9.10.10

UMBANDA E A ESFINGE DO EGITO

A ESFINGE DO EGITO


Tranqüila e firme, a estranha figura que encarna a fôrça de leão, a inteligência do homem e a serenidade espiritual dos deuses, ensina-nos a iniludível verdade de que o ser humano, mediante o domínio de si próprio, pode sobrepor-se ao animal que traz no seu interior e domina-lo. Quem pode olhar esse grande corpo de pedra cujos membros e garras de fera se juntam à cabeça e ao rosto de feições nobres de uma criatura humana, sem inferir esta lição elementar? Quem sabe decifrar o simbolismo da serpente, o emblema “URAEUS” da soberania faraônica, que se ergue preso à coifa, compreende que a Esfinge não nos incita a reinar sobre os demais, senão apenas dominar a nós mesmos. Muda sacerdotisa de pedra, a esfinge transmite, a todos os que têm ouvidos para ouvi-la, um silencioso sermão.
As inscrições hieroglíficas que se encontram nas paredes dos templos do Alto Egito como as de Edfu, onde o deus representado na imagem aparece transfigurado em leão com cabeça humana, vencendo Set, o satanás egípcio, sugerem que a esfinge encarnava a divindade. Do mesmo modo, um fato curioso leva-nos a crer que a Esfinge oculta algum segredo arquitetônico e encerra algum mistério talhado na pedra, Em diversas outras partes do Egito, pequenas reproduções da Esfinge foram colocadas diante de seus respectivos templos, como guardiães e protetores do umbral, ou, então, leões eram esculpidos, defendendo a entrada dos templos. Até as chaves dos templos tinham feitio de leão. Só a Esfinge de Giseh parece não ter seu templo correspondente; o que se chama o templo da Esfinge era uma construção com aspecto de fortaleza, de colunas rudemente talhadas e paredes maciças, mas, que, na realidade, não pertencia à Esfinge, fato demonstrado categórica e satisfatòriamente pelas escavações do professor Selim Hassan. Agora é revelado como sendo pertencente ao templo da Pirâmide de Khafra, a segunda, com a qual está unida por uma calçada em declive, pavimentada, hoje completamente desenterrada. Ademais, esse curioso aspecto arquitetônico está diante e não à retaguarda da Esfinge.
O pequeno templo, que Caviglia pôs a descoberto, entre o peito e as patas da Esfinge (atualmente quase inexistente), foi construído muito tempo depois da referida estátua; à guisa de paredes, formavam o santuário lápides de quatro metros de altura, sem teto, mas pessoas interessadas e o tempo, derrubaram-nas e as retiraram. Como também o altar dos sacrifícios que se levanta em frente da entrada do templo, agora se encontra entre as patas da Esfinge e é de procedência romana, embora feito de um bloco de granito vermelho retirado do templo de Khafra, muito mais antigo e cujo recinto ornava.

Onde então está o verdadeiro templo da Esfinge?

