23.8.12

LUZ E MICKAEL - A GENESIS OCULTA - Parte 3/3



                O Onipotente Esplendor do Pai ordenou: - “Que a evolução dure tanto quanto um Meu respirar” – e no insondável seio dos abismos cósmicos, pela emanação de Sua Vontade, criaram-se as condições necessárias à execução da Sua Ordem.
                Partindo do Infinito Centro Divino, em vibrações sempre mais vastas, que, irradiando de todos os lados e regiões, se ampliavam para atingir o término da expiração Paterna, o Movimento Criador estabeleceu as trajetórias que foram percorridas pelas esferas luminosas. A luz que fora o ornamento precioso tornou-se energia, encontrando-se em os núcleos que a massa gasosa envolvia.
                Os invólucros desses núcleos evoluíram por milênios, ao longo das trajetórias infinitas, na preparação do que deveria ser o principio das futuras sedes das almas culpadas.
                Depois, cada um, pela expressão da Potencia que não tem limites à Sua Fôrça, pelo equilíbrio da criação, explodiu, formando o universo.
                Na lei que os movia, os compactos gasosos dos planetas e dos satélites começaram a evoluir em torno do núcleo central da massa energética, futuro sol de cada universo, uniformizando-se cada vez mais com a lei da transformação ...  O alfa e o Omega da vida se haviam iniciado ...
                Milênios transcorreram ...
                Em cada centro energético solar, as almas que haviam pecado ficavam à espera de iniciar o Karma purificador.
                As massas aeroforme girando nas trajetórias, sem descanso, condensaram-se. Os gases tornaram-se magma, esse solidificou-se, e sobre os planetas desceram, dos sóis, as primeiras almas culpadas ansiosas de iniciar a prática purificadora que, através das lutas e provas sem número, lhes daria a fôrça de remontar novamente à pureza absoluta e de realizar a ascensão à Suprema Chama Criadora.
                Daquela roupagem, a princípio tão desejada e ora pungente de espinhos que as comprimia como uma capa opressiva de dores, fixaram ansiosas o olhar na longínqua infinidade do cosmos no constante desejo de desvelar o profundo mistério que os envolvia, e a razão da vida.
                Enquanto assim se iniciava o Karma das almas culpadas, o príncipe da luz que deveria ser para sempre o seu guia e farol de toda beleza e de todo esplendor, tornou-se, ao contrário, exemplo de incitamento para o abismo. Pelo querer da Suprema Justiça Onipotente foi relegado ao reino das trevas. Tornava-se assim Lúcifer, o anjo decaído, o príncipe dos demônios, o eterno tentador, encaminhando às regiões inferiores e, porque havia atraído outros a segui-lo, devia ainda persistir na sua obra de tentador, fazendo mais árdua e dolorosa a volta ao Grande Fogo Criador dos que o haviam acompanhado.
                Essa é a sua missão, a serviço do Querer Supremo e, para que pudesse desempenhá-la, foi-lhe negado tomar para si próprio aquela carne que tão tenazmente procurara.
                Preso à cadeia da sua pena, na plena consciência do seu ser, ele vê a imensidade de seu erro e deseja ardentemente a Deus, enquanto a consciência do futuro lhe atormenta sem tréguas o espírito.
                Milênios transcorreram ...
                Quando,  no ritmo aspirante do hálito imenso do Eterno, os universos voltaram a ser absorvido em feliz curso concêntrico em giros evolutivos de trajetórias de alegria, em direção ao almejado Centro Infinito, quando as ultimas almas tiverem atingido a luminosa e ansiada meta e a terra for um desolado deserto, somente então ele poderá finalmente iniciar a sua purificação, encarnando-se. A ultima mulher o conceberá, deixando-lhe como herança uma vida atormentada sem o dom do repouso que a morte concede a cada mortal.
                Durante milênios ele assistira, impotente, à perda de tudo e de todos, à destruição da sua paixão, à desagregação, átomo por átomo, daquela matéria a princípio tão ardentemente desejada.
                Errará no mundo vazio e desanimado, naquelas trevas tão almejadas, no silencioso albor espectral daquela obscuridade que violara. Na noite sem fim lhe farão companhia unicamente o eco de seu lamento atormentado por mil indizíveis torturas e o aguilhão implacável de sua insatisfeita sede de luz.
                Milênios transcorrerão, e das chagas abertas da sua dor pelo exílio sem nome fluirá a água que cancelará a sua culpa.
                No esplendor soberano de todos os esplendores, cujo fulgor inefável não pode ser concebido pela mente humana, na flamejante e deslumbrante claridade daquela Luz que é Sabedoria e Amor, Potência e Harmonia, Eterna Fonte de toda vida e de toda perfeição, junto à Infinita Majestade da Onipotência do Pai, foi elevada, em lugar do anjo decaído, a radiante fidelidade de Mickael que resplandece da Sua potência.
                Êle teve a seu lado Gabriel, que se adorna do Seu amor, e Rafael que se ilumina da Sua Sabedoria.
                Essa Divina Triade, conduzida pela majestosa força de Mickael, que, recebendo poderes da infinita energia da Causa de todas as causas, representa e retoma o eterno signo da vitória, pediu e obteve da Graça Suprema a permissão de proteger as almas perdidas, guiando-as no exaustivo caminho da ascensão.
                E a missão da Divina Triade perdurará até que o infinito respirar do Pai haja terminado, quando todas as centelhas que um dia foram emanadas sejam novamente reabsorvidas na Sua Grande Luz.
                Relegado Lúcifer àquele abismo que tanto havia procurado e que fora razão de sua queda, formara-se na Divina Triade um vácuo.
                O equilíbrio supremo fora violado, mas a Harmonia Eterna o restabelecera com um novo inefável ato de amor.
                O Paterno Centro Criador quis que, ao lado da Sua Augusta Potência, se acendesse a Eterna Luz do Infinito Amor do Filho para balancear a eterna Justiça do Espírito.
                Da infinidade cósmica do Seu Querer emitiu outra centelha, e no vazio criado pela queda do anjo renegado surge triunfante o Filho de Deus.
                Ao conhecimento que não bastara para salvaguardar a pureza da luz concedida às criaturas, mas que contribuíra para ofuscá-las, sucedia o incorruptível esplendor do Filho, Amor, novo farol aceso no caminho sem fim da eternidade. O primeiro havia, com o estímulo do desejo, levado a luz a confundir-se com as trevas. Êle, com o exemplo do sacrifício, reconduziria as criaturas das trevas à luz.
                A suprema harmonia da Lei foi assim restabelecia.

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