31.5.12

OS SETE DEGRAUS


Com a visão e fé profunda no poder do Criador, que é dada a cada um dos seu filhos – no meu caso, o poder não diminui nem desaparece enquanto subo pelo longo caminho, de certa forma até aumenta! Com essa força subo os degraus.

O primeiro degrau é baixo. Preciso dominar o peso do corpo para poder erguer-me sobre ele. É fácil.

O segundo é um tanto mais alto e já desperta resistência em meu corpo. Já venci há tempo as forças do corpo, portanto, esse degrau também não representa nenhum problema.

O terceiro já é perceptivelmente mais alto. É preciso dominar meus sentimentos a fim de conseguir subir. Assim que me torno senhora deles, consigo subi-lo.

Diante do quarto degrau, que é notàvelmente alto, sou invadida por pensamentos contraditórios: “Acaso serei capaz de subir até aí? Acaso terei força suficiente?” Então percebo que as dúvidas me enfraquecem e me deixam paralisada. Mas a dúvida também é um pensamento! Portanto, para subir ao quarto degrau preciso dominar os pensamentos, a fim de vencer as dúvidas. Graças aos longos exercícios e ao treinamento no templo agora sei o que tenho de fazer: concentro todas as forças do meu espírito, confio totalmente em Deus e não penso em nada. E veja, junto com meus pensamentos, também desaparece a dúvida... e eis que estou no quarto degrau!

Extraordinariamente sinto que estou ficando maior à medida que vou subindo os degraus, um depois do outro. A cada degrau cresço, portanto, já estou bem mais alta do que quando subi o primeiro. No momento, estou diante do quinto degrau, que apesar do meu crescimento é tão alto, que só consigo subir me agarrando com mãos e pés. Quando, com a maior dificuldade consigo me alçar até ele, tenho uma surpresa extraordinária, indescritível, pois descubro que já não tenho corpo! Tudo o que em mim e dentro de mim era material desapareceu, sou um espírito invisível.

Na subida ao sexto degrau, demasiadamente alto, tenho novas dificuldades: não tenho corpo, nem mãos com que me agarrar; também, não tenho pés com que me impulsionar. De que jeito conseguirei subir?

Procuro por um caminho, e quando me viro, vejo de repente, bem espalhado abaixo de mim, o mundo inteiro! Os vários países, as cidades, que parecem brinquedos, as casas com seus incontáveis habitantes... Sinto um amor infinito por todos eles; contudo, penso com profundo pesar em todos os que têm de seguir o difícil caminho do conhecimento; sinto pena dos inumeráveis que ainda tateiam no escuro, emparedados no próprio egoísmo, como estive certa vez...

E... que maravilha!... no momento em que meu coração é inundado pelo amor universal... eu me elevo... e me vejo em cima do sexto degrau.

Mas agora estou diante do último degrau, o mais alto de todos. É tão alto como eu mesma. Quero tanto subir, que esse desejo preenche todo o meu ser. Em vão. Nem sequer sei o que fazer, pois não tenho mãos nem pés, nem a força muscular do corpo, com a qual poderia dar um jeito de subir. Mas preciso fazê-lo, custe o que custar. Lá em cima encontrarei Deus e quero imprescindivelmente ver Seu rosto.

Fico parada, espero – nada acontece.

À medida que olho em volta, procurando, vejo surpresa que não estou só, pois nesse momento um ser alcança o sexto degrau, como eu. Este me pede com veemência que o ajude a subir ao sétimo degrau. Entendo seu pedido suplicante – seu desejo infinito – e, esquecendo-me do meu próprio anseio pelo sétimo degrau, tento ajudá-lo a alcançar a meta.

Porém, no momento em que esqueço minha própria vontade, não sei como, estou em cima, e meu companheiro desaparece sem deixar sinal. Era uma miragem, a fim de que eu me esquecesse do meu último desejo pessoal. Pois enquanto eu desejasse elevar a minha pessoa, nunca poderia alcançar o degrau que tem a mesma altura que eu.

Extraído do livro Iniciação de Elisabeth Haich – Editora Pensamento.













27.5.12

FRATERNIDADE DA CRUZ E DO TRIÂNGULO

TEMPLO ESPIRITUALISTA SOL DO ORIENTE

LOJA MAÇÔNICA E TERREIRO DE UMBANDA DE PAI JOÃO

DE BENGUELA

CAPA DO LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA PSICOGRAFADO NO TEMPLO DE PAI JOÃO DE BENGUELA

EDITADO PELA ORDEM DOS CAVALEIROS DA GRAN CRUZ EM 1946





HISTÓRICO RESUMIDO DA FRATERNIDADE DA CRUZ E DO TRIÂNGULO
Extraído de bandeirantesdaluz.blogspot.com.br
"... Fomos informados de que, após significativa assembléia de altas entidades realizadas no Espaço, no século findo (XIX, entre 1801 e 1900 de nossa era) na região do Oriente, procedeu-se à fusão entre duas importantes "Fraternidades" que dali operam em favor dos habitantes da Terra. Trata-se da "Fraternidade da Cruz", com certa ação no Ocidente (que divulga os ensinamentos de Jesus), e da "Fraternidade do Triângulo", ligada à tradição iniciática e espiritual do Oriente. Após memorável fusão dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as características psicológicas e objetivo dos seus trabalhadores espirituais, alterando-se a denominação para "Fraternidade da Cruz e do Triângulo*". Seus membros, no Espaço, usam vestes brancas, com cintos e emblemas de cor azul-clara esverdeada. Sobre o peito, trazem suspensa delicada corrente como que confeccionada em fina ourivesaria, na qual se ostenta um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma cruz lirial. É o símbolo que exalta, na figura da cruz alabastrina, a obra sacrificial de Jesus e, na efígie do triângulo, a mística oriental.

Asseguram-nos alguns mentores que todos os discípulos dessa Fraternidade que se encontram reencarnados na Terra são profundamente devotados às duas correntes espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam tanto os ensinamentos de Jesus, que foi o elo definitivo entre todos os instrutores terráqueos, tanto quanto os labores de Antúlio, de Hermes, de Buda, assim como os esforços de Confúcio e Lao-Tsé. É esse um dos motivos pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramatís, na Terra, embora profundamente devotados à filosofia cristã, afeiçoam-se, também, com profundo respeito, à corrente espiritualista do Oriente.

Soubemos que da fusão das duas "Fraternidades" realizada no Espaço, surgiram extraordinários benefícios para a Terra. Alguns mentores espirituais passaram, então, a atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientação de certos trabalhos espíritas, no campo mediúnico, enquanto que outros instrutores ocidentais passaram a atuar na Índia, no Egito, na China e em vários agrupamentos que até então eram exclusivamente supervisionados pela antiga Fraternidade do Triângulo. Os Espíritos orientais ajudam-nos agora em nossos labores, ao mesmo tempo em que os da nossa região (Ocidente) interpenetram os agrupamentos doutrinários do Oriente, do que resulta ampliar-se o sentimento de fraternidade entre Oriente e Ocidente, bem como aumentar-se a oportunidade de reencarnações entre espíritos amigos.

Assim, processa-se um salutar intercâmbio de idéias e perfeita identificação de sentimentos no mesmo labor espiritual, embora se diferenciem os conteúdos psicológicos de cada hemisfério. Os orientais são lunares, meditativos, passivos e desinteressados geralmente da fenomenologia exterior; os ocidentais são dinâmicos, solarianos, objetivos e estudiosos dos aspectos transitórios da forma e do mundo dos Espíritos.

