24.9.10

DO LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA - INCORPORAÇÕES EM UMBANDA

Dada a modalidade de trabalho e os fins a que se destina, em Umbanda as Incorporações são um tanto bruscas e violentas; tudo tem sua razão de ser, desde a existência da erva daninha à luz que vos ilumina e vos mostra a trilha certa e segura.
As formas tortuosas que toma o Médium (cavalo), seu olhar, sua fisionomia contraída e disforme já deixa bem transparecer o motivo e razão dessa aparência, pois, se colocardes, em um bornal ou recipiente moldável, solidos disformes, teríamos as suas superfícies com os os salientes do seu conteúdo. Mas, para que isto? A que veio? Acaso não sois portador de um cérebro?
Vamos adiante.
Consideremos o vosso conjunto psíquico-físico moldavel; agora adaptemos a ele uma forma grosseira, forçando-o muitas vezes; que poderão constatar os vossos sentidos, a vossa visão?
É bem de ver, sem tirar reflexos a matéria, que ela vos pareça deformada pela adaptação de algo que lhe não pertence, de algo que lhe foi improvisado; e é isto mesmo.
Nas incorporações em Umbanda temos o controle do organismo por uma entidade envolta em matéria grosseira, matéria tosca, para melhor manejo e facilidade da entidade em essência; os ritos, atitudes e gestos grotescos fazem parte de sua caracterização e servem a sua melhor fixação; nada deveis estranhar, pois se Umbanda é magia, neste domínio tudo é possível, tudo é natural; nada deve surpreender aqueles que nesta senda procuram caminhar.
Caminhada difícil, caminhada por estrada cheia de espinhos, senda pedregosa mas que conduz a passos gigantescos a compreensão do Grande Cosmo.
Nas cousas mais simples é onde estão os maiores ensinamentos, as maiores verdades.
Caminhai sempre confiantes que chegareis ao fim desejado; todo aquele que busca encontra; o Pai é justo e não vos abandona.
Bem podeis ver que estas manifestações não proporcionam às entidades (espíritos) prazeres, delicias e comodidade; são penosas, exigindo de parte da entidade sacrifício e grande desperdício de energia, pois mesmo a forma espiritual necessita e conduz energia, energia vibratória, energia espiritual que, para a preparação de sua descida, em grande parte é consumida.
Mesmo ao trocar sua individualidade, ocupando um cascão rude, baixam as vibrações da entidade, limitando os seus conhecimentos de sua verdadeira magnitude como espírito.
Não deve ser para vós motivo de dúvida, pois unicamente pelos conhecimentos da magia e das cousas ocultas da-se uma transformação numa entidade, assumindo esta, outra forma e personalidade diversa da que possue.
Para que isto?
É o que logo indaga o espírito curioso dos materiais. Porque?
É bem de ver que motivo há que nos leva tomar esta atitude e forma. Os múltiplos fatores que poderíamos citar levariam vosso espírito a divagação e, por certo, vagaria ele num labirinto de incertezas, sem chegar numa fixa e completa compreensão do que se pode ver, do que se pode palpar. Por melhor vos indico, em consonância com vossa compreensão, tudo Ter que ser justo, sem quebra da harmonia das cousas, sem cair em falta perante as sábias leis do Creador – do Pai supremo – Deus. Por certo e por mim vos digo: observai e com os vossos conhecimentos procurai interpretar bem; observai os fenômenos e tudo o que se desenrola nos humildes e simples trabalhos que vedes, sem nunca querer ultrapassar os desígnios dos Entes Supremos; sede sempre convictos, crentes e de boa fé, que sereis contemplados com tudo aquilo que por bem houver de ser.

Considerando a incorporação do lado físico, tendes só e unicamente a impressão causada aos vossos sentidos; falta-vos conhecer o mecanismo que a prende a parte invisivel.
Sendo o espírito transformado, desaparece a personalidade e unicamente sua mente guarda, atravez de um véo, sua verdadeira individualidade; desta forma terá ele que atingir o organismo físico do Médium e procurar dominar o seu consciente da melhor forma possível, sem contudo causar-lhe danos, danos esses de origem física ou psíquica, tudo dentro da harmonia das cousas. A parte nervosa é onde se localiza a entidade, que domina o cérebro e toda a coluna, sendo o cascão, forma material grosseira, visto ao chegar próximo do organismo físico do médium, deixando transparecer, aos olhos dos que o acompanham, o exagero das formas ou a alteração na sua plasticidade, dando aos moldes da forma rude que a entidade se reveste. Por estas ocasiões a entidade se vê privada de grande parte de suas faculdades, sendo aconselhável nunca fazer exigências cegas sobre atos ou ações que esta queira ou esquive-se realizar. Porque é que quando uma entidade baixa não pode realizar atos de acordo com sua evolução?
Porque ao ser tomado um cascão da baixa esfera da-se um grande consumo de energia e isto vem privar a entidade de usa-la em outro sentido; se possível fosse a verdadeira entidade manifestar-se, teria oportunidade de desencadear as forças cósmicas e de realizar outras ações importantes, manejando as correntes magnéticas que circulam em torno do globo, obedecendo a polarização (no sentido de polo a polo), o que não lhe é possível quando rude e grosseira forma toma.
As manifestações em Umbanda, se efetuam dentro dos princípios mágicos do seu ritual, que foi estabelecido de forma direta, isto é, de cima para baixo. A manifestação dos que evoluem nas suas linhas tem que ser dentro do seu ritual, tomando o gosto e sentindo o sabor da prática do bem, do amor e da caridade, como simples trabalhador APRENDIZ; deste estado da-se a sua evolução e ascensão, tudo de acordo com o ritual.
Ainda pelo conhecimento e prática os irmãos abnegados superiores poderão dar outras incorporações, jogando ao mesmo tempo com o cascão e a consciência da sua verdadeira essência.
Do pouco que foi dito, mas bastante para vós, penso que tudo esclareci aos sinceros e de boa vontade, para caminharem nesta trilha; tudo mais depende de vós: devotamento, constancia, abnegação para melhor compreensão e tudo vos será descortinado nas dosagens convenientes.


