ele trabalha com a lei e curva toda sua vontade para fazer o poder da lei sentido no tríplice reino da morte.

Nesses três ramos de serviço, percebereis que a faculdade de trabalhar com grupos é de suprema importância. Esses grupos são diversificados, como já disse antes, e variam nos diferentes planos. Enumeremo-los rapidamente:

1 – No plano físico. Serão encontrados os seguintes grupos:

a) Seu grupo familiar, ao qual está habitualmente filiado, por duas razões: uma, para exaurir o carma e reparar seus débitos; a segunda, para receber um certo tipo de veículo físico que o Ego precisa para expressão adequada.
b) Seus associados e amigos; as pessoas que seu ambiente força ao contato, seus associados nos negócios, suas ligações na igreja, seus conhecidos e amigos casuais, e as pessoas com quem se relaciona por um breve período e não mais as vê. Seu trabalho com esses é, novamente, duplo; primeiro, reparar uma dívida, caso tenha ocorrido; segundo, testar seus poderes para influenciar para o bem aqueles que o cercam, reconhecer a responsabilidade e dirigir ou ajudar. Ao fazer isso, os Guias da raça averiguam as ações e reações de um homem, sua capacidade para o serviço e sua resposta a qualquer necessidade circundante.
c) Seu grupo associados de servidores, o grupo sob algum Grande Ser que esteja definidamente unido para um trabalho de natureza ocultista ou espiritual. Poderá ser um grupo de trabalhadores da igreja entre os ortodoxos (os principiantes são aí testados); poderá ser no trabalho social, tal como nos movimentos trabalhistas, ou na arena política: ou, talvez, em movimentos mundiais, mais definidamente pioneiros, como a Sociedade Teosófica, o movimento da Ciência Cristã, os trabalhadores do Novo Pensamento e os Espíritas.

Assim, no plano físico, há três grupos aos quais um homem pertence. Ele tem uma obrigação para com eles e tem que cumprir sua parte. Agora, por onde poderia o perigo penetrar através da mediunidade? Simplesmente nisto: enquanto o carma de um homem o prende a algum grupo em particular, o que ele deverá visar será desempenhar sua parte com perfeição, para que possa sair-se bem da obrigação cármica e avançar em direção à libertação definitiva; além disso, deve ele levar seu grupo consigo, adiante, a maiores alturas e proveito. Por essa razão, se pela mediunidade inadequada ele negligenciar sua própria obrigação, retardará o propósito de sua vida e, numa outra encarnação, terá de cumpri-la. Se ele construir no corpo causal daquele grupo (o produto total de diversas linhas) algo que não tenha aí seu lugar apropriado, obstrui em vez de ajudar e, novamente, isso encerra perigo. Ilustrarei, pois a clareza é necessária: um estudante está filiado a um grupo que tem uma superpreponderância de devotos, e ele entrou com o propósito expresso de equilibrar aquela qualidade com um outro fator: o do sábio discernimento e do equilíbrio mental. Se ele se permitir vencido pelo pensamento-forma do grupo e tornar-se um devoto, seguindo uma mediunidade devocional e omitindo-se insensatamente de equilibrar o corpo causal daquele grupo, correrá o perigo de ferir, não só a si mesmo, mas ao grupo ao qual ele pertença.

2 – No plano emocional. Aqui ele pertence a diversos grupos, tais como:

a) O grupo familiar do seu plano emocional, que é mais inteiramente seu próprio grupo do que a família na qual aconteça ter nascido no plano físico. Vereis isso demonstrado muitas vezes na vida, quando membros de uma mesma família do plano emocional entram em contato no plano físico. Sobrevém um reconhecimento instantâneo.

b) A classe, na Câmara do Conhecimento, à qual esteja designado e onde recebe muita instrução.

c) O grupo de Auxiliares Invisíveis com os quais possa estar trabalhando, e o grupo dos Servidores.

Todos esses grupos implicam obrigação e trabalho, e tudo deve ser permitido no estudo do sábio uso da mediunidade. A mediunidade deverá aumentar a capacidade de um homem para saldar seus débitos cármicos, produzindo visão clara, julgamento acertado e uma compreensão do trabalho do momento seguinte. Qualquer coisa que milite contra isto é perigoso.

3 – No plano mental. Os grupos aí encontrados podem ser enumerados da maneira seguinte:

a) Os grupos de estudantes de algum Mestre, a Quem ele possa estar ligado, e com Quem possa estar trabalhando. Esse, geralmente, somente é o caso, quando o homem esteja rapidamente saldando seu carma e se aproxime da entrada do Caminho, por isso, deverá estar diretamente sob a orientação de seu Mestre, e qualquer formula seguida que não se ajuste às necessidades de um homem traz consigo elementos de perigo, pois as vibrações alojadas no plano mental e as forças aí engendradas são bem mais potentes do que nos planos inferiores.
b) O grupo egóico ao qual pertence. Isto é deveras importante, porque envolve a consideração do raio a que pertence.

Almejamos o desenvolvimento dos pensadores e dos homens de clara visão, capazes de raciocínio lógico. Para fazer isso, ensinamos os homens a progredirem por si mesmos, a terem seus próprios pensamentos, a julgarem seus próprios problemas e a construírem seu próprio caráter. Tal é o caminho.

3 agosto de 1920.

9.12.10

CAVALEIRO DA LUZ - CAVALEIRO DAS TREVAS

- Espanta-se com o número de soldados que comando, Cavaleiro da Luz?
- Meu Deus! Você tem o maior exército que já vi em minha existência como ser humano.
- Ainda não estão todos à sua vista. Milhares estão espalhados no meio em missão de execução da lei, e outro tanto espalhados nos sete círculos descendentes. De vez em quando, até os mais temíveis entes das trevas tremem de medo dos meus cavaleiros.
- Por quê?
- São mandados para executar ordens. Então são lançados no novo círculo descendente.
- E o que lhes acontece?
- O que aconteceria se você conseguisse superar o sétimo círculo ascendente?
- Sobre isso nada sei. Mas imagino que, ou seria absorvido pelo Senhor da Luz, ou enviado para regiões do Universo que nem imagino como sejam.
- Daí se deduz o quê?
- Que estes que vocês capturam e enviam ao novo círculo estão superando o próprio regente das trevas em malvadezas, não?
- Você usa um termo brando demais, Cavaleiro da Luz. Agora abra sua armadura, irmão.
- Para quê?
- Faça o que eu lhe peço, depois eu explico. Olhe no meu peito e entenderá tudo.
E o comandante abriu seu manto negro. No seu peito havia uma estrela de cinco pontas invertida. Era rubra. Parecia ser de ferro incandescente. Ele se ergueu sobre a montaria e levantou o alfanje. Dele saiu uma vibração horrível e raios que vinham dos céus se descarregavam ao seu contato. Todos embaixo o saudaram de forma infernal: brandiam suas armas em sinal de aclamação ao líder inconteste.
Eu abri minha armadura prateada e também me levantei sobre a montaria negra que usava. A estrela em meu peito brilhava intensamente. Desembainhei minha espada encantada e elevei-a acima de minha cabeça. Seus símbolos adquiriram vida e de cada um saiu um tipo de energia fantástica. Os elementos se agitaram no contato com ela. Lentamente, minha estrela projetava sua luz à distância. Olhei para o alto e vi que um raio de lua vinha do infinito e cobria minha cabeça.
No vale a nossos pés, o silêncio era total. Quando vi que já tinha mostrado o poder de minha espada, guardei-a novamente e, sentando-me na montaria, fechei minha armadura. Nós formávamos uma dupla indescritível. Ele com sua longa capa negra e eu com a minha, bem mais curta e vermelha, agitando-se ao vento.
- Levante sua mão direita, irmão da Luz – ordenou-me ele.
Eu levantei e acenei para eles lá embaixo. Um clamor maior que o anterior se fez ouvir.
- Por que isso, irmão nas trevas?
- Eu sempre disse a eles que possuía um irmão na Luz, e também que um dia lhes provaria isso. Se um dia estiver no meio ou embaixo e vir algum cavaleiro das trevas, não lute com ele. Use-o à vontade porque ele sabe, a partir de hoje, que você é como eu na Luz, e eu sou como você nas trevas.
- Por que isso?
- Não vou permitir que você caia nas trevas da ignorância por ignorância. Somos iguais na origem, mas diferentes no modo de servir ao nosso ancestral místico. Temos de ser assim, meu irmão, um na Luz e o outro nas Trevas.
- Por que tem de ser assim?
- Dois iguais não podem habitar no mesmo lado ao mesmo tempo. E como eu não vou deixar de servir ao nosso ancestral místico nas trevas da ignorância, procure servi-lo na luz do saber, senão um de nós dois sucumbirá ante o outro porque somos iguais na origem!
- Procurarei lembrar disso, meu irmão!
- Caso eu perceba que você está se esquecendo, darei um jeito para que se lembre.
- Como?
- De que forma você atua?
- No amor.
- Eu só atuo na dor. Quando você se esquecer de tudo o que lhe disse hoje, a dor o lembrará a que lado você pertence e ela o reconduzirá ao seu caminho original.
- Um dia eu conheci um guerreiro frio, hoje reencontro um sábio amadurecido pelo tempo. Quando você se libertar da lei da reencarnação também terá tempo para amadurecer, irmão na Luz.

Do Livro O Cavaleiro da Estrela Guia – Rubens Saraceni.

8.12.10

O SIMBOLISMO MAÇONICO E OS ANTIGOS MISTÉRIOS SÃO UMA E A MESMA COUSA

209. “A Ordem conhecida por Franco-Maçonaria parece ter sido instituída como veículo para conservar e transmitir uma narração das relações milagrosas do Altíssimo com Seu povo na infância do mundo pois, no período primitivo, a Franco-Maçonaria pode ser identificada com a religião.

210. “A identidade da Instituição Maçônica com os Mistérios Antigos é clara pelas notáveis coincidências que existem entre eles. Estes eram um culto religioso secreto, e os depositários da religião, ciência e arte. A tradição data a origem dos Mistérios dos primitivos períodos de tempo e os torna coesos com a organização da Sociedade.

211. “Porém a ordem da Franco Maçonaria vai além dos Antigos Mistérios; ao mesmo tempo que contém tudo o que é útil das instituições do passado, inclui no seu círculo tudo o que é bom e verdadeiro do presente, e assim se torna conservadora e depositária da religião, ciência e arte.

212. “Sem qualquer referência as formas e modalidades de crença, fornece uma série de provas indiretas, que agem silenciosamente para estabelecer os grandes princípios gerais da religião, aponta para o sistema triunfante que foi objeto de todas as dispensações anteriores e deve, finalmente, ser a única religião da humanidade, pois é a única religião em que o plano de salvação é claramente delineado.

213. “De século em século, esses Ritos deixaram suas sublimes lições de sabedoria e esperança, tranqüilidade e conselho, aos “Filhos da Luz”. Eles nos ensinam hoje as mesmas lições e na mesma linguagem. Porém, vemo-las nós como as viram as gerações passadas? Impressionam-nos elas como as impressionaram? Ou passam perante a nossa vista como um panorama de alguma terra desconhecida, para a qual não há quem no-la descreva, nem diga onde está ou nos dê alguma noção inteligível sobre a mesma? Aceitando o símbolo, perdemos o seu sentido. Os nossos Ritos nos serão de pouco valor, se assim acontecer. É dever nosso, pois, fazer da Franco-Maçonaria o objeto de profundo estudo. Devemos consultar o passado.

214. “Devemos aproximarmo-nos do sarcófago do assassinado Osíris, no Egito; entrar nas Cabivernas da Frigia, e comungar com os Cabiros; penetrar no “Colegia Fraborum” da antiga Roma e trabalhar nos Círculos Místicos de Sidon. Numa palavra, devemos prosseguir nas nossas investigações até encontrarmos o pensamento que se encontrava nas mentes dos que crearam a instituição e fundaram nossos Mistérios. Então saberemos exatamente o que queriam dizer. Veremos neles uma grande serie de dramas morais e filosóficos, de grande eloqüência e valor instrutivo, brilhantes de idéias sublimes, como os céus brilham de estrelas. E, finalmente, descobriremos que nossos Ritos abarcam todas as circunstâncias possíveis do homem – morais, espirituais e sociais – e têm uma significação tão alta como o universo e tão profunda como a eternidade”.

