8.12.10

O SIMBOLISMO MAÇONICO E OS ANTIGOS MISTÉRIOS SÃO UMA E A MESMA COUSA

209. “A Ordem conhecida por Franco-Maçonaria parece ter sido instituída como veículo para conservar e transmitir uma narração das relações milagrosas do Altíssimo com Seu povo na infância do mundo pois, no período primitivo, a Franco-Maçonaria pode ser identificada com a religião.

210. “A identidade da Instituição Maçônica com os Mistérios Antigos é clara pelas notáveis coincidências que existem entre eles. Estes eram um culto religioso secreto, e os depositários da religião, ciência e arte. A tradição data a origem dos Mistérios dos primitivos períodos de tempo e os torna coesos com a organização da Sociedade.

211. “Porém a ordem da Franco Maçonaria vai além dos Antigos Mistérios; ao mesmo tempo que contém tudo o que é útil das instituições do passado, inclui no seu círculo tudo o que é bom e verdadeiro do presente, e assim se torna conservadora e depositária da religião, ciência e arte.

212. “Sem qualquer referência as formas e modalidades de crença, fornece uma série de provas indiretas, que agem silenciosamente para estabelecer os grandes princípios gerais da religião, aponta para o sistema triunfante que foi objeto de todas as dispensações anteriores e deve, finalmente, ser a única religião da humanidade, pois é a única religião em que o plano de salvação é claramente delineado.

213. “De século em século, esses Ritos deixaram suas sublimes lições de sabedoria e esperança, tranqüilidade e conselho, aos “Filhos da Luz”. Eles nos ensinam hoje as mesmas lições e na mesma linguagem. Porém, vemo-las nós como as viram as gerações passadas? Impressionam-nos elas como as impressionaram? Ou passam perante a nossa vista como um panorama de alguma terra desconhecida, para a qual não há quem no-la descreva, nem diga onde está ou nos dê alguma noção inteligível sobre a mesma? Aceitando o símbolo, perdemos o seu sentido. Os nossos Ritos nos serão de pouco valor, se assim acontecer. É dever nosso, pois, fazer da Franco-Maçonaria o objeto de profundo estudo. Devemos consultar o passado.

214. “Devemos aproximarmo-nos do sarcófago do assassinado Osíris, no Egito; entrar nas Cabivernas da Frigia, e comungar com os Cabiros; penetrar no “Colegia Fraborum” da antiga Roma e trabalhar nos Círculos Místicos de Sidon. Numa palavra, devemos prosseguir nas nossas investigações até encontrarmos o pensamento que se encontrava nas mentes dos que crearam a instituição e fundaram nossos Mistérios. Então saberemos exatamente o que queriam dizer. Veremos neles uma grande serie de dramas morais e filosóficos, de grande eloqüência e valor instrutivo, brilhantes de idéias sublimes, como os céus brilham de estrelas. E, finalmente, descobriremos que nossos Ritos abarcam todas as circunstâncias possíveis do homem – morais, espirituais e sociais – e têm uma significação tão alta como o universo e tão profunda como a eternidade”.

215. “Se procurarmos a origem e começo da filosofia Maçônica, ser-nos-á necessário voltar nossas vistas para os séculos de uma remota antiguidade, e encontraremos o começo no seio de associações semelhantes, entre as quais a mesma filosofia era sustentada e ensinada. Porém, se confundirmos as cerimônias maçônicas com a filosofia maçônica, e procurarmos a origem dessa instituição, modelada na sua forma exterior atual, quase não nos será necessário lançar os olhos além do começo do século dezoito, e, talvez nem mesmo até lá.

216. “Afirmo que a filosofia da Franco-Maçonaria está empenhada na contemplação do caráter divino e humano; de Deus como ser eterno e existente por si mesmo, em contrario à mitologia dos antigos povos, que se achava sobrecarregada de uma multidão de deuses e deusas,, semideuses e heróis; do homem como ente imortal, preparando na vida atual um futuro eterno, contrariando da mesma forma a filosofia antiga, que limitava a existência do homem à vida atual”.

217. “Portanto, essas duas doutrinas, a da unidade de Deus e a da imortalidade da alma, constituem a filosofia da Franco-Maçonaria. Quando pretendemos defini-la resumidamente, dizemos que é um antigo sistema de filosofia que ensina esses dois dogmas”.