PROTEÇÃO DOS MEDIUNS


Todos os médiuns têm a sua proteção e defesa para que não sejam atingidos pela ação dos irmãos menores que, inconscientes do seu estado, procuram perturba-los e transtorna-los, pois já foi dito neste trabalho que o Pai não abandona seus filhos; vela por todos, desde o mais ímpio até o mais puro, com desvelo e carinho; assim, aos que de boa vontade procuram na senda do bem trabalhar, lhes é dado auxílio e proteção. Ao Médium principalmente, porque, embora não sendo Médium, todas as creaturas possuem e têm a sua proteção.
Os Médiuns possuem, além da sua proteção própria (falo proteção própria referindo-me aos envólucros e estados d’alma) a proteção dos irmãos invisíveis, cabendo a cada um ser velado pelo seu guia espiritual, pelo seu Pai de Cabeça, como melhor fica no ritual que segue e, por último, pelo seu Anjo de Guarda, podendo ainda, aqueles que lhe foram ou lhe são com afeto amigos ou unidos na matéria, invisíveis hoje que são, volver as suas vistas para os guardar.
Neste caso temos os que tomam a seu cuidado os portadores de mediunidade, para os desenvolver, tornando estas creaturas médiuns capazes à produzir e à beneficiar a si e ao próximo; têm missão de desenvolver porque tem maior afinidade com o Médium e por isso encontram também maior facilidade na tarefa, mas contudo, não ocupam, de forma alguma, o lugar do guia espiritual da creatura; é necessário porém, em vista de se tratar de um ente em evolução, por bem haver um responsável por esta creatura, cabendo a tarefa ao Pai de Cabeça.
Daí, meus irmãos, a necessidade de que os vossos atos sejam praticados sempre dentro da moral e da justiça, para que seja evitado, além do que possa vos ocorrer, o reflexo também naqueles que, de boa vontade, com desvelo e carinho respondem por vós, pois a evolução deles depende da vossa.
Todo o pai, cheio de amor, conduz na trilha os seus filhos; das glórias e desventuras destes ou da lama que toque as suas faces, compartilha o pai; seu coração sente-se ungido e seus lábios balbuciam uma prece fervorosa àqueles que ao seu socorro vêm; se assim o é na matéria a todos que procuram portar-se como verdadeiros mentores dos filhos, porque nos mais evoluidos espíritos não se deva passar o mesmo? Isto já há de despertar o vosso íntimo para cogitações e penso mesmo que o véo se descortina, mostrando a todos os que procuram, quando estas palavras chegarem ao vosso conhecimento. Não é tarefa fácil aos espíritos encarregados, responsáveis por vós e pela vossa evolução; todos os tropeços, todas as boas e más ações repercutem de forma espantosa no estado espiritual deles, muitas vezes fazendo com que retarde a sua evolução, impedindo-lhes a ascensão às outras moradas superiores; tudo isto é ocasionado pelo comportamento, pela forma como os que estão na matéria se conduzem. Para os ajudar ainda têm o Anjo de Guarda, que vela por muitos de vós, envia vibrações de coragem e de força, para serem cumpridos os desígnios da sabedoria Divina.
No Médium manifesta-se, além do desenvolvedor das suas faculdades, o seu guia espiritual, o seu Pai de Cabeça e o enviado do Anjo de Guarda, contudo, para isso, é preciso preparação e o estado do Médium facilitar. Os que constantemente manejam o Médium são o seu desenvolvedor e o guia espiritual; os outros entes de proteção tomam contacto quando necessário se torna sua presença; são elementos que guardam de vós maior distancia em vista da sua evolução.
Os Médiuns e todos os filhos da matéria possuem esta proteção; quando completado o desenvolvimento do Médium e seu estado for satisfatório, aparecem todos os seus elementos de proteção.
Não nos estendemos mais nesta parte para não tornar complexo aquilo que se destina aos simples, mas se a grande força nos permitir, oportunamente chegaremos a vós com maiores esclarecimentos e detalhes. Unicamente faço presente às vossas vistas que todos vós sois permanentemente lembrados, protegidos e guiados e que de forma alguma e em momento algum deveis esmorecer e vos acovardar diante dos obstáculos e das provas que, como verdadeiras montanhas, impossíveis de serem transpostas, surgem diante de vós. Lembrai-vos sempre dos que velam por vós, dos que vos encaminham e guiam para dias felizes nos mundos evoluidos.

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