215. “Se procurarmos a origem e começo da filosofia Maçônica, ser-nos-á necessário voltar nossas vistas para os séculos de uma remota antiguidade, e encontraremos o começo no seio de associações semelhantes, entre as quais a mesma filosofia era sustentada e ensinada. Porém, se confundirmos as cerimônias maçônicas com a filosofia maçônica, e procurarmos a origem dessa instituição, modelada na sua forma exterior atual, quase não nos será necessário lançar os olhos além do começo do século dezoito, e, talvez nem mesmo até lá.

216. “Afirmo que a filosofia da Franco-Maçonaria está empenhada na contemplação do caráter divino e humano; de Deus como ser eterno e existente por si mesmo, em contrario à mitologia dos antigos povos, que se achava sobrecarregada de uma multidão de deuses e deusas,, semideuses e heróis; do homem como ente imortal, preparando na vida atual um futuro eterno, contrariando da mesma forma a filosofia antiga, que limitava a existência do homem à vida atual”.

217. “Portanto, essas duas doutrinas, a da unidade de Deus e a da imortalidade da alma, constituem a filosofia da Franco-Maçonaria. Quando pretendemos defini-la resumidamente, dizemos que é um antigo sistema de filosofia que ensina esses dois dogmas”.

218. “A lei fundamental da Maçonaria exige apenas a crença no Supremos Arquiteto do Universo, e numa e existência futura, afirmando, ao mesmo tempo, com uma tolerância particular, que em todos os outros assuntos de crença religiosa, os Maçons devem ter apenas a religião na qual todos os homens estão de acordo, deixando-lhes suas opiniões particulares. Sob o abrigo desse sábio conselho, os Cristãos e Judeus, os Maometanos e Brâmanes podem unir-se ao redor de nosso altar comum, e a Maçonaria se torna, tanto na prática como na teoria, universal. A verdade é que a Maçonaria é incontestavelmente uma instituição religiosa – a sua religião sendo de natureza universal, em que todos os homens concordam, e que é transmitida através de uma longa sucessão de séculos, desde o antigo sacerdócio que primeiramente a ensinou, e abraça os grandes princípios da existência de Deus e da Imortalidade da Alma – princípios que, pela sua linguagem simbólica particular, conservou desde a sua fundação e ainda continua a ensinar, pelo mesmo belo modo. Em relação à sua fé religiosa, não devemos nem podemos ir além disto”.

219. “A Franco-Maçonaria não pretende intervir nas opiniões religiosas de seus membros. Apenas pede a declaração da simples fé universal em que os homens de todas as nações e crenças estão de acordo – a crença em Deus e na sua providencia reguladora e vigilante. Ela não se aventura a ir além, deixando as mentes dos seus discípulos, nos pontos discutidos e opiniões sectárias, inteiramente desembaraçada. Essa é a única qualificação religiosa necessária para o candidato, porém é estritamente exigida. Portanto, a religião da Maçonaria é o puro teismo, no qual os seus membros enxertam suas opiniões particulares; porém, não lhes é permitido introduzi-la na loja, ou relacionar a sua veracidade ou falsidade com a verdade da Maçonaria”.

220.”Todo Maçon, dizem as antigas Ordenações de 1722, é obrigado pelo seu regulamento a obedecer à lei moral. Ora, essa lei moral não deve ser considerada como limitada ao decálogo de Moisés, em cujos limites estreitos os autores eclesiásticos tecnicamente a restringem, mas se referem antes ao que é chamado Lex Nature, ou a lei da natureza. Essas leis da natureza foram definidas por um autor instruído, porém não de época recente, como sendo: “A vontade de Deus relativa aos atos humanos, apoiada nas diferenças morais das cousas; e, como são descobertas pela luz natural, são obrigatórias para toda a humanidade”. Essa é a “Lei Moral”, a que alude a velha Ordenação citada acima, e que declara ser a lei da Maçonaria. E isso foi sabiamente feito, pois é evidente que nenhuma lei que fosse menos universal podia ser apropriadamente escolhida para o governo de uma instituição cuja característica mais saliente é a sua universalidade.

221. “Os preceitos de Jesus não poderiam ser obrigatórios para um Judeu; um Cristão negaria as sanções do Alcorão; um Maometano rejeitaria as leis de Moisés; e um discípulo de Zoroastro se afastaria de todos por causa dos ensinos do seu Zend Avesta. Portanto, a lei universal da natureza, que os autores das antigas Ordenações denominaram convenientemente a lei moral, porque é, como observa Canybeare, ¨uma perfeita coleção de todas as doutrinas e preceitos morais que possuem uma base na natureza e razão das cousas”, é a única lei apropriada, em todos os pontos para ser adotada como código Maçônico”.

222. “Tão larga é a religião da Maçonaria, e tão cuidadosamente foram excluídas dela as doutrinas sectárias que o Cristão, o Judeu e o Maometano, em todas as suas numerosas seitas e divisões, podem combinar e combinam harmoniosamente em seu trabalho moral e intelectual, como o Budista, o Parsi, o discípulo de Confúcio e o que adora a Deus sob qualquer forma que seja”.

223. “E porque é que isso é verdade? Porque o Vishnu da Trindade Bramanica, a Isis do Egito e o Espírito Santo dos Cristãos, simbolizados na Igreja Católica Romana pela Virgem, representam o princípio Materno de todas as cousas vivas do universo, e, quando um ser humano tem sua mente espiritual despertada, adquire amor a tudo o que vive e respira, considerando todo objeto da Natureza como a manifestação do Divino Princípio Vivente no íntimo. Deus está em tudo e seja qual for o altar de adoração, Deus está presente.

Antiga Maçonaria Mística Oriental - Dr. R. Swinburne Clymer

6.12.10

UMBANDA - UNIÃO

UNIÃO SEM FUSÃO, DISTINÇÃO SEM SEPARAÇÃO.

Este é o caminho para que o movimento umbandista, compreendendo seus diferentes ritos e segmentos, se una em torno do verdadeiro ideal da UMBANDA, que é a síntese do AMOR E DA CARIDADE, com a única finalidade de evolução espiritual de cada um de nós.

13.11.10

TEMPLO ESPIRITUALISTA SOL DO ORIENTE (UMBANDA) - CRISTÃOS ORIENTAIS

181.Os Cristãos Orientais consideravam o dogma da unidade de Deus como um mistérios e viam nela uma manifestação Divina. Portanto, só transmitiam conhecimento dela à iniciação, que mantinham em grande segredo. Praticavam a moralidade ordenada pelo Filho de Maria, porém não acreditavam na sua divindade; pois, somente os que seguiam as tradições Gnosticas e Cabalísticas o consideravam Irmão Maior.

182. “Os Cavaleiros da Cruz que chegaram a conhecer os dogmas e mistérios dos Cristãos do Oriente, ao voltarem para a Europa, foram obrigados a manter essa iniciação ainda mais secreta, pois a simples desconfiança dessa crença seria o bastante para levar esses professos da nova religião ao patíbulo e à fogueira”.

183. Com relação ao laço que existia entre os ensinos dos Cavaleiros do Templo e os dos Gnosticos (o “G” Maçônico não significa, nem nunca significou Geometria, mas sim “Gnose”, a alma), é bom citar o Abade Gregoire, que assim se expressa:

184. “A Ordem do Templo, surgiu da Ordem do Oriente, cujo berço foi o antigo Egito. A Ordem do Oriente comprendia diversas ordens ou classes de adeptos. Os adeptos da primeira ordem eram ao mesmo tempo, legisladores, juizes e pontífices.

186. “Sua política era oposta a toda propagação do conhecimento metafísico e das ciências naturais, de que se fizeram os únicos depositários; e todo aquele que ousasse revelar os segredos reservados aos iniciados na ordem da hierarquia sacerdotal, seria punido com a mais terrível severidade. Davam ao povo apenas emblemas ininteligíveis que constituíam a teologia exotérica, a qual era um amontoado de dogmas absurdos e práticas extravagantes tendentes a dar maior ascendência à superstição e fortalecer o governo.

187. Moisés foi iniciado no Egito. Era profundamente versado nos mistérios teológicos, físicos e metafísicos dos sacerdotes. Aarão, seu irmão, e os outros chefes hebreus se tornaram depositários dessas doutrinas. Esses chefes ou Levitas, se dividiam em varias classes, conforme os costumes dos padres egípcios.

188. Mais tarde, veio ao mundo o Filho de Deus. Foi educado na escola de Alexandria. Cheio de um espírito inteiramente Divino, dotado da mais admirável inteligência, conseguiu alcançar todos os graus da Iniciação Egípcia (Essenia).

189. Ao voltar para Jerusalém, apresentou-se aos chefes da Sinagoga, e apontou-lhes as numerosas alterações por que passava a Lei de Moisés nas mãos dos Levitas; confundiu-os pelo poder de Seu espírito e a extensão de seu conhecimento: porém os sacerdotes judeus, cegos pelas suas paixões, persistiram em seus erros.

190. Entretanto, chegara o momento para o Cristo, dirigindo os frutos de Suas elevadas meditações para a civilização universal e o bem-estar do mundo, rasgar o véu que encobria a verdade ao povo, pregar o amor ao próximo e a igualdade de todos os homens perante o Pai comum. Finalmente, consagrando por um sacrifício digno de Filho de Deus as doutrinas celestes que viera espalhar, estabeleceu para sempre na terra, pelos Seus Evangelhos, a religião escrita no Livro da Eternidade.

191. Jesus concedeu aos Seus discípulos a Iniciação evangélica, fazendo Seu espírito descer neles, dividiu-os em diversas ordens, conforme o costume dos padres Egípcios e Hebreus, e colocou-os sob a autoridade de S.João, seu discípulo amado, a quem fez pontífice e patriarca Supremo.

12.11.10

UMBANDA - SÃO JOÃO BATISTA - MAÇONARIA MISTICA ORIENTAL

PONTO DE UMBANDA – LINHA DO ORIENTE

São João Batista vem, vem, minha gente
Vem chegando de Aruanda
Salve o povo cor de rosa
Salve os Filhos de Umbanda

161. Diz o Barão Hans Ecker von Eckhoffen, no seu tratado, ao escrever sobre os Irmãos Asiáticos: “Esses escritos datam de 1510; mostram que uma corporação de Místicos era conhecida naquele período; esses Cavaleiros da Ásia também se denominavam Cavaleiros de S.João, e é fato curioso observar que um dos registros maçônicos que produziu uma infinidade de discussão e também de dissensão, entre os Maçons, é o célebre “Registro de Colônia”, que é datado de 1535, e no qual se fala de uma Ordem de São João. Esse documento foi um verdadeiro pomo de discórdia entre os Maçons materialistas e os místicos, tendo sido publicados muitos escritos de polemica sobre esse assunto: Os Místicos pretendem (e com razão) que é verdadeiro tanto perante provas externas como internas; ao passo que os materialistas o rejeitam, pois recusam todas essas provas.

162. “No registro se encontra o nome de Philippe Melancthon – o amigo e cooperador de Martim Luthero – que aparece como Irmão da Ordem dos Franco-Maçons. Esse documento mostra também que era conhecida nas diversas partes do mundo uma sociedade secreta que existia antes de 1440 sob o nome de “Fraternidade de São João”, e desde então, até 1535, sob o título de “Ordem Joanita de Franco-Maçons”, ou “Fraternidade Maçônica”.

163. “Essa Sociedade (a atual corporação Maçônica) foi reformada e reconstruída em 1717, que é a data geralmente aceita pelos maçons materialistas e não místicos. Tornou-se mais atéia em suas opiniões e mais democrática em suas tendências.

164. Entre outras coisas profundamente interessantes, a “Carta de Colônia” contém o seguinte trecho:

165. “A Fraternidade ou Ordem dos Franco-Maçons, ligados conforme as Santas Regras de São João, não tem sua origem nem dos Templários, nem de qualquer outra ordem temporal ou espiritual de Cavalaria, porém é mais antiga do que todas as Ordens semelhantes, e existiu na Palestina e na Grécia, assim como nas diversas partes do Império Romano. A nossa Fraternidade surgiu antes das Cruzadas; em certa ocasião, em conseqüência da luta entre as seitas que ensinavam a moral Cristã, um pequeno número de iniciados – que receberam os verdadeiros ensinos da virtude e a exposição sensível do ensino secreto – se afastou da massa”.

166. “Conforme esse registro, foi dada a seguinte razão para a adoção do nome: Os Mestres dessa confederação foram chamados Irmão de São João, porque tinham escolhido João Batista, o precursor da Luz do Mundo, como seu modelo e exemplo”.