Os antigos fraternistas do "Triângulo" são exímios operadores com as "correntes terapêuticas azuis", que podem ser aplicadas como energia balsamizante aos sofrimentos psíquicos, cruciais, das vítimas de longas obsessões. As emanações do azul-claro, com nuanças para o esmeralda, além do efeito balsamizante, dissociam certos estigmas "pré-reencarnatórios' e que se reproduzem periodicamente nos veículos etéricos. Ao mesmo tempo, os fraternistas da "Cruz", conforme nos informa Ramatís, preferem operar com as correntes alaranjadas, vivas e claras, por vezes mescladas do carmim puro, visto que as consideram mais positivas na ação de aliviar o sofrimento psíquico. É de notar, entretanto, que, enquanto os técnicos ocidentais procuram eliminar de vez a dor, os terapeutas orientais, mais afeitos à crença no fatalismo cármico, da psicologia asiática, preferem exercer sobre os enfermos uma ação balsamizante, aproveitando o sofrimento para a mais breve "queima" do carma. Eles sabem que a eliminação rápida da dor pode extinguir os efeitos, mas as causas continuam gerando novos padecimentos futuros. Preferem, então, regular o processo do sofrimento depurador, em lugar de sustá-lo provisoriamente. No primeiro caso, esgota-se o carma, embora demoradamente; no segundo, a cura é um hiato, uma prorrogação cármica."

No livro "Mensagens do Grande Coração", de autoria de vários Espíritos como Ramatís, Akhenaton, Navarana, Ramsés, entre outros, tal Fraternidade é denominada como "Fraternidade do Triângulo, da Rosa e da Cruz".

Segundo alguns irmãos encarnados, o nome "Rosa" pode ter sido acrescido devido ao incansável e augusto labor fraternal dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, no Plano Espiritual. Tais Irmãos Espirituais, através da Fraternidade Branca, uniram-se ao projeto Universalista da Fraternidade da Cruz e do Triângulo.

26.5.12

GABRIEL MALAGRIDA – CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS – UMBANDA


 DESVENDANDO MISTÉRIOS

“Havia uma ordem, ele fora Jesuita até aquele momento, chamava-se Gabriel Malagrida, e, naquele instante iria anunciar a Lei de Umbanda, onde negros e caboclos pudessem se manifestar, porque ele não estava de acordo com a federação, que não recebia negros, nem caboclos. Pois, se o que existia no Brasil eram caboclos, eram nativos, se quem veio explorar o Brasil trouxe para trabalhar e engrandecer esse país, os negros da costa da África, como uma Federação Espírita não recebia caboclos e negros? “Trecho extraído da mensagem do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas gravada em 1971, na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, pela senhora Lilia Ribeiro, diretora da Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ)”

1 – “Havia uma ordem, ele fora jesuíta até aquele momento, chamava-se     Gabriel Malagrida”, entende-se que até aquele momento, ou seja a sua última encarnação, ele é um padre Jesuíta chamado Gabriel Malagrida.

2 – Ele veio anunciar a Lei de Umbanda, que é bem diferente de criar ou fundar uma religião, ou seja veio a mando de alguém

3 – “Entre as muitas tentativas emprehendidas pelos “Amigos do Espaço” para reconduzir as creaturas encarnadas à verdadeira concepção da VIDA, scintila hoje no Brazil a LUZ humilde e redemptora da UMBANDA!
UMBANDA ensina a LEI. – LEI de Verdade e Justiça, - Lei imutável, inflexível, eterna, - a que tudo obdece consciente ou inconscientemente, - queira ou não, - porque é, - foi e será: - a LEI !
Como LEI, - ela se fará sempre cumprir, - não importando em absoluto ao PAE que leve um “filho” uma existência ou mil anos para o devido resgatar de uma falta !
Para a Imortalidade da alma, existe a Eternidade do Infinito."

Trecho extraído do “Livro Primeiras Revelações de Umbandapsicografado no Terreiro de Pai João de Benguela, e publicado pela Ordem dos Cavaleiros da Gran Cruz em 1946.

25.5.12

MENSAGEM MESTRE JESUS


Nas orações, evocações e meditações me buscais, mas não me encontrais, nem me sentis. Só a verdadeira entrega de corpo, mente e alma ao Espírito da Verdade que existe em cada um, poderá trazer-vos até mim e fará com que eu chegue até vós.
Sempre quis falar com todos os meus irmãos, mesmo aqueles que vivem na carne, mas sempre fechastes a porta interior à minha presença. Muitas vezes sentistes a minha presença e me rejeitastes porque não acreditais que tendes uma alma crística e um espírito divino.
Abri a porta do vosso coração, livrai-vos das amarras, sublimai-vos, sejais puros de sentimento, mente, consciência e alma e segurai na minha mão; vamos todos juntos reconstruir um mundo novo, onde todos tenham a consciência que fazem parte da grande família mística. Vamos ajudar uns aos outros como certamente ajudaríeis ao pai, à mãe, aos irmãos, aos vossos filhos, se eles precisassem.

22.5.12

SAUDOSISMO DE UM UMBANDISTA "DAS ANTIGA"


Talvez por ser um dia de comemoração em homenagem aos Preto-Velhos, sinto uma saudade além do normal do meu amado Pai João de Benguela. Fico me perguntando para onde caminha a nossa Amada Umbanda. Não conheço os desígnios dos Mestres que comandam a nossa religião. Só sei que no meu íntimo bate forte uma tristeza imensa. Quando lembro da história do Sr. Zélio que não conheci, e Tia Zizi com a qual convivi, não consigo ter outro sentimento senão de tristeza e preocupação. Eu adoro a juventude, pode não parecer mas também já fui jovem, e até certo ponto entendo os seus sentimentos, mas o que eu vejo são jovens deslumbrados com uma religião, que tem esse poder, se desviarem para caminhos extremamente perigosos. A Umbanda trabalha com forças ou energias desconhecidas para nós simples terráqueos. A evolução das comunicações facilita o conhecimento, pois hoje em dia é só perguntar para o Google que ele responde instantaneamente. Agora vejamos: o desenvolvimento espiritual não se adquire sòmente com livros, eles dão uma grande ajuda, porém existe uma imensa diferença entre conhecimento e sabedoria. Como dizem os Mestres, se você tiver conhecimento e não souber aplicá-los na vida você nada terá. Sabedoria sòmente a vida vai ensinar. Você não pode avaliar a intensidade da dor enquanto ela não te atingir. E para cada um de nós ela terá uma intensidade diferenciada. A poucos dias, vi a reportagem num programa de televisão, sobre um jovem do Candomble. É de uma família de sacerdotes que passam de pai para filho os ensinamentos da religião até o herdeiro assumir a posição de sacerdote da sua comunidade. Desculpem a minha ignorância, mas estou falando com o coração e não com o conhecimento. Na vida, digamos profana, ele vende seus doces na rua. Não fica ostentando sua condição de sacerdote. Levou anos estudando a religião, desde o berço, para poder assumir a condição de dirigir uma pequena comunidade. Com Pai João, no mínimo levava sete anos, para se formar um “cavalo” e aí incluída a Entidade que com ele queria trabalhar no Terreiro. Só um pequeno detalhe: Pemba na mão do cavalo, digamos, só depois de formado. Hoje na grande maioria dos Terreiros, vemos pessoas que lá chegam, recebem uma entidade que lá baixa, que ninguém sabe exatamente quem é, porque o chefe do terreiro também não sabe nem quem é a sua própria, se é uma entidade do bem, se é um gozador, “não basta apenas dizer quem é, o que vai comprovar quem realmente ele é são suas obras” pois existem uma infinidade deles se infiltrando nos terreiros, tendo em vista que os terreiros não são respeitados como um Templo Sagrado, e a festa está completa. Hoje temos até curso à distância de sacerdote de umbanda, com letras minúsculas, pois senão seria SACERDOTE DE UMBANDA, que já é um título que eu não entendo, pois que a Umbanda é a Manifestação do Espírito para a Caridade, no que eu entendo que o verdadeiro Sacerdote é a Entidade e não o Cavalo que na UMBANDA é simplesmente um instrumento de trabalho.
Aí me perguntam, e o cavalo não tem o direito de se desenvolver da mesma maneira. Claro que tem, e sempre fui um defensor dessa tese. Agora, temos que aprender a separar o Cavalo da Entidade. O Cavalo primeiramente tem que se desenvolver como cidadão de bem, tem que aprender no mínimo a respeitar a si mesmo e ao próximo, tem que aprender o que é a mediunidade, as leis que regem a nossa vida, a lei da ação e reação, tem que entender que no terreiro não é ele que executa os trabalhos, não é ele que cura, que alivia as dores de quem procura um terreiro, com isso não estou afirmando que o cavalo não tenha também essa força, mas tem que entender, como se diz no popular, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Quando pesquisamos na internet a umbanda, o que mais encontramos é exu. Quem de nós tem a verdadeira dimensão do significado de exu. Para mim, todos temos o nosso lado exu. É o nosso lado negativo que teremos que combater não para destruí-lo, pois estaríamos destruindo a nós mesmos. Senão vejamos: a luz só é possível se tivermos um fio positivo e um negativo, os dois isoladamente não têm função alguma. Essa é a nossa luta eterna, o equilíbrio, que se consegue com sabedoria, e é a sabedoria que nos dá a energia para galgar a Escada de Jacó, e sabedoria é a vida que ensina.