218. “A lei fundamental da Maçonaria exige apenas a crença no Supremos Arquiteto do Universo, e numa e existência futura, afirmando, ao mesmo tempo, com uma tolerância particular, que em todos os outros assuntos de crença religiosa, os Maçons devem ter apenas a religião na qual todos os homens estão de acordo, deixando-lhes suas opiniões particulares. Sob o abrigo desse sábio conselho, os Cristãos e Judeus, os Maometanos e Brâmanes podem unir-se ao redor de nosso altar comum, e a Maçonaria se torna, tanto na prática como na teoria, universal. A verdade é que a Maçonaria é incontestavelmente uma instituição religiosa – a sua religião sendo de natureza universal, em que todos os homens concordam, e que é transmitida através de uma longa sucessão de séculos, desde o antigo sacerdócio que primeiramente a ensinou, e abraça os grandes princípios da existência de Deus e da Imortalidade da Alma – princípios que, pela sua linguagem simbólica particular, conservou desde a sua fundação e ainda continua a ensinar, pelo mesmo belo modo. Em relação à sua fé religiosa, não devemos nem podemos ir além disto”.

219. “A Franco-Maçonaria não pretende intervir nas opiniões religiosas de seus membros. Apenas pede a declaração da simples fé universal em que os homens de todas as nações e crenças estão de acordo – a crença em Deus e na sua providencia reguladora e vigilante. Ela não se aventura a ir além, deixando as mentes dos seus discípulos, nos pontos discutidos e opiniões sectárias, inteiramente desembaraçada. Essa é a única qualificação religiosa necessária para o candidato, porém é estritamente exigida. Portanto, a religião da Maçonaria é o puro teismo, no qual os seus membros enxertam suas opiniões particulares; porém, não lhes é permitido introduzi-la na loja, ou relacionar a sua veracidade ou falsidade com a verdade da Maçonaria”.

220.”Todo Maçon, dizem as antigas Ordenações de 1722, é obrigado pelo seu regulamento a obedecer à lei moral. Ora, essa lei moral não deve ser considerada como limitada ao decálogo de Moisés, em cujos limites estreitos os autores eclesiásticos tecnicamente a restringem, mas se referem antes ao que é chamado Lex Nature, ou a lei da natureza. Essas leis da natureza foram definidas por um autor instruído, porém não de época recente, como sendo: “A vontade de Deus relativa aos atos humanos, apoiada nas diferenças morais das cousas; e, como são descobertas pela luz natural, são obrigatórias para toda a humanidade”. Essa é a “Lei Moral”, a que alude a velha Ordenação citada acima, e que declara ser a lei da Maçonaria. E isso foi sabiamente feito, pois é evidente que nenhuma lei que fosse menos universal podia ser apropriadamente escolhida para o governo de uma instituição cuja característica mais saliente é a sua universalidade.

221. “Os preceitos de Jesus não poderiam ser obrigatórios para um Judeu; um Cristão negaria as sanções do Alcorão; um Maometano rejeitaria as leis de Moisés; e um discípulo de Zoroastro se afastaria de todos por causa dos ensinos do seu Zend Avesta. Portanto, a lei universal da natureza, que os autores das antigas Ordenações denominaram convenientemente a lei moral, porque é, como observa Canybeare, ¨uma perfeita coleção de todas as doutrinas e preceitos morais que possuem uma base na natureza e razão das cousas”, é a única lei apropriada, em todos os pontos para ser adotada como código Maçônico”.

222. “Tão larga é a religião da Maçonaria, e tão cuidadosamente foram excluídas dela as doutrinas sectárias que o Cristão, o Judeu e o Maometano, em todas as suas numerosas seitas e divisões, podem combinar e combinam harmoniosamente em seu trabalho moral e intelectual, como o Budista, o Parsi, o discípulo de Confúcio e o que adora a Deus sob qualquer forma que seja”.

223. “E porque é que isso é verdade? Porque o Vishnu da Trindade Bramanica, a Isis do Egito e o Espírito Santo dos Cristãos, simbolizados na Igreja Católica Romana pela Virgem, representam o princípio Materno de todas as cousas vivas do universo, e, quando um ser humano tem sua mente espiritual despertada, adquire amor a tudo o que vive e respira, considerando todo objeto da Natureza como a manifestação do Divino Princípio Vivente no íntimo. Deus está em tudo e seja qual for o altar de adoração, Deus está presente.

Antiga Maçonaria Mística Oriental - Dr. R. Swinburne Clymer

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