167. “É bom acrescentar aqui alguns detalhes sobre os Cavaleiros do Templo, pois que se acham muito intimamente ligados à Ordem Maçônica; esses detalhes servirão para mostrar o aspecto íntimo de suas tradições. Muito foi escrito sobre eles e a sua história – sob um aspecto – é mais bem conhecida do que a de quase todas as outras organizações místicas, porém não está esclarecido bastante que tivessem um ensino secreto. Neaf mostra, em suas “Investigações sobre as Opiniões religiosas dos Templários”, que entre eles havia uma doutrina secreta. Indica que os Cavaleiros consideravam que a Igreja Romana tinha falhado em seu ideal, e que, quando as terríveis perseguições caíram sobre eles, se dividiram e entraram em duas associações diferentes: uma era a corporação Maçônica e outra a chamada Joanita. Outro autor, Jules Loiseleur, indica a relação entre os Templários e os Bogomiles, que eram os Manicheus das Províncias Balkanicas, e os Gnosticos do primitivo período do Cristianismo e seus descendentes, os Catharos da Idade Média. O Dr. Simrock, em sua obra, sugere uma idéia profundamente interessante entre a tradição do Santo Vaso (S.Graal) e os ensinos secretos dos Templários; considera que a tradição do Vaso sagrado, que foi tirada de alguma parte dos Evangelhos Apócrifos, é a base dos Ensinos Secretos dos Templários. Algumas dos fontes primitivas da tradição são dadas pelo autor do Sarsena, e também a relação entre os Templários e os Essênios (Rosa-Cruzes).

168. Todos esses laços são importantes para compreendermos a relação intima entre essas diversas organizações e também como é que uma saiu de outra.

169. “Tomando em partes iguais as regras de sua Ordem e as dos cristãos, eles (os Cabalistas) estabeleceram um paralelo com os livros de Moisés e os registros dos Magos, e formaram com todo esse novo material uma nova Fraternidade, à qual levaram certas regras que podiam existir em harmonia com as dos cristãos. Durante as Cruzadas, havia diversas ordens de objetivos muito diversos; e entre muitas outras, no ano de 1118, os Cavaleiros do Templo, aos quais os Magos se uniram, fazendo-os participarem de seus princípios e mistérios. A queda dos Templários e a destruição completa da Ordem pelo Conselho de Viena em 1311, foi devida ao fato de que todo o conhecimento que podemos considerar parte da Sabedoria dos Antigos Magos e também as Ciências Naturais, começaram a perder-se naquele tempo. Há uma seção de Franco-Maçons que considera a Franco-Maçonaria a restauração da Ordem dos Templários, e os sistemas da Grande Loja Alemã e dos Irmãos Suecos certamente têm grandes relações com ela. Conforme esses sistemas e especialmente conforme os diversos sistemas ligados a essa Ordem particular, a Franco-Maçonaria é uma concepção Mística das principais doutrinas do Cristianismo, o Mestre que foi assassinado não sendo outro senão o Cristo! Apresenta-se aqui francamente a pergunta: Tinham realmente os ensinos do Cristo Mistérios, doutrinas impenetráveis e imcompreensíveis, que deveiam ser apenas esclarecidas para um pequeno numero de discípulos especialmente escolhidos, e não eram os Essênios (os Rosas-Cruzes) a corporação no meio da qual aprendera esses Mistérios? Com efeito, os Essênios (Rosas-Cruzes) exigiam dos iniciados moderação, justiça, abstenção de ofensa, amor à Verdade e a detestação do mal; a água benta fazia parte do Ritual de admissão aos mais altos graus, e João havia dito: “Arrependei-vos e batizai-vos”. Cristo, que tivera uma vida sem mancha, deixou-se batizar. Não vos leva isso à mais certa conclusão de que Cristo, e mais ainda João, era iniciado dos Essênios? Se tivéssemos bastantes documentos para provar a verdade histórica dessa afirmação, ficaria perfeitamente claro o motivo para João (o Batista), que derramou seu sangue pela Verdade e o Bem, ser escolhido como Patrono da Ordem atual e de quase tudo o que a precedeu. A conservação do Dia de São João Batista como Dia de Festa para os Franco-Maçons é apresentada como confirmação da idéia de que, por mais de seiscentos anos, os Franco-Maçons se identificaram com os “Cavaleiros de S.João” (Johannrittern), e que São João fora escolhido como Patrono das duas Ordens. E como é certo que grande parte do ritual de Recepção significava coisa muita diversa do que aquilo que a substituiu ultimamente, será muito fácil que haja alguma verdade nessa afirmação. Pois é tão pouco verdade que os Franco_maçons se identificaram há seis séculos com os ´Cavaleiros de São João´ como o é que coroem agora o Mestre, Hiram, na Loja com verdadeiro interesse. Como foi dito acima, Cristo não fundou sociedade secreta, mas expôs Seus ensinos apenas gradualmente, em relação à sua Significação interna, pois disse: “Tenho muitas coisas a dizer-vos, porém ainda não podeis suporta-las”. Após a sua morte, a doutrina pura foi falseada por adições, porém é possível que a sua pureza e simplicidade primitiva fosse conservada, e se assim fosse, onde seria senão em alguma Ordem? Na Igreja Cristã Primitiva, havia uma disciplina arcani, e desse modo eram os Mistérios transmitidos entre os poucos e até no tempo das Cruzadas ainda viviam descendentes dos Essênios. A Ordem dos Cavaleiros do Templo foi fundada no ano de 1113 por Gottfried von Saint Omar, Hugo de Paiens e sete outros, cujos nomes não são conhecidos. Consagraram-se ao serviço de Deus conforme a forma do Conicorum Regularium, e fizerem votos solenes perante o Bispo de Jerusalém. Balduino Segundo, em consideração ao ofício desses sete servidores de Deus, lhes concedeu uma casa próxima do Templo de Salomão. Eles se ligaram com alguns Essênios (Rosas-Cruzes) que formavam uma sociedade secreta constituída de cristãos virtuosos e verdadeiros investigadores da Verdade na Natureza e também aprenderam seus segredos. Está fora de dúvidas que os Templários tinham Mistérios. A Ordem tinha cerimônias secretas para admissão, se vangloriava disso e, por esse motivo, muitos de seus membros sofreram o martírio. A Ordem dos Cavaleiros do Templo continha muitas dentre as melhores e maiores mentalidades creadoras da Franco-Maçonaria; e, como se sabe, houve muitos ramos da Franco-Maçonaria que se dedicaram à restauração dos Templários. O rito Joanita e outros ensinaram essa origem muito antes que a “Estrita Observância” se tornasse geralmente conhecida, a qual insistiu na restauração dos Templários como sendo a mais alta aspiração dos Mistérios. Se considerarmos cuidadosamente a semelhança entre os costumes das duas Ordens, veremos que a Recepção e outras cerimônias da Ordem dos Franco-Maçons se relacionam com as dos Cavaleiros do Templo tão exatamente que podemos dizer positivamente que os Franco-Maçons conservam no seu seio os Mistérios dos Templários e os transmitem. O modo de proceder dos Templários prova que possuíam segredos: os Franco-Maçons pretendem que procedem da mesma forma, pois, de grau em grau, o Aspirante é informado que mais adiante aprenderá mais ainda. Mais o que? Também isso é um segredo. Nove Irmãos formaram a Ordem dos Templários; o numero principal e hieroglífico dos Franco-Maçons é três vezes três. Os Templários praticavam o Serviço Divino em lugares que eram interditos. Pelas mais estritas observâncias os reservavam para si (ou os punham de lado), apelando para os direitos de seus avós.

170. “Os Irmãos Templários”, diz Roessler, “eram conforme os seus estatutos, como que Irmãos Hospitalares, divididos em três classes: 1 – a classe dos servos, que cuidava, sem distinção, dos peregrinos e dos Templários doentes; 2 – a dos Irmãos Espirituais, destinada ao serviço dos peregrinos; 3 – a dos Cavaleiros, que iam à guerra.

171. “Encontramos nas Instruções do Cavaleiro do Oriente, as quais estudam o fundamento dos Cavaleiros do Templo e a disseminação de seus ensinos na Europa, as seguintes declarações sobre esse assunto.

172. “Oitenta e um Maçons, sob a direção de Garimonts, Patriarca de Jerusalém, ano de 1150, partiram para a Europa e se apresentaram ao Bispo de Upsal, que os recebeu muito amigavelmente, sendo assim, iniciado nos Mistérios dos Coptas, que os Maçons haviam levado consigo; mais tarde foi-lhe confiado o deposito da coleção desses ensinos, ritos e mistérios. O Bispo teve o trabalho de guarda-los e esconde-los nas arcadas subterrâneas da torre das “Quatro Coroas”, que, naquele tempo, eram os depósitos do tesouro da coroa real da Suécia. Nove dentre esses Maçons, entre eles Hugo de Paganis, fundaram na Europa a Ordem dos Cavaleiros do Templo; depois receberam do Bispo os dogmas, mistérios e ensinos dos Padres Coptas, a ele confiados.

173. “Assim, em pouco tempo, os Cavaleiros do Templo se tornaram os recepientes e depositários dos Mistérios, Ritos e Cerimônias que haviam sido trazidos pelos Maçons do Oriente – os Levitas da verdadeira luz.

DO LIVRO ANTIGA MAÇONARIA MISTICA ORIENTAL – Dr. R. SWINBURNE CLYMER.

OBSERVAÇÃO MINHA. O LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA FOI PUBLICADO SOB OS AUSPÍCIOS DA “ORDEM DOS CAVALEIROS DA GRAN CRUZ”, NO TEMPLO DE PAI JOÃO DE BENGUELA.

3.11.10

DO LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA - 7 LINHAS DE UMBANDA

UMBANDA - AS SUAS SETE LINHAS


UMBANDA – vocábulo que traz consigo vibrações e encerra sete caractéres; por si já é uma entidade Kabalística, pois corresponde de forma habilidosa a Sétima (Sétima são os princípios básicos em todas as cousas da creação – Princípios de Hermes) muito bem conhecida.
Todos os desenvolvimentos se fazem em sete; os envolucros em análise anterior, vimos que podem ser desdobrados em sete. Na sua organização não podia Umbanda fugir a esta sequência; seus fundamentos, entretanto, são ocultos para melhor ação e desenvolvimento na terra, visto o fim a que se destina.
A Lei é única mas, para bom trabalho, para boa organização, foi necessário ramifica-la para, nessas ramificações, catalogar as creaturas de acordo com os misteres de que são investidas e se ocupam; não seria aconselhavel ao que cura estar ligado aos trabalhos do que doutrina, e este, ao que maneja as forças mágicas e assim, sucessivamente.
Para boa ordem e melhor aproveitamento foi, pelos Senhores do Karma, ramificada a Umbanda em sete partes, designadas pela denominação de – Linhas de Umbanda.
Assim procedendo ainda não ficava, por certo, entre a infinidade de creaturas de Umbanda, estabelecido uma segura forma de enquadramento para as diversas modalidades de trabalhos, próprias dos seus elementos.
Em prosseguimento, por desígnio dos Senhores que crearam a sabedoria, se fez sentir novo desenvolvimento, deu-se sucessão as cousas e aos elementos componentes, ficando então clara e patente a organização em todos os seus detalhes.
Das linhas básicas ou – Linhas de Umbanda – originaram-se outras, destas, outras e assim sucessivamente. Cada uma destas linhas foi se dividindo, subdividindo até formar uma sucessão de sete; cada linha dividia-se em sete e estas em outras sete, até que se fez uma divisão de sete vezes sete.
As linhas bases de Umbanda são as principais e são as que melhor têm que ser conhecidas; as que lhes seguem, enquadradas estão em seus fundamentos e delas fazem parte; são chamadas – Sub-linhas de Umbanda.
Cada Linha possue sete Sub-linhas (a organização é perfeita) e todas estão em ligação permanente com as que lhes são imediatamente superiores em tarefa e em missão, contudo agem por sua própria responsabilidade. É bem de ver que seus atos são todos devidamente pezados e aqueles que trabalham respondem pelo que fizerem.
As linhas bases possuem entidades que as dirigem, orientam e trabalham para evolução de todos os seres que lhes estão afetos. As Sub-linhas possuem também os que norteiam e respondem por todos os trabalhadores a elas pertencentes e assim se faz até a última.
Nas sete Linhas de Umbanda aparecem como entidades espirituais que as dirigem e que inandam com sua aura toda a Linha, as seguintes Luzes:
IAMANJÁ, dando a Linha a denominação – IAMANJÁ – cujos caractéres, nuances, virtudes e qualidades de seus trabalhadores em prosseguimento vamos, se o engenho e a compreensão ajudar, vos faz sentir;

INHASÃ, dando a Linha a denominação de – INHASÃ -.