Ubiratan da Silva – 13/05/2012

21.5.12

OS "FILHOS DE UMBANDA" NO ASTRAL


São eles, em grande parte, pretos de África, nagôs, moçambiques, benguelas, zulus, caboclos ribeirinhos, praianos, asiáticos e indígenas, assim se apresentando em sua missão.

Todos procuram o bem, cuja prática lhes é, por princípio, imposta pela Ordem de Umbanda; os trabalhos que executam, estão na alçada de cada um, como é evidente.

O que me é permitido a luz trazer e que o faço mais adiante, se bem que possa aturdir nosso intelecto, necessário se torna que sejam evitados os embustes e as mistificações (o grande mal em quase toda a prática da espiritualidade, oriundo, quase sempre, da erva daninha que germina nos corações – a vaidade dos que trabalham -).

É limitado o número dos espíritos que têm, em momentos determinados, a consciência verdadeira e absoluta de sua verdadeira essência, isto é, o abandono de sua tosca roupagem e a contemplação de seus atos do cume de uma montanha; sim, porque sòmente desta forma a visão seria ampla.

Esses espíritos – Missionários – são poucos; a eles se refere, como melhor podeis compreender agora, aquilo que muitas vezes se diz:

“Salve o segredo do Ente invisível”

Os que assim procedem são os que, em momentos determinados, podem ter seu explendor nas altitudes onde paira sua verdadeira essência, sua forma de espírito conciente; o que posso vos dizer e reafirmar, é que são eles em número reduzido e que, na maioria, são trabalhadores que manipulam as forças mágicas no Astral, revestindo-se deste ou daquel¨outro cascão na afanosa luta que lhes é dado manter para cumprimento das missões; nesta roupagem não são distinguidos pelos materiais, que os julgam, muitas vezes, um elemento de fim de linha; sua evolução só é conhecida destes quando, ao lado de uma outra entidade também evoluída, ouve-se dizerem-se – “Salve o seu segredo –“.

- Ao ingressar na Grande Ordem de Umbanda (no Astral), o Ente é revestido pelo seu invólucro e assim permanece durante longo tempo, até que seja permitida sua libertação desse estado, que por si só não pode modificar; isso só se dará quando seu espírito atingir certo grau de elevação, não tendo, durante esse longo tempo, nenhum segredo – ele é o que se apresenta.

Quando lhe é permitido o abandono do invólucro, passa o Filho “Ente” por um período de aprendizagem para o seu espírito e depois sobe atravez dos planos, que libertam-no de todos os resquícios materiais que possa ter; isso se dá porque, na sua passagem pelos planos, as larvas e demais formas dele eliminam a matéria de que está revestido.

Daí por diante será conciente, seu todo é essência e, numa descida junto a vós, obrigado é ao uso do envólucro, para que limitada seja sua forma, dando-lhe a aparência de um ser de carne, com peso relativo para que chegue ao pesado plano da terra; aí sim, possue o que em Umbanda se denomina – segredo de um Ente.

Esses são, na totalidade, missionários, mas apresentam-se sem qualquer diferença de outros seres que iniciam sua evolução, no que se refere a roupagem; assim melhor podem exercer sua nobre taréfa, embora se lhes pése bastante a permanência no baixo plano Astral, junto á Terra.

Tudo obra prodigiosa do Pai – a natureza é sua creação e a manifestação da espiritualidade é a revelação do grande poder de Deus.

Extraído do livro “Primeiras Revelações de Umbanda” editado em 1946 pela Ordem dos Cavaleiros da Gran Cruz.


Atenção: “Cada um só pode ver aquilo que está ao alcance de seus próprios olhos”. Antes de julgar devemos pesquisar e meditar.



20.5.12

UMBANDA - LINHA DO ORIENTE

A ESFINGE DO EGITO

Sob o límpido céu azul, lancei um último olhar àquela fronte ampla, àqueles olhos encovados, àquelas faces arredondadas, àquela coifa de pedra, talhada para imitar uma de linho franzido, com largas faixas horizontais, separadas por outras mais estreitas. Os raios rosados destacaram a feições mutiladas, reminiscência daquela Esfinge cuja forma os homens de antanho conheciam, levantando-a de pedra calcárea, e cuja superfície era então de cor vermelho-escura. Aquele corpo jacente, onde se combinavam tão bem a fôrça do leão e a inteligência do homem, em simbólico conjunto, revelava entretanto, algo mais; nada de bestial nem de humano; algo que estava além de uma e de outra coisa, algo divino! Embora nós não tivéssemos pronunciado uma só palavra, não obstante, da presença da Esfinge emanava uma atmosfera espiritual. Ainda que não tivesse ousado murmurar uma palavra naquelas grandes orelhas, tão surdas ao bulício do mundo, sabia que ela me compreendera perfeitamente. Sim, sem dúvida havia algo sobrenatural naquele ser de pedra, ao trazer para o século XXI o testemunho de um mundo desconhecido, embora seus grossos lábios selados retivessem com firmeza os segredos da Atlântida. No momento em que a luz do dia iluminou a Esfinge, ainda mais profundo tornou-se o seu mistério.

Estiquei minhas pernas adormecidas, na areia, e levantei-me lentamente, dirigindo ao rosto impassível uma palavra de despedida. Em seu olhar imóvel, fixo no Oriente, sempre atento ao despontar dos primeiros raios do Sol, tornei a ler o símbolo reconfortante da nossa ressurreição, tão certa e irrefutável como a própria aurora.
“Tu não és somente do tempo, mas pertences ao que é Imortal – sussurrou a Esfinge, - rompendo por fim seu mutismo – Tu és eterno e não apenas de carne perecível. A alma do homem não pode ser aniquilada, não pode morrer. Ela espera, envolta em mortalha no teu coração, como eu aguardei no teu mundo, envolta na areia. Conhece-te a ti mesmo, ó mortal! Porque há Alguém em ti, como em todos os homens, que surge e presta testemunho de que EXISTE um Deus!”