Levantei um pouco a cabeça, olhei por de trás da estátua e do meu ângulo visual, vi destacando a silhueta à luz dos primeiros albores do dia, erguendo seu vértice truncado, a maior construção do mundo, o insolúvel mistério de pedra de toda a história, a primeira maravilha do universo, tanto para os gregos quanto para nós, cujo enigma desconcertou o mundo antigo e continua desafiando o moderno, a condigna amiga inseparável da Esfinge: - A Grande Pirâmide!
Ambas foram construídas na Era Atlântica, testemunhas visíveis do continente desconhecido, mudos legados de uma raça de homens que se foi tão misteriosamente como a sua terra.
A Esfinge e a Pirâmide recordam aos sucessores dos atlantes as glórias daquela civilização perdida.
Voltaram a se encontrar, o Sol e a Esfinge, renovando um pacto augusto de cumprir diariamente este compromisso desde milênios. O céu, rápidamente, passou por todos os matizes que sobrem no Egito depois do amanhecer; o horizonte mudou sua cor de rosa para o de heliotrópio à violeta, da violeta ao vermelho, antes de se revestir de um azul definido, intenso, sem nuvens, cuja cor é o docel perpétuo do Egito. Agora sei que a Zeladora do deserto era um emblema dos quatro sagrados Vigilantes, silenciosos Guardiães do universo; os quatro Deuses transmitiram mandamentos da Deidade, guias misteriosos dos homens e do seu destino.Àqueles que esculpiram a figura da Esfinge conheciam a existência desses seres sublimes, enquanto nós, pobres homens modernos, nem a lembrança temos conservado.
Um pouco cansado, devido à minha longa vigília, preparei-me para me despedir da titânica cabeça erguida sobre a areia. A serenidade da sua pose, a calma excelsa de autodomínio, as radiações de espiritualidade, haviam de algum modo me afetado, infundindo-me certo desapego indefinível das coisas mundanas, sensações para as quais não encontro palavras para expressar. A Esfinge é tão velha que presenciou a infância do mundo, em contemplação imutável viu civilizações levantarem-se aos píncaros da glória e caírem lentamente como fores sem viço; viu chegarem invasores vociferantes que iam e vinham, partiam e ficavam. Contudo, manteve-se no seu lugar, sempre tranqüila, totalmente alheia, livre de emoções humanas. Essa pétrea indiferença às permutas dos séculos, contagiaram-me no decorrer da noite. A Esfinge nos liberta de toda inquietude que temos do futuro, nos alivia de todos os pesares da alma e converte o passado numa película cinematográfica que podemos fitar como espectadores indiferentes, sem apego.
Sob o límpido céu azul, lancei um último olhar àquela fronte ampla, àqueles olhos encovados, àquelas faces arredondadas, àquela coifa de pedra, talhada para imitar uma de linho franzido, com largas faixas horizontais, separadas por outras mais estreitas. Os raios rosados destacaram a feições mutiladas, reminiscência daquela Esfinge cuja forma os homens de antanho conheciam, levantando-a de pedra calcárea, e cuja superfície era então de cor vermelho-escura. Aquele corpo jacente, onde se combinavam tão bem a fôrça do leão e a inteligência do homem, em simbólico conjunto, revelava entretanto, algo mais; nada de bestial nem de humano; algo que estava além de uma e de outra coisa, algo divino! Embora nós não tivéssemos pronunciado uma só palavra, não obstante, da presença da Esfinge emanava uma atmosfera espiritual. Ainda que não tivesse ousado murmurar uma palavra naquelas grandes orelhas, tão surdas ao bulício do mundo, sabia que ela me compreendera perfeitamente. Sim, sem dúvida havia algo sobrenatural naquele ser de pedra, ao trazer para o século XXI o testemunho de um mundo desconhecido, embora seus grossos lábios selados retivessem com firmeza os segredos da Atlântida. No momento em que a luz do dia iluminou a Esfinge, ainda mais profundo tornou-se o seu mistério.
Estiquei minhas pernas adormecidas, na areia, e levantei-me lentamente, dirigindo ao rosto impassível uma palavra de despedida. Em seu olhar imóvel, fixo no Oriente, sempre atento ao despontar dos primeiros raios do Sol, tornei a ler o símbolo reconfortante da nossa ressurreição, tão certa e irrefutável como a própria aurora.

“Tu não és somente do tempo, mas pertences ao que é Imortal – sussurrou a Esfinge, - rompendo por fim seu mutismo – Tu és eterno e não apenas de carne perecível. A alma do homem não pode ser aniquilada, não pode morrer. Ela espera, envolta em mortalha no teu coração, como eu aguardei no teu mundo, envolta na areia. Conhece-te a ti mesmo, ó mortal! Porque há Alguém em ti, como em todos os homens, que surge e presta testemunho de que EXISTE um Deus!”

Do Livro O Egito Secreto de Paul Brunton


UMBANDA - LINHA DO ORIENTE

Fazendo parte das linhas independentes, das linhas autônomas de Umbanda, aparece brilhante com seus seres, a Linha do Oriente. Grande é o número dos que a constituem; são bondosos, bastante evoluídos e irradiam de sua Aura, vibrações puras, vibrações harmoniosas que lhes dão o característico na apresentação.
Esta linha tem como patrono ou chefe espiritual – São João Batista.
Quando apresentam-se estes seres, dão aos Médiuns os gestos, a forma, as maneiras dos povos orientais; dificilmente aparecem nos trabalhos tomando aparelhos, mas gostam de demonstrar a sua presença, sem contudo tomar o Médium; usam pouco ritual, fazem saudações, limitam-se ao uso da mirra, incenso e demais.
São tolerantes, serenos e de grande brandura nas manifestações e conselhos; são ótimos trabalhadores da magia e quando fazem trabalhos de cura são excelentes curadores; embora simples nas suas manifestações, ao se apresentarem deixam transparecer algum conhecimento.
Esta Linha possue sub-linhas com seus chefes e demais trabalhadores; os povos que a integram são orientais, mongóes, chins, indianos, árabes e outros.
Dos chefes das suas sub-linhas que muito trabalham, para citar alguns mencionamos – Ori do Oriente e Zarthú.
Quando traçam pontos aparece, em geral, o Triangulo, a ESFINGE, o Pentagrama Sagrado e demais símbolos; isto porém, raras vezes acontece; quase sempre isso é feito por outros entes que não pertencem a esta Linha, como meio para atrair os componentes da Linha do Oriente.
É uma das linhas que se empenha em fazer revelação de grandes acontecimentos, de novos conhecimentos, procurando sempre beneficiar a humanidade e contribuir para sua evolução.
Possam estas entidades deixar nos corações materiais a centelha do amor Divino, fortificados na aureola de luz do seu patrono São João Batista.

Do Livro Primeiras Revelações de Umbanda

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