XANGÔ, com fé e abnegação, que dá a Linha Xangô o nome – XANGÔ - .

OXOCE, desbravador, cheio de doçura, que dá à Linha a denominação – OXOCE -.

OGUM – o guerreiro – Linha de OGUM.

SENHOR DO BONFIM, linha da fé, dos corações sofredores – Linha do SENHOR DO BONFIM.

Finalmente como um véo, humilde e simples, a que é devoção é sacrifício e que a vossa imaginação não alcança os espinhos da missão que traz, é Cruz das Almas, que dá a Linha a denominação de – CRUZ DAS ALMAS.

Aí estão as Linhas de Umbanda, as principais, as básicas e sua denominação no Ritual, em ordem decrescente de evolução dos entes que nelas trabalham, contudo não deve servir esta distribuição para um julgamento apurado do grao de evolução dos espíritos que trabalham em Umbanda.
Muito humildes apresentam-se os filhos da sétima linha – LINHA CRUZ DAS ALMAS -, cujo nome do próprio chefe espiritual guardam incógnito, no entanto, podem nela trabalhar sem qualquer vestígio de grandeza, verdadeiros magos da magia, Mestres na doçura ou Espíritos que, pela meiguice, catequizam os transviados e perversos.
Todas estas linhas são harmônicas entre si e estão ligadas nos seus trabalhos; não fazem separação do todo; unicamente são linhas com modalidades de trabalho próprias, para assim mais produzirem em benefício do conjunto, do todo, da Umbanda.
O organismo físico possue órgãos, aparelhos, sistemas, no entando trabalham em harmonia para a vida do próprio conjunto, para sua própria existência; em separado nenhum deles lograria êxito, sucumbindo, por certo, pela falta de elementos; unidos, congregados, robustecem-se e desempenham as missões, fortalecendo sua individualidade, estruturando o todo.
Soube ser perfeita a Sabedoria Divina.


LINHA DE IAMANJÁ

IAMANJÁ! Iamanjá pela denominação já traduz a Divindade que assim procuramos nomear.
Na vibração dos Divinos princípios do universo, é fonte Divina de emanção, pureza e perfeição, é a meiguice, é a harmonia sintetizadas num SÍMBOLO às vossas vistas, na Umbanda, dentro do Ritual.
Maria, Mãe de Jesus de Nazareth, o profeta crucificado no lenho da Redenção; resignação traz consigo da própria lembrança da dor e do seu sacrifício na missão de regeneração do plano; é o símbolo da pureza, dos elementos elevados, altruisticos; é o Divino princípio do Universo, em Umbanda muito bem simbolizado trazendo a denominação de IAMANJÁ.
Representa proteção das virgens, dos espíritos que não foram maculados nos princípios Divinos, nos princípios nobres de elevação às moradas Superiores. Seu manto é puro; seu manto é cheio de doçura e bendito aquele que nele seja envolto. Iamanjá guia e protege em Umbanda todos os que lhe seguem em evolução.
Sua aura vibra acalentando os corações aflitos, dando força aos trabalhadores do bem, mitigando as dores, estancando as lágrimas, regenerando os corações.
A esta Linha pertencem os espíritos de grande evolução, espíritos meigos que, com sua pureza, confundem os ímpios, arrastando-os aos bons princípios da vida do Além. Grande é o número de espíritos desta Linha. Sua cor simbólica é o – Azul Celeste – Azul Céu, doce e pálido. Quando em trabalho, não usam grande Ritual; invocam o seu patrono, vibram e mais fazem cumprimentos do que grande paramentação; é um característico da Linha e destes espíritos. Seus múltiplos trabalhos são executados mediante invocações e emissão de vibrações e por meio delas procuram resolver dificuldades e auxiliar os irmãos da terra, mais de cima para baixo do que no próprio plano. Dentro desta Linha existem outras Divindades representadas e que mencionamos, entre muitas, a Virgem da Conceição e a Virgem dos Navegantes, contudo todas fazem parte da Linha base, da que lhes dá os característicos – a Linha de Iamanjá - .
Como já dissemos, o seu maior trabalho consiste em proteger as virgens, dar bons ensinamentos, procurando sempre a manifestação pela virtude. Não podem ser confundidas as características dos entes desta grande Linha, que se mostram nos gestos, nas ações, nas atitudes; sua apresentação dá ao Médium aspecto e linhas definidas e dificilmente tomam características ou aspecto que se assemelham ao de outras incorporações.
Dificil torna-se uma completa especificação ou demonstração, em virtude do grande número de entes desta Linha e da variedade de formas que se podem apresentar e externar seus sentimentos, mas, o que vos dou, bastante é para elucidar aos interessados que tenham confiança na força suprema do Pae, porque todos os trabalhos são orientados e guiados por missionários, sendo assim melhor esclarecidos no seu decorrer.
Fazem parte desta Linha as Sereias, as Ondinas, as Ninfas, as Forças do Mar Sagrado, de grande domínio no plano físico, pois são das forças das águas, os fluidos e emanações que se usam, em grande parte, para realização dos trabalhos da Linha.
Quando prestam-se homenagens ao conferem-se presentes, por certo terão de ser lançados ao mar grosso, para bom cumprimento da missão e para conseguir o fim desejado.
IAMANJÁ cubra com seu manto a todos os filhos que dão abrigo em seus corações aos Divinos princípios, que conduzem os seres em sua passagem neste Mundo de Regeneração, aos Mundos Superiores.
Quando em trabalho podem ser traçados pontos, que são alimentados com o símbolo material da luz espiritual – a vela.
Os traços desses pontos quasi sempre encerram as ondulações do mar; a cruz, o rozário e outros símbolos dão compreensão do modo de trabalho dos entes manifestados, isto de um modo geral.
Pelo que foi dado, com atenção fácil é aos esclarecidos compreender e reconhecer os diferentes elementos que possam apresentar-se
Os pontos cantados, na própria rima exaltam Iamanjá.
Possam os grandes espíritos desta Linha vos esclarecer e melhor orientar, introduzindo em vossos corações a pureza e os princípios de IAMANJÁ.


LINHA DE INHAÇÃ

INHAÇÃ ! Inhaçã na pureza lembra Iamanjá; na virtude segue firme ao lado de sua irmã Iamanjá.
‘’É o Deus tonante. É a linha que trabalha utilizando-se dos Elementos da natureza, filhos do fogo e da força mágica que a própria natureza encerra; sua denominação inspira e lembra esses Elementos, a força do próprio plano.
Não podia ser melhor representada em Umbanda do que por Santa Bárbara.
INHAÇÃ traz consigo ruído, traz consigo evidência das forças próprias da natureza em manifestação direta para o Homem.
Os espíritos de sua Linha, muito empreendedores, realizam notáveis obras, mas nos trabalhos de magia usam sempre os gnomos e forças da terra, circundados pelos astros. Têm esses espíritos satisfação por todos os trabalhos proveitosos que realizam e que beneficiem outras creaturas; quando em missão, levam seu cumprimento a termo, se preciso fôr, com sacrifício e até destruição de sua própria individualidade; nunca olham a si, mas sim os que podem ser beneficiados com a sua boa orientação e com o cumprimento das tarefas.
Os seres da Linha de Inhasã são em grande número; mais ríspidos em seus conselhos, mais severos, se distinguem por isso dos da Linha de Iamanjá. Possuem nomes diversos, sendo Trovão, Fogo, Cachoeira as formas que mais os seduzem. Sua cor simbólica é o laranja prateado.
Além da entidade espiritual patrono desta Linha, apresentam-se outras que representam Inhasã; fazem parte dela os caboclos, as nínfas, as sereias, os caboclos ribeirinhos, os quais, embora sintam ou se apresentem com modalidade diferente, estão subordinados a Linha base. São grandes desbravadores de almas, suavizam as calamidades e implantam o bem e o amor nas creaturas sofredoras; adoram os Elementos e a eles fazem culto, prestando-lhes homenagem em todo o Ritual. Quando em Terreiro traçam Pontos e suas características podem ser desde logo notadas, visto se manifestarem com mais violência que os da Linha de Iamanjá.
Os traços fundamentais destes Pontos apresentam, quasi sempre, um coração encimado por linhas que representam as forças da natureza; as flechas e outros simbolos dão as caracteristicas dos trabalhos e dos entes que se manifestam.
A presença destes seres, embora não seja frequente, é mais comum do que os que constituem a Linha de Iamanjá; trabalham, estão sempre atentos, vigilantes, assistindo a todos os que são bem intencionados e buscam a verdade cristã; exigem grande respeito durante os trabalhos, onde sempre se fazem acompanhar por outras creaturas.
INHASÃ - Deus tonante do Universo – cubra todos os que se fazem merecedores, com sua proteção.


LINHA DE XANGÔ

XANGÔ ! Xangô, cheio de fé e sacrifício, é abnegação para vencer os males e as tentações; é a perseverança e completo desprendimento das fraquezas do mundo físico. Em Umbanda é representado pela imagem de São Jeronimo, símbolo este que traduz o significado dos componentes da sua Linha. É a sabedoria que, pela abnegação e fé, domina as próprias feras e tentações, é a justiça cega, sábia, mas dura como a própria rocha.
Esta Linha abriga espíritos de grande evolução, quasi todos com missão doutrinária à amparar e suavizar os corações sofredores, pungidos pelas farpas maldosas das agruras terrenas. Quasi todos são pretos e dedicam-se a fundo aos trabalhos da magia, aos trabalhos ritualizados bastante aparatosos; está na índole da própria raça a invocação dos seus Deuses, na recordação dos mundos d’antanho; está na própria vibração da encarnação que passou, na suavidade dolente dos canticos lúgubres que procuram evocar; amam o Ritual e procuram fazer com que este seja o alicerce para a compreensão das verdades Divinas da vida do Além.
Xangô abriga no seu seio inúmeras falanges, infinidade de espíritos; são eles Moçambiques, Muçulmanos, Benguéla, que trabalham na vibração de Xangô.
Como nas anteriores Linhas, podem aparecer outros Xangôs, subordinados no entanto a Linha base; aparecem com denominações de XANGÔ-AGOJÔ, XANGÔ-AGOIÔ correspondendo aos santos São Pedro e São Paulo; São Jerônimo é XANGÔ-CAHÔ.
A cor simbólica desta Linha é o amarelo pálido. Humildade e pureza é o escudo das creaturas que nela trabalham, seres bondosos que amparam todos os filhos, mas que estão prontos a castigar todos os infratores, que se tornem por bem merecedores da palmatória. É uma das linhas que frequentemente aparece nos trabalhos de Umbanda e é a que mais se empenha contra o mal, contra o trabalho dos magos negros; é a que vence pela persistência e abnegação. É uma das linhas que dá prova de humildade na simplicidade de manifestação de um negro velho que, na luta para cumprimento de sua missão, sempre procura trazer nos lábios um sorriso e uma palavra de animo aos filhos da matéria. Não se exalta, não se cansa, labuta continuamente para aperfeiçoar suas ovelhas transviadas, que devem se juntar ao rebanho do Pae. Na dura tarefa não esmorece, adora Xangô, patrono que lhe inspira fé e lhe dá força para cumprimento das missões. Nas lutas no Astral, diante das hordas malévolas, diante dos perversos, impõe-se pela justiça, pela humildade. Na prece busca o alívio, o conforto e jamais se nega a amparar os aflitos, mesmo com sacrifício, mesmo nas horas difíceis.
No seu Ritual usam o marafo (cachaça) a fundangue (pólvora) o ponteiro (punhal) e todo o elemento de exaltação da vontade e que melhor facilite o trabalho.
No próprio Karma auxiliam o filho que pede sua ajuda; dão-lhe força, confortam seu espírito e o consitam a resignação, pedindo-lhe que mantenha-se calmo e sereno, dando tempo ao tempo para o tempo chegar e, na animação das palavras, esgotam-se as provações e o filho que por elas passou mantem-se calmo e resignado.
Nos trabalhos em Terreiro traçam pontos diversos, mas que, de forma geral, podem apresentar-se com o seguinte aspécto:
O traço característico destes Pontos é, de um modo geral, o círculo formado pela curvatura de uma flecha, que simbolisa a força da Divindade; os demais símbolos, como nos Pontos anteriores, variam conforme a natureza dos trabalhos e os entes que neles tomam parte.
Os Pontos cantados têm no verso a exaltação do patrono XANGÔ.
Tudo o mais, o espírito de observação e o desejo de conseguir compreender vos dará; não se pode, num breve esclarecimento, por a tona todo o entrelaçado Ritual rústico de Umbanda; mas, sí é a luz que vem de cima, pela própria origem, por certo, trará também conhecimento aos que forem capazes. Aos que chegado estiver o momento, horizontes se descortinarão e nas suas vistas luz brilhante e a fundo na retina penetrará.
Cheio de clareza e limpidez a todos XANGÔ vela e guia na sua passagem no mundo térreo de Regeneração.

