22.8.11

SÚPLICA DE EXÚ


Sou Exú, Senhor!

Pai, permite que assim Te chame, pois na realidade, Tu és como és, meu Creador. Formaste-me da poeira ástrica, mas... como tudo provém de Ti, sou real e eterno. Permite Senhor, que eu possa servir-te nas mais humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos Teus humanos filhos. Os homens me tratam de Anjo Decaído, de Povo Traidor e Rei das Trevas, de Gênio do mal e tudo mais em que encontram palavras para exprimir o seu desprezo por mim, no entanto, nem suspeitam QUE NADA MAIS SOU QUE O REFLEXO DE SI MESMO.
Não reclamo, não me queixo porque esta é a Tua vontade. Sou escorraçado, condenado a habitar as profundezas escuras da terra e a trafegar pelas sendas tortuosas da provação. Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante, sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, providos pela covardia e maldade humana, sem contudo poder negar-me ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes sou arrastado a exercer a descrença, a confusão e a ignomínia, pois esta é a condição que Tu me impuseste.
Não reclamo Senhor! Mas fico triste por ver Teus filhos, que criaste à Tua imagem e semelhança, serem envolvidos pelos turbilhões de iniqüidade que eles mesmos criam, e eu, por Tua lei inflexível, delas tenho que participar.
No entanto Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz, quando encontro em algum coração, um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade. Aceito sem queixumes Senhor, a lei que na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste: a do executor de consciência, mas lamento e sofro mais porque os homens até hoje não conseguiram compreender-me.
Peço-te, ó Pai, que lhes perdoe. Peço-te não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo de minha provação, mas por eles, os Teus humanos filhos. Perdoa-os e torna-os bons porque somente através da bondade de seus corações poderei sentir a vibração de Teu amor e a graça do Teu Perdão.

Exú Floruti – Exú Tiriri

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