Do Livro O Egito Secreto de Paul Brunton


UMBANDA - LINHA DO ORIENTE

Fazendo parte das linhas independentes, das linhas autônomas de Umbanda, aparece brilhante com seus seres, a Linha do Oriente. Grande é o número dos que a constituem; são bondosos, bastante evoluídos e irradiam de sua Aura, vibrações puras, vibrações harmoniosas que lhes dão o característico na apresentação.
Esta linha tem como patrono ou chefe espiritual – São João Batista.
Quando apresentam-se estes seres, dão aos Médiuns os gestos, a forma, as maneiras dos povos orientais; dificilmente aparecem nos trabalhos tomando aparelhos, mas gostam de demonstrar a sua presença, sem contudo tomar o Médium; usam pouco ritual, fazem saudações, limitam-se ao uso da mirra, incenso e demais.
São tolerantes, serenos e de grande brandura nas manifestações e conselhos; são ótimos trabalhadores da magia e quando fazem trabalhos de cura são excelentes curadores; embora simples nas suas manifestações, ao se apresentarem deixam transparecer algum conhecimento.
Esta Linha possue sub-linhas com seus chefes e demais trabalhadores; os povos que a integram são orientais, mongóes, chins, indianos, árabes e outros.
Dos chefes das suas sub-linhas que muito trabalham, para citar alguns mencionamos – Ori do Oriente e Zarthú.
Quando traçam pontos aparece, em geral, o Triangulo, a ESFINGE, o Pentagrama Sagrado e demais símbolos; isto porém, raras vezes acontece; quase sempre isso é feito por outros entes que não pertencem a esta Linha, como meio para atrair os componentes da Linha do Oriente.
É uma das linhas que se empenha em fazer revelação de grandes acontecimentos, de novos conhecimentos, procurando sempre beneficiar a humanidade e contribuir para sua evolução.
Possam estas entidades deixar nos corações materiais a centelha do amor Divino, fortificados na aureola de luz do seu patrono São João Batista.

Do Livro Primeiras Revelações de Umbanda

SIMBOLOGIA NA UMBANDA


                                             Simbologia na Umbanda


Simbologia é a linguagem usada pelos Iniciados para perpetuar suas mensagens Divinas.

Tentemos decifrar alguns símbolos trazidos pelos emissários da Umbanda através dos chamados pontos riscados ou através de uma simbologia de determinadas Correntes de Trabalho.

O símbolo do Templo Espiritualista Sol do Oriente de Pai João de Benguela é um triângulo encimado por uma cruz, envolvidos em três círculos.

Relacionando com a Umbanda:

Triangulo – três pilares de trabalho na Umbanda – beleza da criança, força do caboclo e sabedoria do preto-velho.

Cruz - símbolo dos templários, podemos ler como o caminho em busca da espiritualidade representado pela linha vertical ultrapassando a linha horizontal da materialidade.

Três círculos - representando os três corpos do homem; matéria, espírito e alma, ou como Pai João ensinava, que os três primeiros graus da maçonaria, aprendiz, companheiro e mestre, para o nosso atual grau de desenvolvimento espiritual eram os essenciais e daí em diante até o 33º, seriam o acumulo de conhecimento.

19.5.12

TEOSOFIA

Sendo, como é, origem e base de todas as religiões, a Teosofia não se opõe a nenhuma delas. Ao contrário, purifica-as, revelando a alta significação interior de inúmeras doutrinas, tornadas errôneas em sua forma exterior, pervertidas pela ignorância e pela superstição. Em cada uma destas formas a Teosofia se reconhece e se defende; e procura em cada uma delas revelar sua sabedoria oculta. Para nos tornarmos um Teósofo, não há necessidade de deixar-mos de ser ou Cristão, ou Budista ou Induista (ou Umbandista). Basta que o homem penetre mais profundamente no coração de sua própria fé, abraçando mais firmemente as verdades espirituais e analisando com um espírito mais amplo os ensinamentos sagrados. Depois de ter outrora dado nascimento às religiões, a Teosofia vem justificá-las e defende-las. É o bloco no qual têm sido talhadas, é como a escavação profunda da pedreira donde todas foram extraídas. Diante do tribunal da crítica moderna, ela vem justificar as mais profundas aspirações e as mais nobres emoções do coração humano. Confirma as esperanças que nós apontamos ao homem e nos restitui, mais enobrecida, nossa fé em Deus.



Extraído do livro A Sabedoria Antiga de Annie Besant
Nota: Umbandista é inclusão minha.