LINHA DE OXÓCE

OXÓCE! Oxóce – Linha dos guerreiros desbravadores das selvas pecadoras; preparam os corações, são verdadeiros curadores das chagas do corpo físico e da alma. Carinhosos, cheios de doçura, buscando nas ervas, nos elementos das matas o bálsamo suavizador para as moléstias que afligem os seus irmãos da terra, são os verdadeiros curadores de Umbanda e também na alma o fazem.
Da virtude e da pureza elementos tiram para refrear os maldosos e os transviados, norteando-os para a senda bendita do Pai, caminho eterno da Regeneração, da Redenção aos páramos Divinos.
Si bem que sejam doceis, carinhosos, não lhes falta energia no cumprimento profundo da sua nobre missão.
Engastados na fétida podridão da lama, os trevosos são por eles daí arrancados para a lapidação de sua alma, para a cura de suas chagas espirituais, dando aos seus corações a brandura das boas creaturas.
São caboclos e disto muito se prazem.
Esta linha abriga no seu todo inúmeros espíritos. A cor que a simboliza é a – Verde – verde cor das matas, verde cor das selvas misteriosas, cheias de encantos.
Oxóce é o guerreiro caçador; é o guerreiro que busca as almas sofredoras e mitiga suas dores; daí a sua linguagem – “Oxóce sempre foi caçador e nunca foi caça” – expressão muito significativa, que traduz os modos e fins da Linha, seus trabalhos e sua devoção em fazer a conversão dos pequeninos desvalidos, que ainda não compreenderam o poder sublime do Pai, do altíssimo – DEUS.
Sua roupagem, na apresentação, é indígina, variando com a tribú a que pertencem, conforme os costumes que outrora tiveram.
Fazem parte desta Linha – Aguia Branca, Chefe Araribóia, Urubatan e outros, todos guerreiros chefes que pregam e proclamam humildade, justiça e bondade.
Acham-se integrados nesta Linha – Caraíbas, Incas, Astécas, Muçulmanos e outros.
Na sua apresentação usam Ritual e quando trabalham traçam Pontos.
Seus Canticos exaltam Oxóce caçador; são eles espíritos que muito trabalham em proveito da humanidade.
Linha de elevação, que tem como chefe espiritual – São Sebastião, que por si já dá vibrações peculiares à Linha, em vista de que, quando a terra palmilhou, foi portador de faculdades extraordinárias para cura.
Oxóce – São Sebastião – ser de elevação, carater nobre e superior, intransigente no direito e na verdade, mártir que sofreu resignado, sem proferir blasfemias ao creador – DEUS.
Sua irradiação protege e ampara a todos os entes desta grande Linha, sempre atentos e incansáveis na prática do bem; sua aura de pureza vibra para todos vós, para elevação dos espíritos encarnados e sua emancipação da matéria.
Que seus missionários possam mitigar os sofrimentos e curar as chagas dos vossos espíritos, para uma felicidade completa na mansão dos bem-aventurados.


LINHA DE OGUM

OGUM! Ogum o cavaleiro da paz, guerreiro intrépido, invencível na guerra; Ogum sublime, o guerreiro de Jurema, filho do Sol, não teme as lutas mas desfralda a bandeira da paz.
O verbo é o seu escudo, maneja a espada, convence os incrédulos; labuta constantemente em pról da humanidade, nos corações planta a semente da fé; o verbo é sua grande arma, invicta nos entreveros das idéias.
Ogum, o Filho do Sol, lembra São Jorge cavalgando seu corcel branco, puro como suas vestes; invicto, está em todas as partes, desde as mais baixas camadas até as que sua evolução permite chegar.
Os entes desta Linha são os abnegados de Umbanda em luta constante com os trevosos, com os Magos negros que, utilizando-se dos pequeninos seres, inconscientes do seu estado, praticam todos os atos indignos à boa moral, à virtude, às leis do Creador dadas nas suas Taboas, em Monte Sinai.
Não se afastam, não dão trégua, não esmorecem; no Astral são verdadeiros guerreiros; invocam o seu patrono – São Jorge -, e na prece procuram o alento e levam avante, de lança em riste, as hordas inimigas.
Inúmeros são os espíritos desta Linha, sendo doutrinária e de conversão a sua missão; Vermelho, cor do guerreiro, cor da guerra, é a cor simbólica desta Linha.
São bruscos nas suas ações, severos, mas doceis e de um coração cheio de bondade e ternura; são ríspidos ao aconselhar ou ao agir, mas amparam a todos que a eles imploram ajuda. Aparecem frequentemente nos trabalhos. Sua roupagem é a selvagem, é a do índio, é a do caboclo, é a daqueles que na selva viveram na rudeza de seus costumes, de seus hábitos. Têm eles afinidade bastante com os Missionários de Oxóce.
Além de seu patrono Ogum, o glorioso São Jorge, outras entidades com denominações sempre precedidas da palavra OGUM são identificadas, correspondendo a cada uma das sub-linhas, respectivamente; desta forma temos – OGUM YARA, OGUM ROMPEMATO, OGUM MEGÊ, OGUM DEODÊ, todos pertencentes a linha base de Ogum; operam estas sub-linhas em lugares e ocasiões determinadas, contudo não se afastam dos princípios que norteiam a grande Linha.
Junto ao planeta de Regeneração, planeta Terra, têm grande missão; nos seus trabalhos usam Ritual bastante aparatoso.
É evidente que, em contacto com creaturas do baixo plano, estejam estes seres na contingência de recorrer a todos os meios para conversão das mesmas, muitas vezes usando pagas, presentes e promessas de futilidades que para si nada representam, mas que ao ser pequeno e inconsciente é indispensável para sua mudança de proceder; este procedimento de forma alguma deve causar dúvida ou suspeita aos filhos que cogitam destes princípios; é unicamente a forma eficaz e direta para se tratar com os elementos do baixo Astral.
Podem também traçar Pontos que, de forma geral aparecem como segue:

O Ponto cantado, já no verso tem a exaltação à Ogum.
Quando é notada, nos trabalhos por Médiuns de faculdades apropriadas, uma entidade que tem a semelhança ou características do Símbolo de Fixação, não deve ser isso motivo de surpresa aos trabalhadores, aos assistentes materiais do trabalho; trata-se unicamente de um enviado da entidade espiritual chefe e por esse motivo assim se apresenta; tem todos os caracteres de São Jorge, o guerreiro; roupagem, o corcel fogoso, dificilmente controlado pelo seu cavaleiro, muitas vezes fazendo saltar fogo de suas patas, enquanto melhor, mas ligeiramente, divisa-se os traços da creatura que o cavalga.
Ogum, Filho do Sol, impávido guerreiro
Da guerra as tenebrosas lutas, altaneiro
Tu dominas a sós! – E cumpra-se a missão
Que aqui te fez baixar, descendo ao precipício
Deste mundo de dor, - te impondo um
(sacrifício:
Pela Virgem, - vencer do Mal esse dragão!
Tua fronte levanta, e alçando a lança, em riste
Contra o mal arremete e impávido persiste, -
Que nada poderá teu ímpeto deter!
Se a fraqueza vencer-te um breve instante,
O Pae perdoará; e seguirás confiante
Na certeza feliz de todo o Mal vencer!

Ogum que vos abra com sua espada as estradas da vida espiritual; quando partires para o Além, para a vida verdadeira, que os vossos passos possam seguir firmes, sem tropeços nos entraves que surgem aos que se lançam bruscamente no desconhecido.


LINHA DO SENHOR DO BONFIM

A Linha do Senhor do Bonfim é uma linha de fé para as creaturas que suplicam alívio em todos os transes porque passam nas provações do plano térreo; é simbolizada pela imagem de Jesus Crucificado; possue infinidade de seres ao seu serviço; dela fazem parte – africanos, pretos nagôs, iberês, mongóes, chins.
Atendem prontamente a todos os pedidos, porém quando justos e sem qualquer intuito ou fim de maldade ao semelhante; invocam constantemente o seu patrono e, nos trabalhos, apreciam bastante obediência e fé.
Fazem pequenas curas, trabalham na magia e auxiliam grandemente a conversão dos incrédulos; são dóceis e de grande humildade na sua apresentação; se for necessário, com a mesma doçura também punem os filhos que forem merecedores, para assim possam melhor moldar-se.
Trabalhando, constantemente aparecem fazendo uso de Pontos.
O Ponto cantado traz a vibração da entidade dirigente.
Linha do Senhor do Bonfim é a que abriga todos os filhos de fé, que fazem trabalhos inúmeros, sempre dentro do Ritual; predomina nesta Linha os filhos de Africa. Prateado – é a cor que a simboliza.
Possa este grande ORIXÁ proteger a todos que, em momentos tão tenebrosos, cumprem a sua provação no Plano de Regeneração, no plano térreo; portanto, salvemos a esta grande Linha.
Salve a Linha do Senhor do Bonfim.


LINHA DA CRUZ DAS ALMAS

CRUZ DAS ALMAS! A Linha denominada Cruz das Almas é a sétima Linha de Umbanda; de todas é a mais humilde e a que abriga em maior número, os seres de pequena evolução.
Seu patrono está simbolizado na mística da Cruz das Almas.
Os que trabalham nesta Linha devem ser cautelosos com os seres que a integram, na maioria ainda de pequena evolução; é na Umbanda a parte onde se faz a transição dos espíritos trevosos para seres esclarecidos, de corações ternos e caridosos.
Não se deve, de forma alguma, confundir com trevosos os que trilham esta senda, embora, muitas vezes, encontrem-se seres de evolução bastante rudimentar integrados no seio da Linha, manejando e trabalhando nos serviços de Terreiro de Umbanda (magia branca), única forma de se fazer a sua conversão.
Da mesma forma, poderemos encontrar infiltrados nas hordas do mal seres de grande evolução, o que é absolutamente natural, pois para converter tais creaturas, para evitar males irremediáveis, perversidades, foi necessário que se fizesse a adaptação de seres evoluidos entre os maos, os quais procuram exercer sobre estes últimos a sua influência, arrastando-os à trilhas seguras, para aperfeiçoamento do seu espírito e integração dos mesmos a Linha de Umbanda.
A missão que trazem os seres desta Linha lhes impõe condições de serem severos, argutos e extremamente previdentes em todos os seus atos.
Manejam tanto as forças de Umbanda como as de Quimbanda, (magia negra) em virtude de terem presos a eles inúmeros espíritos pequeninos; apresentam-se, muitas vezes, de tal forma nos trabalhos, que levam a confusão aos que não estão bem orientados no assunto; bruscos, severos e aparentemente sem ligar as dores e fraquezas dos filhos da matéria, são sempre solícitos aos apelos dos que a eles recorrem mas, para que um ser se imponha e domine creaturas sem compreensão e cheias de maldade do baixo astral, é necessário assim agir para ser admirado e respeitado; com tal atitude a tarefa torna-se-lhe mais facil e os que lhe estão ao lado procuram segui-lo e obedecê-lo, meio facil de modelar e modificar brandamente os afeitos ao mal.
A grande missão destes seres não vos exalto; são humildes, porem a roupagem dos seus cascões abrigam em geral, seres sublimes; costumam ser tratados por Veludos, Mestres, etc., não por desejarem ser distinguidos, mas unicamente porque esta denominação expressa melhor sua maneira de agir – macia e habilmente.
Quando trabalham usam Ritual bastante aparatoso; exigem pagas e presentes, fazem trabalhos de magia e combatem os fundamentos da Quimbanda, ou seja, da Magia Negra. São severos e exigem sempre o cumprimento das obrigações, não admitem qualquer ato de desaprovação às suas ações e advertem os filhos com castigos.
A esta Linha pertencem africanos, mongóes, chins; é a parte da Umbanda onde ingressam todos os seres que iniciam sua evolução. Possuem como as demais, sete sub-linhas com seus respectivos chefes. O vermelho pálido é a sua cor simbólica.
Quando trabalham traçam Pontos, que podem ser alimentados com velas ou ter neles cravados punhais (ponteiros); esses Pontos trazem, de um modo geral, flecha como referência.
Nos Pontos cantados pode-se perceber a Linha nas suas rimas. Os chefes das linhas da Cruz das Almas são muito respeitados pelos demais das outras Linhas; trazem missão grandiosa e bastante pesadas, mas contudo não esmorecem e trabalham febrilmente para o desempenho das mesma.
No cascão que lhes cobre, escondendo seu verdadeiro “EU”, com vibrações baixas na angustia da matéria, sentindo a podridão fétida dos gosos supérfluos e mesquinhos da carne, labuta febrilmente um ser Divino, pungido como um crucificado da sua própria vibração, sem alento.
Jesus, Zambe os ampara. Humildes e desconhecidos da nobre missão que trazem, procuram o bem, procuram o reino dos bem-aventurados; em muitos antros o escárneo lhes chega, ocultos na sua missão ninguem os compreende; àqueles que zombam a luz chegará; tudo tem seu término, tudo há de findar no espírito, luz que o Pai lhes deu e, quando isto acontecer, sentirão revolta do gesto audaz que praticaram.
Se eu sinto e muito quero vos dizer, também sinto que não tenho ao alcance e ao tacto da manifestação o exato verbo que esclareça o vosso intelecto; mas, ao pulsar os corações dos seres bem formados, rogo ao Pai que vibre na Sua Aura de pureza, para que fira o vosso ser no íntimo, chegando-vos a compreensão da realidade da missão nobre que no desempenho estão os seres da Cruz das Almas, e que a vós dê a benção.


