O êxito da mediunidade não pode ser fruto de um passe de mágica
ou de uma eclosão miraculosa; exige carinhoso tratamento, muita disciplina,
superação das influências do meio e absoluta renuncia a interesses pessoais.
Mas, além da conduta moral exigida a todo médium bem intencionado, o estudo se
revela como um dos mais importantes fatores de realização mediúnica, assim como
um instrumento musical afinadíssimo representa metade do êxito do seu
executante.
Devido a nos encontrarmos num planeta tão heterogêneo como é
a Terra, no qual vivemos algemados a tantas vicissitudes, por entre tropelia, ruídos,
decepções, desajustes e conflitos emotivos, não se pode servir ao Alto apenas
com um programa calculado para momentos especiais, assim como nos seria dificílimo
aliar o útil da espiritualidade ao agradável dos prazeres humanos. Não devemos
nos esquecer de que Jesus não se deixou condicionar aos favorecimentos do meio,
para salvar a humanidade ; ligou-se em espírito às esferas de padrão espiritual
superior e exerceu seu mandato a distancia de qualquer limitação exterior. O
médium que se torna tolerante, desinteressado e afetuoso, respeitando todas as
convicções religiosas e filosóficas dos seus irmãos terrenos, sem dúvida,
torna-se o intermediário da maior autoridade espiritual do planeta, cuja
mensagem é endereçada a todos os homens, sem distinção de crença ou de modo de
pensar.
Submetendo-se o médium a uma heroica disciplina no sentido de
encontrar-se pronto para quando a vontade superior indicar o serviço a fazer,
procurará sempre superar as vicissitudes naturais da vida humana e se sobrepor
às complexidades sentimentais do mundo, objetivando apenas o propósito de
vibrar intensamente em espírito, a fim de melhor poder efetuar perfeita ligação
com a consciência mais ampla da autoridade espiritual superior.
RAMATIS