O RITO DE OSÍRIS

Numerosos papiros e inscrições murais demonstram a intensidade com que os primitivos egípcios reverenciaram o rito de Osíris, e revelam o temor dos nativos ao mirar aquêles a quem se permitia penetrar nos santuários reservados e nas criptas consagradas, onde se realizavam as fases mais sagradas do ritual secreto. Havia o grau supremo e final de iniciação, em que as almas não eram simplesmente desprendidas dos corpos mergulhados na morte aparente, para provar a verdade da sobrevivência depois do grande traspasse, mas eram levadas às esferas mais altas do ser, ao reino mesmo do Criador. Nessa maravilhosa experiência, a mente finita do homem se punha em contato com a Mente Infinita da sua divindade superior. Era-lhe dado entrar, por um breve instante, em silenciosa e magnânima comunhão com o Pai Nosso, e esse fugaz contato de êxtase indizível era suficiente para lhe mudar toda atitude para com a vida. Havia comungado com o elemento mais santo que existe no ser, descoberto um raio inefável da Deidade do seu verdadeiro e recôndito Eu, de cujo corpo a alma que sobrevive à morte é apenas uma roupagem intangível. Verdadeiramente, e de fato, havia nascido de novo no mais elevado sentido da palavra. O iniciado dessa forma tornava-se Adepto perfeito e, segundo o que dizem os hieróglifos - podia esperar os favores dos deuses durante a vida e o estado de paraíso depois da morte".
Essa experiência era vivida em transe, ainda que exteriormente se assemelhasse ao transe hipnótico empregado nos primeiros graus da iniciação, mas era fundamentalmente distinta. Nenhum poder hipnótico lha poderia conferir, nenhuma cerimônia mágica jamais lha poderia evocar! Sòmente os supremos hierofantes, unidos às suas divindades, e suas vontades fundidas com a sua, poderiam, com sua tremenda fôrça divina, tornar o candidato consciente da sua natureza superior. Esta foi a revelação mais nobre e mais impressionante que foi acessível ao homem egípcio, e ainda hoje o é ao homem atual, embora por outros métodos e diversos caminhos.
A experiência da iniciação era uma reprodução em miniatura da experiência destinada a ser vivida por todo o gênero humano através dos processos da evolução. A única diferença é que, como a primeira é uma conquista forçada, era obtida pelo crescimento rápido, um processo artificial como o transe, enquanto que o desenvolvimento psíquico e espiritual deve se processar naturalmente.
A experiência refletia dentro da alma todo o drama da evolução humana e o iniludível destino do homem.
O princípio em que se baseavam as experiências era que a natureza física do homem podia ser paralizada temporariamente mediante profundo sono letárgico, e sua natureza psíquica, habitualmente latente, podia ser despertada por um processo conhecido só pelos hierofantes. Visto por qualquer observador, o homem induzido artificialmente ao estado de coma pareceria na realidade morto. Com efeito, na linguagem simbólica dos Mistérios, dir-se-ia que "tinha descido na tumba" ou "sepultado na cova". Privado dessa maneira da sua vitalidade, o corpo, as fôrças das suas paixões e desejos pessoais estão temporariamente adormecidos; o candidato fica realmente morto para todas as coisas mundanas, enquanto a sua consciência, seu ser anímico, se separa da carne. Só nesse estado era possível ao homem perceber o mundo espiritual tal como é percebido pelos próprios espíritos - ter visões dos deuses e anjos, pairar no espaço infinito - conhecer seu mais recôndito ser e ... finalmente, o DEUS VERDADEIRO.
Êste homem pode dizer com razão que esteve morto e ressuscitou, pois simbólica e literalmente esteve dormindo na tumba e passou pelo milagre da ressurreição, acordando para nova compreensão do significado espiritual da morte e lembranças da vida divina que palpita no seu coração. Trazia consigo os estigmas do hierofante que havia produzido essa inesquecível experiência e, depois, os dois ficavam unidos para sempre por laços inquebrantáveis, íntimos e profundos. A doutrina da imortalidade da alma já não era uma simples doutrina; era um fato comprovado, demonstrado sem reservas ao iniciado. Ao despertar à luz do sol, podia dizer com absoluta certeza que tinha regressado ao mundo, totalmente transformado e renascido espiritualmente. Havia passado por céus e infernos e conhecido alguns dos seus segredos, porém também, daí por diante, a ajustar sua vida e conduta ao conhecimento de que esses dois mundos existem realmente. Transitava pela vida, ciente e seguro da imortalidade da alma, pondo em reserva as fontes em que havia bebido; mas, mesmo inconscientemente, não podia deixar de transmitir aos seus semelhantes sua certeza, renovando-lhes a fé mediante misteriosa telepatia inconsciente que sempre circula entre os homens. Não acreditava na morte, mas sim, na Vida, vida perene, auto-existente e sempre consciente. Acreditava naquilo que o hierofante havia descoberto nos resguardados retiros do templo; descobrira que existe a alma oriunda do raio do sol central, Deus para ele. A história de Osiris havia adquirido um sentido pessoal. Ao
descobrir o próprio renascimento, descobrira Osiris que era o seu próprio ser imperecedouro.
Essa foi a verdadeira doutrina do sagrado texto mais antigo do Egito, O LIVRO DOS MORTOS que, todavia, em sua presente forma conhecida, é uma mistura de papiros referindo-se a mortos e mortos-vivos - os iniciados - e daí ser um tanto confuso. Que primitivamente, em sua forma original e intata, pertenceu aos Mistérios, prova esta passagem: É um livro de um mistério supremo - que não o veja os olhos de nenhum homem (profano); seria abominação. Ocultai sua existência. Chama-se "O LIVRO DO MESTRE DO TEMPLO SECRETO".
Essa é a origem de que os defuntos (na realidade os iniciados) antepunham aos seus nomes o nome de Osiris, fato freqüentemente repetido no LIVRO DOS MORTOS. Nas primeiras versões dessa obra antiga, os defuntos diziam de si mesmos: "Eu sou Osiris". "Tornei-me como tu, vivo como os deuses", justificando dessa maneira a interpretação atual de que, morto, Osiris era na relidade o iniciado, o mergulhado em transe similar à morte.
Assim como no papiro de Nu ilustrado com pitorescas vinhetas, exclama um iniciado triunfante: "Sim, eu também sou Osiris. Tornei-me glorioso. Sentei-me na câmara de nascimento de Osiris, e nasci como êle. Abri a bôca dos deuses. Sentei-me no mesmo lugar onde êle se senta".
Eis aí mais uma passagem de outro papiro do LIVRO:
"Elevei-me a Deus Venerado, o Mestre da Grande Morada".
Assim era a instrução recebida nos Mistérios, instituição tão prestigiada na antiguidade, e tão depreciada nos tempos modernos.
Podemos, pois, compreender o verdadeiro intuito das antigas religiões, se compreendermos também que seus herois personificam a alma humana e suas aventuras representam experiências da alma em busca do Reino do Céu.
Osiris tornar-se-ia, então, a imagem do elemento divino do homem, e a história simbólica desse elemento está na sua descida ao mundo da matéria e sua reascensão à consciência espiritual.
Seu lendário retalhamento em catorze ou quarenta e dois pedações simbolizava o atual desmembramento espiritual do ser humano, cuja harmonia de outrora foi quebrada. Sua razão foi divorciada de seus sentimentos, e a confusão e os propósitos desencontrados o jogaram de um lado para o outro. Assim, também, a história de Isis que, recolhendo os fragmentos esparsos do corpo de Osiris e renovando-lhe a vida, simbolizava a reintegração, primeiro, pelos Mistérios e, mais tarde, pela evolução da natureza belicosa do homem à perfeita harmonia, harmonia em que o espírito e o corpo se movem de comum acordo e a razão corre paralela aos sentimentos. Era o retôrno à primordial unidade.
A doutrina suprema dos egípcios, o fundamento teórico dos graus superiores da iniciação, dizia que a alma deve voltar finalmente ao Ser Divino que a irradiou e, referindo-se ao regresso, falava "tornar-se Osiris". Considerava, portanto, que o homem, embora sujeito às leis da terra, era potencialmente Osiris. No manual secreto da iniciação, o LIVRO DOS MORTOS, admoesta-se a alma desprendida do candidato a proteger-se em suas grandes e perigosas viagens supra-terrestres, não só usando os amuletos, como também clamando com ousadia: "Eu sou Osiris"!
"Ó alma cega! - disse a mesma Escritura Sagrada - "apanha a tocha dos Mistérios e poderás na noite terrena vislumbrar teu duplo luminoso, teu Divino Ser. Segue esse guia celestial e êle será o Gênio, que possui a chave da tua existência passada e futura".
Por conseguinte, a iniciação equivalia a receber uma nova visão da vida, a visão espiritual que o gênero humano perdera num passado remoto, quando da sua "queda" do "paraíso" na matéria. Os Mistérios eram um meio, uma possibilidade de reascensão interior gradativa ao estado perfeito - à iluminação. Revelavam aquêles mundos misteriosos do Além do umbral da matéria e, posteriormente, o maior de todos os mistérios: a própria divindade do homem.Mostravam ao candidato, os mundos infernais tanto para por à prova seu caráter e sua resolução quanto para instruí-lo, e lhe abriam os mundos celestiais para animá-lo e rejubilá-lo. E se recorriam ao transe, não quer dizer que não havia ou não haja outros métodos; apenas era um processo que eles usavam, porém o Reino pode ser onquistado por outras vias; não é obrigatório que seja o transe.
Qual de nós está em condições de repetir as nobres palavras de um iniciado filósofo romano que disse: "Onde nós estamos não há morte - onde existe a morte lá não estamos. É a última e a maior dádiva da natureza, porque liberta o homem de todos os entraves e, no pior dos casos, é o fim do banquete que temos gozado".
Nossa atitude perante a morte subentende nossa atitude perante a vida. Os Mistérios mudavam a atitude do homem para com a morte, porquanto alternavam sua conduta de vida. Demonstravam que a morte não é mais do que o anverso da moeda da vida.
As investigações científicas, psíquicas e psicológicas estão mudando a atitude do mundo ocidental que, antes, considerava certos assuntos como irracionais e tolos. Essas pesquisas estão libertando as idéias dos antigos do desmerecido desdém em que jaziam, enquanto os outros conceitos mais jovens apareciam e desenvolviam sua virilidade pujante. Estamos começando a perceber quão sadias eram as idéias aparentemente insanas dos antigos. A prova da existência das fôrças imateriais sobressaltou nossa era agnóstica. Nossas sumidades científicas e os grandes pensadores estão se unindo às fileiras dos que crêem que a vida tem uma base espiritual. E o que êles estão pensando hoje, amanhã pensarão as massas. Começamos e, talvez com razão, depois de totalmente descrentes, a ser crentes fervorosos.
A primeira grande mensagem dos antigos Mistérios - NÃO EXISTE A MORTE - ainda que seja sempre susceptível de prova pessoal da experiência para poucos, está destinada a ser difundida para o mundo inteiro.

DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DE UM PRETO-VELHO


Por todos os caminhos que andei, depois de estar no Templo de Pai João de Benguela, sempre procurei falar sobre Ele. Agora darei inicio, dentro de minha capacidade de percepção, a uma tentativa de desvendar os mistérios de sua atuação, como um dos tantos amados Preto-Velhos que estão na Umbanda com a difícil missão de abrir os nossos olhos para as verdades espirituais.

Quando Pai João me convidou a entrar para a seara umbandista, e aqui a minha história não vem ao caso, disse uma frase que jamais saiu da minha memória: “filho, antes de aceitar vá e medite, pois quando você pegar no cajado não poderá mais largar”, e foi o que aconteceu, porque mesmo estando afastado do seu Templo Material a já uns quinze anos, do seu Templo Espiritual estou mais preso do que nunca.

Deixando a digressão de lado vamos ao tema a que me propus no momento, ou seja a Construção do seu Templo, tendo em mente a frase “conhecemos o verdadeiro valor de uma pessoa não pelo que ela diz ser, mas, pelo que ela faz”, vamos analisar o Templo Espiritualista Sol do Oriente.

Este Templo é constituído pelo Terreiro de Umbanda e a Loja Maçônica.

Olhando-se do ponto de vista arquitetônico, notamos já de inicio não ser ele um simples Templo, como realmente não o é.

Os mais antigos contavam que Pai João convocou um engenheiro , que sentava a seu lado, cada um em seu respectivo toco (fico eu imaginando a cena, um Preto-Velho pitando seu cachimbo dando instruções a um engenheiro para a construção de um Templo), que ia anotando todas as instruções dadas pelo Preto-Velho (era assim como Êle gostava de ser chamado), desde a forma do terreno que é triangular e sustenta a construção que também é triangular.

O Terreiro de Umbanda fica 7 degraus abaixo do nível da rua, e a Loja Maçônica fica 7 degraus acima do nível do nível da rua.

O Trono do Venerável Mestre da Loja, fica na mesma direção vertical, e é digamos, conectado por um fio magnético com o Altar ou como queiram o Congá do Terreiro.

Existem passagens e salas no interior do Templo que servem aos rituais e fazem parte das iniciações maçônicas, e, até bem pouco tempo era o único completo em Curitiba. Muitas Lojas Maçônicas utilizavam o Templo do Preto-Velho para suas iniciações.

Todos os rituais, tanto da Umbanda quanto da Loja Maçônica que era mais voltada para uma Maçonaria Mística foram determinados pelo Preto-Velho. Na Loja Maçônica do Preto-Velho, o segundo grau esta subordinado a Ogum.

Numa conversa com Tia Zizi, que era o Cavalo do Preto-Velho, ela contou que sabia de tudo que tinha na Loja, e ela não era iniciada e nem fazia parte da Loja Maçônica, acho eu que nem precisava, convenhamos.

Estou iniciando o relato da história, na medida do possível, tendo em vista que a minha entrada no Templo se deu quase no final da missão de Pai João como Uma Entidade Incorporante, pois lá do Astral ele continua mandando suas energias através de suas falanges, tanto do lado de lá, quanto do lado de cá, e eu fui o último iniciado na loja enquanto ele ainda estava por aqui, com a única intenção de mostrar àqueles que já estão e os que sentem a necessidade e querem entrar em nossa seara, poder ter uma vaga ideia de quem realmente são Esses Amados Preto-Velhos. Os mais antigos diziam que Pai João de Benguela apenas usava o “Cascão” de um Preto-Velho para cumprir a missão assumida no astral de contribuir para a formação da Umbanda no Brasil, pois na realidade ele já era um Mestre ou Sacerdote Egípcio, e a construção do Templo, como eu disse no início, é uma prova material de quem é PAI-JOÃO DE BENGUELA. Saravá a todos e se Êle permitir continuarei com a história.

OS.: Perdoem a alguém que não é escritor.







15.5.12

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER e a RELIGIÃO DE UMBANDA


FRANCISCO CÂNDICO XAVIER e a RELIGIÃO DE UMBANDA (Registro)

•Seleções de Umbanda: A seu ver como sente a Umbanda atual?

Chico Xavier: Eu sempre compreendi a Umbanda como uma comunidade de corações profundamente veiculados a caridade com a benção de Jesus Cristo e nesta base eu sempre devotei ao movimento umbandista no Brasil o máximo de respeito e a maior admiração.

•Seleções de Umbanda: Chico, cada religião, traz ou deve trazer algo de verdadeiro que possa contribuir a salvação de seus profientes (o hinduísmo trouxe o dharma para os hindus, o hermetismo a ciência e o poder das forças ocultas, o orfismo é a religião da beleza para os gregos, o cristianismo o amor e assim por diante) o que traz de positivo a Umbanda?

Chico Xavier: A meu ver o movimento de Umbanda no Brasil está igualmente ligado ao Espírito de amor do cristianismo. Sem conhecimento de alicerces umbandísticos para formar uma opinião específica eu prefiro acreditar que todos os umbandistas são também grandes cristãos construindo a grandeza da solidariedade cristã no Brasil para a felicidade do mundo.

•Seleções de Umbanda: O que você acha do mediunismo na Umbanda através de “Caboclos” e “Pretos-Velhos?”.

Chico Xavier: Acredito que o mediunismo no movimento de Umbanda é tão respeitável quanto a mediunidade das instituições kardecistas com uma única diferença que eu faria se tivesse um estudo mais completo de Umbanda; é que seria extremamente importante se a mediunidade recebesse a doutrinação do espírita do evangelho com as explicações de Allan Kardec fosse onde até mesmo noutras faixas religiosas que não fosse a Umbanda. Porque a mediunidade esclarecida pela responsabilidade decorrente dos princípios cristãos é sempre um caminho de interpretação com Jesus de qualquer fenômeno mediúnico.

Cinco horas da manhã do dia 19 de abril de 1976, despedimo-nos de Chico que atendera perto de 2.000 pessoas totalizando assim 18 horas de trabalhos ininterruptos na Comunhão Espírita Cristã de Uberaba.

“Apareçam amanhã para conversarmos mais. Quero saber das novidades da Guanabara”.

Foram as últimas palavras, sempre amáveis que ouvimos do médium espírita Francisco Cândido Xavier. Parte da entrevista concedida à jornalista Alcione Reis, editora da Revista Seleções de Umbanda com a presença do Babalorixá Omolubá, recebido com muito carinho pelo médium espírita.

Presentes na ocasião, entre outros, o Professor Paulo Garrido, presidente da Fraternidade Espírita Bezerra de Menezes.



14.5.12

ESPIRITISMO E UMBANDA

•Como é que os Mentores Espirituais encaram o movimento de Umbanda observado do Espaço?

Ramatis: Evidentemente, sabeis que não há separatividade nem competição entre os Espíritos benfeitores, responsáveis pela espiritualização da humanidade. As dissensões sectaristas, críticas comuns entre adeptos espiritualistas, discussões estéreis e os conflitos religiosos, são frutos da ignorância, inquietude e instabilidade espiritual dos encarnados. Os Mentores Espirituais não se preocupam com a ascendência do Protestantismo sobre o Catolicismo, do Espiritismo sobre a Umbanda, dos Teosofistas sobre os Espíritas, mas lhes interessa desenvolver nos homens o Amor que salva e o Bem que edifica!