LINHAS INDEPENDENTES

Além das sete linhas citadas com suas sub-linhas e sub-divisões, existem outras com maior autonomia, que completam as lacunas existentes nas linhas bases.
Estas linhas são constituidas por entidades bastante elevadas e que menos frequentemente aparecem nos trabalhos.
A estes espíritos é facultado, além do uso dos conhecimentos da sua Linha, lançarem mão dos recursos das demais, sem contudo perderem as características da Linha fundamental, da sua Linha de origem. São estes elementos os que fortalecem a Umbanda, dão-lhe maior corpo, maior desenvolvimento e esclarecimento, em virtude da grande parcela de conhecimentos que trazem consigo; são entidades com gráo de cultura bastante adiantado.
As Linhas que gosam desta concessão são em número de três ou, generalizando de forma mais ampla, são quatro; em prosseguimento vamos rapidamente passar as vistas sôbre cada uma delas.


LINHA COSME E DAMIÃO ou
LINHA DAS CREANÇAS. –

A Linha das creanças espirituais é uma das mais evoluidas da Umbanda; encontramos integrados nela grande número de espíritos que trabalham ardentemente na prática do bem; apezar da forma com que se apresentam não deve haver dúvida quanto ao seu grao de evolução.
Tudo tem sua causa, tudo tem seu motivo e razão de ser; já vos foi dito, - Umbanda tem fundamento; assim também o aparecimento das creanças espirituais tem sua razão de ser, seu fundamento.
A chefia espiritual desta Linha é constituida por cinco entidades denominadas: - COSME, DAMIÃO, DAUM, CRISPIM E CRISPINIANO, que são as dirigentes da mesma e que nela executam grandes trabalhos; quando se apresentam exigem respeito absoluto, embora brinquem, embora façam gestos ou tomem atitudes próprias de creanças; os demais espíritos das outras linhas lhes dão obdiência e grande atenção por ocasião de suas visitas.
O Ritual usado pelos componentes desta Linha é pouco; limitam-se eles a pedir doces e brinquedos, não usando o ponteiro, o maráfo ou demais objetos; gostam muito de leite, falam constantemente no Pai Grande (Deus) no vovô Negro Velho, espírito em cascão que dirige os trabalhos; quando neste estado, gostam imensamente das creanças e lhes dão proteção e amparo.
As creanças espirituais, embora pareçam nada produzir, embora aparentemente brinquem e façam ruídos, executam grandes trabalhos; revestido da pureza do cascão de um pequenino ser pode, muitas vezes, estar um Mago, mago da magia, mago dos conhecimentos divinos, nobreza, pureza e caridade manifestados em sua verdadeira extensão.


LINHA DO ORIENTE

Fazendo parte das linhas independentes, das linhas autônomas de umbanda, aparece brilhante com seus seres, a linha do oriente. Grande ë o número dos que a constituem: são bondosos, bastante evoluídos e irradiam de sua Aura vibracões puras, vibracões harmoniosas que lhes dão o caracteristico na apresentação.
Esta linha tem como patrono ou chefe espiritual São João Batista.
Quando apresentam-se estes seres, dão aos médiuns os gestos, a forma, as maneiras dos povos orientais: dificilmente aparecem nos trabalhos tomando aparelhos, mas gostam de demonstrar a sua presença, sem contudo tomar o médium: usam pouco ritual, fazendo saudações, limitam-se ao uso da mirra, incenso e demais.
São tolerantes, serenos e de grande brandura nas manifestacões e conselhos: são ótimos trabalhadores da magia e quando fazem trabalhos de cura são excelentes curadores: embora simples nas suas manifestações, ao se apresentarem deixam transparecer algum conhecimento.
Esta linha possue sub-linhas com seus chefes e demais trabalhadores: os povos que as integram são orientais, mongóes, chins, indianos, arabes e outros.
Dos chefes das suas sub-linhas que muito trabalham, para citar alguns mencionamos Ori-do-Oriente e Zarthu.
Quando traçam pontos aparece em geral o triangulo, a esfinge, o pentagrama sagrado e demais simbolos: isto porém raras vezes acontece: quasi sempre isso é feito por outros entes que não pertencem a esta linha, como meio para atrair os componentes da linha do oriente.
É uma das linhas que se empenha em fazer revelação de grandes acontecimentos, de novos conhecimentos, procurando sempre beneficiar a humanidade e contribuir para sua evolução.
Possam estas entidades deixar nos corações materiais a centelha do amor divino, fortificadas na aureola de luz do seu patrono São João Batista.


LINHA DE OXALÁ

A Linha de Oxalá também é uma das linhas autônomas de Umbanda; possue grande número de entidades; o chefe espiritual desta Linha – Jesus de Nazareth -, está simbolizado em Umbanda no sacrifício da cruz.
Linha de sacrifício, de doçura dos entes que seguem as pegadas do missionário que teve o cálice de fel como término de sua grande missão.
São todos espíritos bastante esclarecidos, contudo mostram-se humildes, ocultando as suas qualidades e verdadeira identidade; auxiliam grandemente os trabalhos de Umbanda.
Os seus trabalhos quase sempre são mentais. O Ritual usado por eles é bastante reduzido. Dificilmente executam trabalhos para uma isolada creatura, mas frequentemente vibram em benefício de muitos, sempre com o objetivo de auxiliar a humanidade e, desta forma, conveniente acham que seus trabalhos sejam mais amplos, nunca se limitando a entes isolados.
Todos sofrem, todos são filhos do Pae, todos precisam ser amparados, beneficiados; não há distinção, não há preferidos; todos são iguais para se beneficiar e auxiliar e, sendo assim, auxiliam a todos.
Possue como as demais, também suas sub-linhas. Raras vezes traçam Pontos r quando o fazem aparece, em regra geral, a Estrela, a Cruz e o Triangulo Triplo.
Possam os filhos de boa fé sempre serem guiados por estes seres.

SUPLEMENTO UNIVERSAL

À um determinado número de elementos da-se a denominação de SUPLEMENTO UNIVERSAL.
A sua ação é completamente autônoma das demais linhas; nenhuma delas pode interferir na ação destes espíritos, porém estes podem, de maneira energia, paralizar os trabalhos ou qualquer outro desenvolvimento que esteja se processando nas demais linhas.
Raras são as visitas destes elementos; quando, por qualquer circunstância, surgem no ambiente onde se processam trabalhos, paraliza todo o serviço, que só poderá ter andamento quando for por eles autorizado. A ação destes espíritos bem se parece com a da vossa justiça terrena.
Não vagueiam sòmente num plano, mas estão constantemente em diversos mundos.
Possuem grande luminosidade, de apresentação quase branca e intensidade tão forte, que brilham ofuscando a vista. Têm grandes conhecimentos e estão em ligação direta com os Senhores do Karma; espíritos puros, caráter elevado, é a justiça manifestada.
A autoridade que possuem é ilimitada, pois todos os seus atos estão diretamente controlados pelos espíritos Divino, que podeis fixar nos Senhores do Karma.
Não executam trabalhos, não se preocupam com seres isolados, mas fazem parte do próprio universo; vibram em uníssono com o Grande Cosmo e zelam pela sua conservação e continuidade.
Tudo tem que estar dentro da harmonia Universal, tudo tem que estar preso à força que rege o Universo; fazendo parte desta força, constituindo sua própria manifestação, aparecem os seres de ação independente do Suplemento Universal; a sua tarefa é grande e completam com seu trabalho todas as lacunas que possam bruscamente surgir.
Os trevosos temem estes entes e mesmo os Magos Negros que sorrateiramente trabalham em seus objetivos íntimos, usando os poderes do seu conhecimento para fins ilícitos, temem grandemente estas entidades; se, por qualquer motivo, pressentem a aproximação de um elemento do Suplemento, suspendem de pronto os seus trabalhos; quando, por qualquer circunstância, assim não procedem, a presença do Suplementos tolhe a ação das creaturas malévolas, as quais se vêm amordaçadas e inibidas de qualquer prática no domínio da magia; é o açoite dos perversos, é a justiça e a verdade aos bem formados, de sentimentos puros nos seus atos, pulsando em uníssono com a Aura Divina, em conseqüência da autonomia e dos espíritos de grande evolução que constituem o Suplemento.
Ao abrir-se os trabalhos ou ao iniciar-se qualquer serviço mental, fazendo preces ou praticando ato de invocação de forças, fazemos a saudação a estes entes incansáveis, que trabalham na conservação do próprio universo.
Ao lado das Linhas Independentes aparece o Suplemento Universal, contudo escapa à sua analogia; é limitado o número de seres do seu conjunto; as Linhas Independentes não interferem na sua ação, mas o Suplemento Universal pode interferir nelas de forma bastante acentuada.
Assim apresenta-se o Suplemento como que isolado de todas as outras linhas de Umbanda, zelando no entanto, por todas, por todos os planos, pelo próprio universo.
Do Suplemento já vos dou bastante; poderia, no entanto, encher vários volumes das minúcias e dos seus trabalhos, porém tudo vem ao seu tempo, a sua ocasião; talvez ainda o possamos fazer, si os poderes superiores permitirem ou se a fé dos irmãos chegar a tanto.

