25.8.12

DIVERSIDADE ENTRE OS HOMENS



 Verás que os males que devoram os homens
São frutos escolhidos por infelizes
Que procuram os bens que eles têm consigo.

Em vez de enfraquecer o sentimento de fraternidade e solidariedade humanas, essa doutrina fortifica-o. Há entre os homens uma diversidade proveniente da essência primitiva dos indivíduos. Uma outra diversidade provém do grau de evolução que eles atingiram. Assim, os homens podem situar-se em quatro classes, que compreendem todas as subdivisões e todas as nuances.
1.       Na maioria dos homens, a vontade age sobretudo no corpo. São os instintivos. Prestam-se não somente aos trabalhos corporais mas ainda ao exercício e ao desenvolvimento da inteligência no mundo físico, por conseguinte servindo para o comércio e para a indústria.
2.       No segundo grau do desenvolvimento humano, a vontade e, consequentemente, a consciência reside na alma, ou seja, na sensibilidade reativada pela inteligência, que constitui o entendimento. São os anímicos ou os passionais. Segundo o temperamento, serão guerreiros, artistas ou poetas. A grande maioria dos literatos e dos cientistas são desta espécie. Vivem pelas ideias relativas, modificadas pelas paixões ou circunscritas em um horizonte limitado, sem se elevarem até à Ideia pura e à Universalidade.
3.       Em uma terceira classe de homens, muito mais raros, a vontade age, principalmente, soberanamente, no intelecto puro. Trata de desligar a inteligência da tirania das paixões e dos limites da matéria, o que confere a todas as suas concepções, um caráter de universalidade. São os intelectuais. Esses homens dão os heróis mártires da pátria, os poetas de primeira ordem, os verdadeiros filósofos, os sábios, aqueles que, segundo Pitágoras e Platão, deveriam governar a humanidade. Neles, a paixão não se extinguiu, pois sem ela nada se faz. No mundo, a paixão é como o fogo e a eletricidade. Mas nele, a paixão torna-se a serva da inteligência. Na categoria anterior, a inteligência é, na maioria das vezes, serva das paixões.
4.       O mais alto ideal humano é realizado por uma quarta classe de homens. Neles, a realeza da inteligência sobre a alma e sobre o instinto foi acrescentado da realeza da vontade sobre todo o ser. Pelo domínio e pela posse de todas as demais faculdades, eles exercem o grande poderio. Realizaram a unidade na trindade humana. Graças a esta concentração maravilhosa, que reúne todas as potencialidades da vida, a vontade deles, projetando-se nos outros, adquire força quase ilimitada, uma magia irradiante e criadora. Na história, esses homens receberam diversos nomes. São os homens primordiais, os adeptos, os grandes iniciados, gênios sublimes, que se podem contar no decurso da história. A Providência semeia-os no tempo, com longos intervalos, como os astros no firmamento.
É evidente que esta última categoria escapa a qualquer regra, a qualquer classificação. É apenas exterior, inorgânica à constituição da sociedade que não considera as três categorias, não proporcionando a cada uma delas sua função normal e os meios necessários ao seu desenvolvimento.

- Esta classificação corresponde aos quatro graus da iniciação pitagórica. Ela fundamenta todas as iniciações, inclusive a dos primitivos maçons. Estes possuíam alguns rudimentos da doutrina esotérica.

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