Os primeiros bruxuleios de consciência espiritual liquidam as nossas tolas criticas contra os nossos irmãos de outras seitas. Em primeiro lugar, verificamos que não existe qualquer “equívoco” na criação de Deus e, secundariamente, já não temos absoluta certeza de que cultuamos a “melhor” Verdade! Ademais, todas as coisas são exercidas e conhecidas no tempo certo do grau de maturidade espiritual de cada ser, porque o Espírito de Deus permanece inalterável no seio das criaturas e as oriente sempre para objetivos superiores. As lições que o homem recebe continuamente, acima do seu próprio grau espiritual, significam a “nova posição evolutiva”, que ele depois deverá assumir, quando terminar a sua experiência religiosa em curso.

Obviamente, os Mentores Espirituais consideram o movimento de Umbanda uma seqüência ou aspiração religiosa muitíssimo natural e destinada a atender uma fase da graduação espiritual do homem. A Administração Sideral não pretende impor ao Universo uma religião ou doutrina exclusivista, porém, no esquema divino da vida do Espírito eterno, só existe um objetivo irredutível e definitivo – a Amor!

Em conseqüência, ser católico, espírita, protestante, umbandista, teosofista, muçulmano, budista, israelita, hinduísta, iogue, rosacruciano, krisnamurtiano, esoterista ou ateu, não passa de uma experiência transitória em determinada época do curso ascensional do Espírito eterno!

As polêmicas, os conflitos religiosos e doutrinários do mundo, não passam de verdadeira estultícia e ilusão, pois só a ignorância do homem pode levá-lo a combater aquilo que ele “já foi” ou que ainda “há de ser”!

É tão desairoso para o católico combater o protestante, ou o espírita combater o umbandista, como em sentido inverso, pois os homens devem auxiliar-se mutuamente no próprio culto religioso, embora respeitem-se na preferência alheia, segundo o seu grau de entendimento espiritual.

É desonestidade e cabotinismo condenarmos a preferência alheia, em qualquer tributo espiritual da vida humana! Pelo simples fato de um homem detestar limões, isto não lhe dá o direito de reclamar a destruição de todos os limoeiros, nem mesmo exigir que seja feito o enxerto a seu gosto!



8.5.12

A VIDA REAL

A vida é uma única, embora revestindo formas inumeráveis que ela procura manter unidas, dominando com doçura sua resistência. Assim, Ela é a força unificadora que permite às vidas separadas tornarem-se gradualmente conscientes da sua unidade, e trabalhando para desenvolver em cada unidade de consciência a noção que a faz uma com todas as outras, como ele reconhecerá a Unidade e a divindade de sua raiz.

Este é um trecho do Livro "Cristianismo Esotérico" de Annie Besant uma das fundadoras da Sociedade Teosófica. Aquele que tiver "olhos para ver", verá, que a mensagem contida na postagem anterior de Pai Miguel de Xangô sobre  a nossa vida real que é eterna, resultado de nossas infinitas encarnações, é a mesma, só mudam as palavras. Conclusão: "A verdadeira Religião" é única, diferem apenas na maneira como cada "religião" a professa. Axé.

MENSAGEM DE PAI MIGUEL DE XANGÔ


INTRODUÇÃO


Salve Jesus !

Salve os Astros !

Salve a Terra !

Salve a todos vós que me lerdes !



Não pretendo comentar nem criticar a Linha de Umbanda, pois que sou um Guia que ainda trabalha com a parte (Pedra) da Terra. Tenho, porém, a missão de deixar a todos vós que me lerdes, como espírito que vos ama e deseja a vossa compreensão, ensinamentos para melhor vos encaminhardes na Terra, planeta de sofrimentos corpóreos para a elevação do Espírito, afim de chegardes até Jesus, Montanha Miraculosa, Astro Resplandecente, para cuja ascensão é necessário mais do que vós habitualmente fazeis em vossas excursões montanhosas como alpinistas, adoradores entusiastas, caminheiros ou descobridores.

Para chegardes a Jesus é necessário muito mais: caminhadas longas, por caminhos e caminhos, montanhas e montanhas, vales e vales, mares e mares de dores e sorrisos, que em múltiplas encarnações ides deixando como sementes espalhadas pela Terra, para colherdes em cada uma delas os frutos daquilo que houverdes semeado na precedente.

Ninguém mais, meus filhos, somente vos mesmos colhereis aquilo que houverdes plantado, seja boa ou má semente. Por isso a minha intenção é auxiliar-vos no estudo da Linha de Umbanda, ainda tão incompreendida por ser de uma parte da Terra e vossos conhecimentos ainda tão pequenos que não vos permitem interessar-vos uns pelos outros. O fato de ainda não vos encontrardes preparados para compreender os ensinamentos que de tão boa vontade vos trazemos, e a confusão que em torno de nós, Guias, constantemente estabeleceis, por nos esforçarmos em parecer-nos às vezes convosco, materializando-nos junto a vós, é que dão causa à vossa desorientação e consequente deturpação da chamada Linha de Umbanda.



A LINHA DE UMBANDA



Este livro tem por objetivo oferecer uma modesta contribuição ao estudo da Linha de Umbanda, também chamada banda da terra, por se tratar de Espíritos que trabalham com as forças da Natureza, como sejam: Mata, Rio, Pedra e Mar.

Todo aquele que sente a incorporação nos seus músculos, envolvendo-lhes todo o corpo, é considerado aparelho de Umbanda, compreendendo-se que trabalha com forças materializadas, Espíritos esses que não sendo de forças astrais, estão ligados aos planos terrestres. Estes Espíritos estão de acordo com as pessoas mais embrutecidas, menos desenvolvidas espiritualmente, pelo fato de não trabalharem diretamente com os Astros, cujas forças só podem derramar os seus fluídos sobre pessoas que já tenham terminado a parte materializada, conforme ficou dito acima. Assim como é necessário ao aluno iniciar-se no curso primário, passar ao ginasial, para depois ingressar em cursos mais adiantados, quando seu cérebro já se encontra preparado para compreender e assimilar mais facilmente o ensino superior, também se compreende que não seria possível aos médiuns trabalhar diretamente com os Astros, sem passarem primeiramente pelas forças da Natureza.

Todos os médiuns que receberem entidades de trabalhos espiritualizados, como seja : Levitação, Transporte, Direção de trabalhos de Linha Branca de mesa e outros mais, são médiuns que podem receber Caboclos, Índios ou Africanos, por missão especial para com essas linhas, mas já são médiuns que atingiram as Forças Astrais, por haver seu próprio EU cumprido sua missão em diversas encarnações para com a parte materializada da Terra. Compreende-se nestes casos que o médium já terminou seu curso no Espaço através de inúmeras encarnações, podendo assim receber tanto Forças dos Astros, que são Guias de uma percepção mais fértil, como também Guias do plano terrestre animados das melhores intenções.

Chama-se médium, que quer dizer médico da alma, a todos os filhos que veem à Terra; porém, nem todos, apesar de serem médiuns, estão em condições de trabalhar, necessitando para isso de se prepararem convenientemente, assim como aqueles que desejam ser médicos do corpo, os doutores da terra, cumprem um longo curso de aprendizado antes de se entregarem à prática de sua missão.