24.10.10

NA PAZ DA VELHA ABIDOS

Muito mais de sete mil anos antes que Maomé levasse às tribos nômades da Arábia o culto de um só Deus em toda sua pureza espiritual, no Egito, o país do céu transparente, floresceu uma religião cujos adeptos esculpiram gigantescos ídolos de pedra que Maomé odiava. E não obstante, os homens mais instruídos dessa religião adoraram o mesmo Deus Incognoscível que o Profeta do Islam; seu culto não foi simples idolatria. Os eruditos egiptólogos hodiernos, por mais que se esforçassem, não puderam dizer-nos algo mais sobre essa religião, porque ela pertence à pré-história, à época tão escassa em material que os mais estudiosos não conseguem tirar o véu que a oculta, e limitam-se a expor conjeturas cautelosas acerca de seu povo e acontecimentos.
Há lugares no Egito moderno, como por exemplo em Luxor, onde se encontram lado a lado o templo antigo e a recente mesquita muçulmana, oferecendo o impressionante contraste, aliás característico neste país.
Enquanto escrevo estas linhas, parece-me ouvir um galope de cavalos e, com os olhos de minha mente, ver os invasores árabes cavalgando e levando por todo o Egito o estandarte verde do Profeta. O tempo passa com uma paciência carregada de presságios... e o verde do estandarte cede lugar ao vermelho, branco e azul para voltar novamente ao verde. Mas, abafado por todas essas mudanças, o som do sistro dos templos antigos nunca deixou de ressoar.
O Egito não pode livrar-se do cunho da sua fé primitiva. Mercê do maravilhoso labor dos arqueólogos, o passado renasce diante de nós qual Fênix. Essas tangíveis relíquias de pedra recordam ao Egito o Passado, ao qual, por vezes se aferra, mas na maioria das vezes ignora.
Embora a fronteira entre o Passado e o Presente seja imprecisa, a atmosfera daqueles povos desaparecidos e seu culto extinto vibra ainda, suspensa sobre o país, e qualquer pessoa sensível atesta te-la indubitàvelmente sentido. Se seus templos decaíram tristemente, muitos deles destruídos ou sem tetos, albergando morcegos de largas asas, revoluteando à noite por entre as colunas; se daqueles homens ficaram apenas uns poucos corpos inumados para dar testemunho da sua existência (corpos dos quais foram retirados entranhas e sangue e que hábeis embalsamantes transformaram em múmias enfaixadas), muitos dos seus espíritos pairam nos lugares que freqüentaram e amaram em vida. O poder dos chamados mortos persiste no Egito, mais do que em qualquer outro país que conheço.
Senti em Abidos essa presença sutil numa sala de colunas do templo de Seti. Sentei-me num dos sete nichos, com as pernas cruzadas, para meditar. As estranhas figuras pintadas nas paredes em volta olhavam-me fixamente. Após duas horas de viagem pela baixada, atravessando plantações de cana e campos de favais, deixei o agradável, fresco e vivificante ar da alvorada (porque havia saído antes do amanhecer) e penetrei o limiar das ruínas do velho santuário construído por Seti, o primeiro dos Faraós. Não demorei em sentir-me subjugado por uma poderosa sensação do passado. Tão logo me sentei no nicho, projetaram-se na minha mente visões de uma época desvanecida.
Involuntàriamente, vi procissões desfilando pelo chão de pedra, com passos medidos e ritmados, dirigindo-se ao recinto do altar. Senti a forte vibração daqueles sacerdotes-magos que fizeram desse lugar um foco para atrair bênçãos de Osíris, deus que representavam com uma coifa de tríplice ornato posta no alto da cabeça. Ainda suas inovações ecoam através dos céus pelos séculos afora. A grande calma da sua presença começou a envolver-me e encantar-me; não demorou que suas asas benévolas me envolvessem, e senti minha existência terrena, cheia de desejos, deslisar-se como areia entre os dedos.
Bem disse Estrabão, o clássico geógrafo, quando escrevia referindo-se à sua própria época coberta de pó: “Em Abidos adora-se Osíris, mas no templo não se permite cantores nem tocar sistro ou flauta no início das cerimônias celebradas em sua honra, como é de uso fazer no culto ritual aos deuses...” A paz impregnou as brancas paredes da sala, paz acalentada de sonhos, cuja delícia o mundo exterior não conhece e nem pode compreender. A Marta dos bulícios e atropelos recebeu reprimenda de Jesus; a Maria tranqüila e compenetrada, o seu elogio. Nossas melhores horas não as passamos em algazarra e agitação, mas, sim, quando a serenidade desce sobre a alma e quando entramos em íntima comunhão com a Felicidade, Sabedoria e o Poder Divino.
Fiquei sentado no pequeno nicho na parede, como talvez algum sacerdote de tez morena se havia sentado centenas de gerações passadas, deixando que nesse intervalo sua aprazível influência me envolvesse em seu encanto. Oh! Que satisfação de estar só e esquecer os ruídos que o progresso traz como séqüito inexorável de seus muitos benefícios! E que prazer olvidar o egoísmo grosseiro, os mal-entendidos inevitáveis, ódios indignos, rivalidades aviltantes que, quando regressamos ao mundo dos homens não iluminados, nos alçam à cabeça, feitos cobras para nos atacar e picar.
Por que voltar, então?
Consideramos a solidão como se fosse a maldição dos céus, mas quando adquirimos a sabedoria, aprendemos a estima-la e recebe-la como uma bênção. Devemos escalar o monte Everest dos nossos sonhos e acostumar-nos a viver nos píncaros da solidão. Porque, se buscarmos a alma na multidão, só encontraremos o vácuo; se buscarmos a verdade, nada acharemos a não ser a hipocrisia.
A sociedade é da alma e não do corpo. Podemos passar uma noite na sala de espera de uma estação entre quarenta pessoas, e sentirmo-nos tão sós como se estivéssemos no Saara. Os corpos poderão aproximar-se, mas se os corações e as mentes permanecerem ausentes, continuaremos sós e isolados. Achamo-nos obrigados a cumprir as formalidades da etiqueta e, quando alguém nos convida, vamos visita-lo. O anfitrião não está presente para nos dar as boas-vindas, pois ele limitou ao corpo a obrigação de receber-nos, sabendo perfeitamente que entre nossas mentes há um abismo tão grande que não poderemos entender. Travar relações com alguém dessa espécie é melhor não fazer coisa alguma. Quem Deus separou, o homem não deve unir!
Tomei passagem para o Império Celestial, esse grande país onde não se infiltram notícias mesquinhas da nossa vida trivial. Será dizer que tenho ódio aos meus semelhantes? Pode ser chamado de misantropo o homem que brinca com as crianças e reparte suas moedas com os pobres?
Por que não ficar longe de tudo e aceitar a aventura de uma existência solitária, retirada, livre da ansiedade, nos lugares tranqüilos, como este do santuário de Abidos?
Criticamos amiúde o homem que foge à sociedade em busca de vida mais elevada, sem pensar que talvez ao regressar ele possa trazer algumas novas para seus semelhantes. Voltou-se à memória a solene promessa de regressar que me arrancaram aquêles a quem respeito ou melhor, venero, e da qual sabia não poder escapar. Todavia, não me entristeci porque também sabia que, quando o mundo me cansasse, poderia submergir-me no poço profundo do meu ser e sair renovado, satisfeito e feliz. Naquele grande silêncio sagrado dentro de mim, podia ouvir a voz clara de Deus, como nesse grande silêncio do templo podia ouvir as vozes mais débeis dos deuses desaparecidos. Quando voltamos ao mundo exterior, vagamos entre as sombras e incertezas; entrando em nosso próprio interior, movemo-nos entre sublimes certezas e beatitudes eternas. “Aquieta-te” – disse o Salmista – “e sabe que sou Deus”!
Perdemos a velha arte de ficar a sós e não sabemos extrair a felicidade dos nossos recursos internos; por isso, compramos distrações ou recorremos a outras pessoas para nos distrair, momentaneamente. E, não só não sabemos estar sós, como também não sabemos ficar quietos. Entretanto, se pudéssemos manter o corpo durante algum tempo na mesma posição e usar nossa mente de maneira adequada, lograríamos conquistar a sabedoria profunda, digna de ser possuída e saturar nossos corações de paz salutífera..
Fiquei quase duas horas sentado até que o tique-taque contínuo do relógio se fez ouvir novamente. Abri os olhos.
Mirei as grossas colunas da sala sustentando o pesado teto, e que pareciam gigantescas plantas de papiro apoiando sólidas cúpulas. Parte das colunas estava iluminada pelos raios do sol, que penetravam aqui e acolá pelo teto esburacado, realçando os baixos-relevos e pinturas. Aqui estava o Faraó em atitude cerimonial, frente a um dos seus deuses favoritos, ou levado à presença do próprio Osíris; fileiras de hieróglifos, uma após outra de conteúdo misterioso para os não iniciados, acompanhavam cenas pictóricas. Séculos se haviam passado, quando Seti em pessoa contemplava essas mesmas colunas de bases salientes, cobertas de inscrições.
Estiquei as pernas entumecidas e levantei-me para percorrer o resto do templo. Atravessei câmaras altas e santuários abobadados, e aproximei-me para estudar mais de perto os murais e pinturas, cujas cores, azul, verde, vermelha e amarela se destacavam sobre a branca e marmórea pedra calcárea, com tanta frescura como quando saíram das mãos dos artistas, há mais de três mil e quinhentos anos.
O toque delicado da beleza feminina se estraga, mais cedo ou mais tarde, pelo impiedoso assalto do tempo, mas a dura e pétrea beleza dos rostos femininos dessas pinturas parecia desafiar seus embates. Que segredos possuíam aqueles antigos pintores ao preparar as tintas, cujos vermelhos brilhantes e azuis claros conservavam sua frescura, e por que não podem ser imitados atualmente? A viva coloração parecia ainda escorrer dos pincéis, os finos desenhos e os esplêndidos cinzelados dos escultores daqueles tempos ficaram os mesmos nas brancas paredes de pedra, frente às quais eu permanecia meditando, testemunhos tangíveis daquela vida misteriosa do Egito desaparecido. Por toda a parte se via o Rei rendendo culto aos grandes deuses e recebendo em troca as bênçãos. Esse templo singular não estava dedicado integralmente, como era costume, a uma divindade especial; ali se honravam vários deuses do Panteão egípcio. Cada qual tinha seu santuário e estava representado em alguma cena religiosa, pintada ou esculpida na parede; contudo, Osíris conservava a supremacia. Havia sete recintos abobadados, formados de grandes blocos de granito, cada um cruzando-se com outro, dedicados a Horus e Ísis, Ptah e Harakt, entre outros.
Ísis, a grande deusa velada, Mãe da Sabedoria, com toda sua ternura maternal, tocava o ombro do Faraó devoto. Ao lado dela flutuava seu barca sagrado em cujo centro havia, finamente trabalhado, um oratório adornado de flôres de lótus; as águas tranqüilas e os ventos obedientes estavam dispostos a leva-lo às regiões paradisíacas dos deuses, deusas e alguns seres humanos que como deuses desciam à Terra para abençoar.
Os incautos, olhando essas pinturas, pensam como puderam os antigos egípcios ser tão estúpidos em acreditar nessas coisas, nessas divindades, inexistentes, nesses barcos sagrados que transportavam para o céu os favoritos dos deuses! A verdade é que os barcos eram apenas símbolos, elementos de uma linguagem sacra, que o escol do mundo antigo entendia perfeitamente, mas o mundo moderno difìcilmente consegue entender. Certamente, essas divindades estavam longe de ser uma ficção. No Universo infinito há lugar para outros sêres, superiores ao homem e, embora adotassem formas e nomes diversos em diferentes épocas, essas deidades não mudaram seu caráter específico.
Eu creio com Plutarco, que diz::
Não há deuses diferentes nos diferentes povos, quer sejam bárbaros ou gregos, pois mesmo o sol, o céu, a terra e o mar que são propriedades comuns de todos os homens, são designados de modo diverso nos diferentes países.
Muito embora, aparentemente, hajam hoje desaparecido de nossa visão, suas atividades não podem findar. Somente são menos tangíveis para nossos sentidos físicos, mas nem por isso estamos fora da sua esfera de ação. Embora não desçam mais em densas formas terrenas, continuam vigiando o mundo que foi entregue aos seus cuidados, fiscalizando o progresso da evolução humana. Eu creio em deuses como acreditavam esses antigos egípcios, considerando-os sêres super-humanos que custodiam a evolução do universo e do bem-estar da humanidade, dirigem o destino oculto dos povos e guiam seus mais importantes assuntos; enfim, encaminham todos os homens e todas as coisas à última finalidade de toda a criação – a perfeição suprema.
Esses sete santuários, consagrados aos cultos, presenciaram holocaustos de fogo e água, oferendas de incenso, posturas e orações. Cerimônias que foram idólatras ou espirituais, segundo a compreensão e a intenção que davam aqueles que nelas participavam. O homem que via nesses atos físicos substitutos satisfatórios das suas virtudes íntimas, era um idólatra, enquanto o homem que os considerava meras lembranças simbólicas da devoção e sacrifícios que diàriamente oferecia a seu Criador, sentia-se fortalecido na verdadeira fé religiosa. O sacerdote empregando símbolos que fazem parte do ritual da magia, poder concedido por tradição, assumia grande responsabilidade, porque atraía fôrças tanto diabólicas como angelicais para a assembléia que presenciava o ritual.
A entrada era proibida à massa nesses sete santuários internos, cujos altares desaparecidos, outrora reluziam de ouro, e na verdade, nos inúmeros templos egípcios ninguém se atrevia a passar além dos espaçosos pátios. Dessa maneira, a religião tomou um caráter particular em que o papel preponderante era desempenhado pelo exclusivismo sacerdotal. Pensei na liberdade que reina na mesquita ou na igreja e compreendi, mais uma vez, porque os sacerdotes que se haviam excedido em seus esforços por conquistar e conservar o poder, acabaram por perder até a menor partícula de sua influência. “Dá de graça o que de graça recebeste”; essa sentença não tinha aplicação naqueles tempos. Os sacerdotes recebiam e, com grande reserva e cautela, davam em parcimônia.
Que estranhas mudanças traz consigo o tempo, pensei. O sarcófago do homem que edificou o templo, o esquife vazio de alabastro da múmia do Faraó Seti, ficou mais de cinco mil quilômetros de distância, num pequeno museu estabelecido em Inn Fields de Lincoln, entre os advogados e corretores imobiliários de Londres. Se o tivessem enterrado trinta metros mais fundo, quase podia ter escapado à acidentada viagem pela Baía de Biscaia.
Levantei os olhos para contemplar a abóbada celeste pintada de um azul escuro semeado de estrelas. Através do teto avariado pelo tempo, aqui e acolá aparecia o céu. Em nenhuma parte do mundo, disse-me a mim mesmo, tem o céu cor azul tão intensa como no Egito. Penetrei num corredor poeirento e pus-me a estudar a famosa Tabuinha de Abidos, essa lousa gravada em caracteres hieroglíficos, mencionando todos os Reis do Egito até Seti. A Tabuinha ajudou aos arqueólogos a formarem seus conhecimentos mais concretos sobre a história do país. Estavam ali, também, as figuras em baixo-relêvo do Faraó Seti junto ao seu filho, o jovem Ramsés, no ato de homenagear seus setenta e seis antepassados. A augusta cabeça do Rei, de feições acentuadas, porte altivo e cerimonioso, estava de perfil. Percorri o templo pisando na fina areia que ali cobria uma parte do solo e prossegui estudando outros baixo-relevos, pinturas envoltas de cartéis reais e fileiras de formosas inscrições hieroglíficas profundamente gravadas na pedra.
Horus, com cabeça de falcão e corpo de homem, aparecia sentado, erguido no seu trono cúbico, alto, sustentando em ambas as mãos o tríplice cetro do Egito – o chicote, o bastão encurvado de pastor e a vara de Anúbis, três insígnias simbólicas de bom governo. O chicote representava o domínio do corpo, o bastão, o controle dos sentimentos, e a vara com cabeça de chacal, o domínio do pensamento. O sólido trono cúbico indicava o domínio da natureza animal do homem. Seus ângulos retos mostravam que os iniciados devem sempre se comportar “com retidão”, donde vem a frase moderna usada na franco-maçonaria “pela conduta reta”. A franco-maçonaria possui tradição ancestral mais antiga do que o supõem os próprios maçons. “Faze-te reto para ser útil; a pedra que serve para murar não se abandona no caminho” – diz uma antiqüíssima inscrição persa de influência maçônica. Ao longo da base do trono avistava-se uma fila de cruzes ansatas – a famosa “chave dos mistérios” tanto dos egípcios como de outras raças. Para os egiptólogos, é o símbolo da vida, porém, interpretando-a mais profundamente, compreenderemos que se trata do símbolo da iniciação à imperecedoura vida superior do espírito.
O grande alvo que deviam alcançar os iniciados egípcios era o de autodomínio. É por isso que vemos com tanta freqüência nos retratos essa expressão de calma imperturbável nos rostos. Frente a Horus estava seu devoto, o Rei com as mãos estendidas cumprindo o ritual de purificação, enchendo com água o vaso adornado de lótus em flor. Lótus era uma flor sagrada no Egito, como aliás em todos os países da antiguidade. O Rei perpetuava nesse baixo-relêvo seus piedosos cuidados para com o crescimento e desenvolvimento da sua natureza espiritual. O monarca levava um avental triangular prêso à cintura, com o qual cobria os órgãos sexuais, peça que tinha exatamente o mesmo simbolismo do atual avental dos franco-maçons. Essa figura do Faraó com avental, cumprindo o ritual de sacrifício no templo diante do seu divino mestre, tem sua reprodução moderna, porquanto no século XX os maçons ainda hoje realizam seus rituais na Loja Maçônica diante do Venerável Mestre, com o avental. Abidos, a primeira sede da religião de Osíris, foi também a primeira Grande-Loja dos ritos secretos daquela religião; isto, é, dos “Mistérios”, os progenitores da primitiva Franco-maçonaria.
Caminhei por entre as grossas colunas, ouvindo o incessante gorjeio dos pardais que se aninhavam ao longo dos velos telhados. Saí do templo, dobrando para leste, entrei por uma porta que dava para uma passagem em declive, cujas paredes estavam cobertas de figuras e textos tirados do principal livro sagrado dos egípcios: O LIVRO DOS MORTOS. A passagem conduzia às criptas subterrâneas que, segundo crêem os egiptólogos, tinham sido erigidas como o cenotáfio de Seti.
Esse recintos de aparência arcaica foram descobertos sob um monte de escombros, a mais de doze metros de profundidade. A sala central era baixa e construída em forma de um gigantesco sarcófago. O teto plano e delicadamente esculpido, cujo baixo-relêvo apresentava Shu, deus do ar, levantando da terra um Faraó morto e levando-o em seus braços. Senti logo que naquela cena devia haver algum simbolismo oculto. A construção feita de enormes blocos de pedra era notável no seu conjunto. Um fosso cheio de água rodeava a cripta, isolando a nave central. É mais que provável que esse fosso se comunicava com o Nilo por algum canal subterrâneo secreto. Heródoto descreveu um lugar semelhante que, segundo lhe disseram os sacerdotes, existia debaixo da Grande Pirâmide; contudo nada pôde ser provado até agora. A misteriosa cripta de Abidos, praticamente única no seu gênero, na realidade podia ter sido construída por Seti para lhe servir de cenotáfio, porém dava-me a impressão nítida de que originalmente devia ter tido outro objetivo mais importante. Qual seria esse objetivo? Deixei momentaneamente a questão em suspenso.
Voltei à sala das colunas e sentei-me na sombra que elas projetavam. Aqui em Abidos, diziam as antigas tradições, havia sido enterrado secretamente o próprio deus-homem, Osíris, na necrópole real de Thinis, cidade que no longínquo passado ocupou este mesmo lugar. O Rei Neferhotep fez relembrar esse fato, quando, ao receber o cetro faraônico, encontrou Abidos um montão de ruínas; e sublinhou ter procurado na biblioteca sacerdotal de Heliópolis os arquivos relativos ao templo de Osíris, que antigamente estiveram nesse lugar e, segundo os quais, após estuda-los, mandou reconstruir os ritos abandonados. O sucessores de Neferhotep usaram esses documentos para reconstruir das ruínas a formosa obra, agregando-lhe novas construções. Esses Templos se ergueram entre as casas da cidade de Thinis, mas o tempo acabou por destruí-los.
No primitivo Egito, os Mistérios de Osíris constituíam uma característica destacada na religião, e Abidos era o primeiro lugar do país que os celebrava, fato que o transformou num dos lugares mais sagrados da nação; assim, as vibrações que sentia eram daquela atmosfera espiritual e não dos ritos convencionais que se efetuavam diàriamente naquele belo templo, embora posterior ao Rei Seti. A história inicial de Abidos se entrelaça com a história do próprio Osíris, cujo calendário remonta à época ignorada em que as datas esfumam no era pré-história da origem egípcia; à época anterior aos Faraós. Foram tempos em que os deuses não desertavam dos homens, quando os “semideuses”, como os chamam os historiadores egípcios, governavam o povo. É maravilhoso – ponderei – sentir através de um misterioso processo as vibrações que ficaram aqui na sublime atmosfera da pré-histórica Abidos, e podem ser captadas de novo por um receptor humano sensível.
Ali, em Abidos, foi estabelecido o primeiro santuário-mor de Osíris no Egito. Mas quem era Osíris? A lenda histórica responde com um mito fantástico e inconcebível de alguém que foi assassinado e despedaçado, e cujas partes esparsas do corpo foram misteriosamente reunidas.
Deixei o problema para que a mente o sondasse, e aguardei a resposta...
Do silêncio do passado me veio esta: Um dos grandes seres da Atlântida previu a necessidade de ser preparada uma nova residência para os seus escolhidos, espiritualmente mais jovens, e os levou para o Leste, terra em que agora fica o Egito. Havia ele alcançado o grau de elevação super-humana, própria dos semi-deuses, e era para seu povo, não somente um governante humano, mas também um deus. Levou consigo os mais seletos do continente condenado, ainda que este estivesse no apogeu da sua civilização, porque os deuses costumavam preparar novas nações muito antes que as antigas desaparecessem.
Antes do cataclismo da Atlântida, emigraram pequenos grupos de homens mais esclarecidos espiritualmente. Os que pertenciam aos impérios ocidentais partiram para a América do Sul e Central, os que eram do Império do Leste, dirigiram-se para a África e ali lançaram os alicerces da grandeza do Egito.
Viajaram em sua embarcação curvilínea com a proa na direção oriental pouco conhecida e começaram a estabelecer-se em pontos diferentes e em diversas ocasiões, na costa Euro-africana. Mas a leva, que ia sob a direção imediata de Osíris, foi conduzida ao Egito pré-histórico em cujas praias desembarcaram e, antes de prosseguir remontando o Nilo, passaram pelas três Pirâmides e a Esfinge, produtos das primeiras levas emigratórias dos atlantes, e navegaram até que Osíris lhes ordenou deterem-se, não muito longe da atual Abidos. Encontraram o norte do Egito já habitado por uma população aborígine que os aceitou pacificamente e, além do mais, devido à superior cultura dos recém-chegados, permitiu que lhe impusessem seus costumes e domínio. Assim nasceu a civilização do Baixo-Egito, e Osíris, antes de abandonar seu povo, instituiu-lhe os Mistérios religiosos, deixando-os como um legado duradouro para perpetuar seu nome, sua obra e sua doutrina. Esses homens, esses egípcios pré-históricos, possuíam, portanto, cultura e civilização muito antes que Londres surgisse dos seus pântanos. Muito depois do desaparecimento de Osíris, e quando sua religião precisava ser revitalizada e codificada, surgiu outro grande mestre, um “semideus”, chamado Thoth, que estabeleceu em Sais um novo centro, o segundo, dos Mistérios de Osíris. Tudo isso ocorreu entre as comunidades aboríginas do Egito pré-histórico.
Donde então surgiu a lenda do assassinato de Osíris?
Não achei no momento a resposta e decidi aguardar uma outra meditação.
Retirei-me do templo caminhando pelo calçamento desigual do solo, cuja superfície há muito tempo havia sido desgastada. Antigamente estava recoberta com belíssimos mosaicos, dos quais agora não resta um só fragmento. Lancei um último olhar às formosas colunas cujos capitéis em florões sustentaram durante tantos séculos grande vigas de pedra talhada do teto e ainda continuavam suportando-as galhardamente. Assim dei por terminada minha visita neste santuário da antiguidade.
Saí do pátio e deixei as dependências do templo. Sob a ofuscante luz do meio-dia, pisei escolhendo caminho entre as pedras e pós, destroços de rocha e montes de areia, lajes esburacadas e restos disforme de colunatas, onde os espinheiros verdes e sarças espinhosas se entrelaçam, tomando conta das ruínas. Aproveitei um ponto favorável, e mais uma vez dei uma última mirada no deserto templo milenar.
Ali se erguia em sua brancura imaculada, com doze colunas dispersas na entrada e uma porta estreita e simples. Que aspecto diferente e grandioso devia ter, quando esteve no pináculo da glória! A arquitetura no Egito foi arte hierática. A religião era um fio no qual os artistas e artesãos enfiavam as contas de suas magníficas obras.
Seti, orgulhoso da sua própria façanha, mandou gravar numa lápide: “O interior do palácio está embelezado com ouro fino, puro, trazido diretamente das minas. Ao velo, o coração se extasia de júbilo e o povo se prosterna submisso. Sua nobreza é o que há de mais esplendoroso, seus portais, desmedidamente grandes, são de pinho do bosque, dourados com ouro fino e nas partes de dentro blindados de bronze. As grandes pilastras são de pedra de Anu e seu revestimento de granito; sua beleza comove até Ra no horizonte.
Assim era Abidos considerada cemitério do deus Osíris e, na realidade, o primeiro centro egípcio dos “sepultamentos” para iniciação aos Mistérios.
Enquanto descia ao povoado, levando comigo meus sonhos íntimos do passado, os pássaros cantavam ainda, entre os avariados telhados do templo, este último sucesso do primeiro santuário de Osíris.
Gostei imensamente do lugar, cujo feitiço intangível deixado em mim por mãos invisíveis, chamar-me-á a voltar repetidas e mais repetidas vezes. Esses lugares me escravisam mental e fisicamente, e de seu domínio, penso, não poderei escapar.
Quando nas horas efêmeras da vida consigo apanhar alguns momentos imortais, compreendo, então, que não vivi minha existência em vão. Em Abidos senti alguns desses momentos.

Do Livro – O Egito Secreto – Paul Brunton.