Pessoas há que estão exercendo a missão de médiuns independentemente de incorporação ou assistência aparente de entidades espirituais, nem tampouco sob as vistas de qualquer organização de trabalhos de mesa ou de Terreiro. Uma boa mãe, um bom cumpridor dos seus deveres, um chefe de grandes empresas, um inventor, o dirigente de uma nação, o padre, a freira, enfim todos os missionários, todos aqueles que praticam boas ações por palavras ou atos, muitas vezes sem estarem filiados a nenhuma religião conhecida na Terra, estão trabalhando como médiuns, transportando forças magnéticas para si e derramando-as sobre os outros.

Aqueles, porem, que tiverem passado por grandes fenômenos físicos e que, depois de haver procurado essa grande classe de incansáveis serviçais humanos que são os médicos da Terra, verificar que os distúrbios continuam apesar de estar bom o seu sangue, experimente fazer uma temporada de grandes concentrações em Centros Espiritualistas, que são os Centros dirigidos por Entidades de planos Astrais. Se, ainda assim nada conseguir, então esteja certo de estar sendo atacado pelas forças vivas da Natureza, das quais só os trabalhos da Linha de Umbanda poderão livrá-lo mais rapidamente, da mesma maneira que só o bisturi é capaz de aliviar prontamente a dolorosa pressão dum tumor.

Não pretendo dizer com isto que ela seja maior, mas apenas que para cada mal o seu remédio. Assim sendo, figuremos o ataque das forças terrestres como uma espécie de tumor espiritual ao qual pouco ou nada adiantará um tratamento demorado de Forças Espirituais, apesar de benéficas em alto grau. O tratamento rápido e eficaz no caso será cortá-lo; e esse serviço é executado pela parte materializada da Linha de Umbanda. As sessões espirituais de mesa podem livrar os filhos da obcedação de forças materializadas, porém o tratamento é mais demorado e nem sempre tão eficaz como nos trabalhos de Umbanda. O esforço despendido neste sentido pode ser comparado ao que teria de ser feito pelo aluno que, sem o curso primário, tentasse ingressar diretamente no de bacharel.

Falamos até agora sobre o médium; passaremos a falar sobre o Aparelho. Aparelho deve ser considerado todo aquele que já vem na encarnação que está vivendo, com a missão de trabalhar com Espíritos mais ou menos elevados, conforme seu próprio desenvolvimento, podendo ser, segundo suas encarnações passadas, um aparelho de mesa, de linha puramente branca que é a Linha Branca de Umbanda, ou outras Linhas que existem, sobre as quais não entraremos em detalhes no presente livro por ser nosso objetivo tratar somente de Umbanda.

Temos o que se chama cavalo , na Linha de Umbanda, termo considerado um tanto bruto para a Terra, aparentemente, mas que para nós Guias é um termo carinhoso, de grande significação, por se tratar de um médium nosso, e que apesar de outros Guias com ele trabalharem, ele pertence, abaixo de Jesus, a nós, que por diversas encarnações o acompanhamos para mais tarde podermos dizer “meu filho” e outros termos significativos de posse. Desta maneira, cavalos são todos os portadores de grande força mediúnica, e assim considerados por todas as forças materializadas, podendo receber Entidades desde a parte da Terra até à falange mais pura e elevada do Himalaia.



SALVE A UMBANDA !



Caminho tortuoso, começo de estrada do qual os filhos retiram as pedras para encontrarem passagem mais livre quando se virem encaminhados noutras linhas mais elevadas ! Sim, meus filhos ! Os chamados filhos de Umbanda são os abridores de suas próprias estradas !

Chama-se terreiro de Umbanda ao local dos trabalhos, por ser onde baixam os Espíritos com a missão de ensinar-vos a manejar as picaretas, as enxadas, etc., Espíritos estes em sua maioria de grande evolução, achando-se por isto preparados para se apresentarem humildes e pacientes, encaminhando-vos com carinho, e as mais das vezes fazendo-se parecer convosco para melhor vos sentirdes em sua presença. Depois que estiverdes encaminhados, isto é, quando já houverdes aberto vossa estrada através do estendal de sofrimentos peculiares ao vosso mundo, quando tiverdes aprendido a dominar e vencer os vossos defeitos, e enriquecido os vossos fluídos como faz o homem do campo com seus músculos, então ireis sendo conduzidos ao caminho da pena, da escrita e da filosofia.

Encontram-se nos terreiros de Umbanda verdadeiros iniciados, grandes trabalhadores, muitos dos quais certas pessoas tentam desviar sob a alegação de serem “grandes” e que por isso não devem estar mais naquele meio. Deveis fechar vossos ouvidos a semelhantes conselhos e caminhar para a frente, recordando-vos que eles são, em grande parte meios de experimentação à vossa decisão e vossa fé. Nós, Espíritos Guias e Condutores, precisamos do vosso concurso para o desempenho de nossa missão na Terra, como a própria Terra precisa de professores para o esclarecimento dos filhos. Caminhai, pois, com decisão e fé, certos de que, servindo aos Guias estareis servindo a Deus !

Ser iniciado em Umbanda é ser chefe de turma; e as turmas não poderiam trabalhar sem um chefe superior. Depois que as estradas estiverem abertas, a Linha de Umbanda desaparecerá na sua missão terrena, prosseguindo seus os trabalhos espirituais relacionados com as Estrelas, o Sol, a Lua e os Astros que banham a Terra de longe, cujos Espíritos já estiveram também na Terra em cumprimento de missão divulgadora dos ensinos da filosofia hindu e outros mais propagados pelo Espiritismo. Segui-os, pois; mas se vos entenderdes melhor com um caboclo, um africano, ou qualquer outra aparência que o Espírito usar para desempenhar sua missão naquele grupo de trabalhos, ouvi-o; e se ouvirdes com fé e lhe seguirdes os ensinamentos, encontrareis a estrada que vos ligará às outras de todas as demais religiões que forem bem interpretadas e sentidas.

Não vos deveis preocupar com os que estão em cima, porque em verdade não há acima nem abaixo; há, apenas, para cada um a missão que veio cumprir; cumpri vós bem a vossa, e sereis tão grandes quanto os Maiores ! O grande pode executar pequenos trabalhos; o pequeno pode executá-los grandes !

Os Umbandistas podem ser comparados na Terra a enormes bandos de trabalhadores de camisa arregaçada, peito nu, descalços, fortes, tostados pelo sol e satisfeitos, apresentando ao Chefe Supremo sua tarefa terminada e sendo pagos como os trabalhadores que se recolhem à noite para descansar após um dia de produtivos labores. Não é menor o homem porque trabalha descalço ! Trabalhai e sentir-vos-eis bem sendo Umbandistas. A estrada é uma só; os atalhos é que são diversos, conduzindo à mesma. Cada religião leva os filhos, seus adeptos, conforme seu grau de desenvolvimento e força de vontade. No alto da Montanha, porém, todas elas se encontram e se confundem numa só, que é a Verdade, a Luz, a Perfeição.

Todos os Espíritos trabalham para o mesmo fim que é caminhar ! caminhar ! Tudo caminha: os Astros, a Terra; nada estaciona. É uma corrida desenfreada, como vos parece em vossos momentos de devaneio, mas temos a certeza donde pisamos, levantando os que caem, orientando-os, tirando-lhes o véu da ilusão. Mesmo os Espíritos obsessores caminham, tropeçam, caem, desviam-vos, levando-vos ao sofrimento, sem contudo vos cansar de tanto sofrerdes. Há em tudo isto uma causa que se explica pela existência de missão entre vós e eles, a qual cumpris pelo sofrimento, vindo mais tarde a constituir com eles uma força protetora que vos auxilia, encaminhando-vos para a verdadeira liberdade espiritual !

Não desanimeis. Resisti. A dor fortalece, encoraja; ela vos conduz às alturas celestiais, transportando-vos para fora da Terra. Os olhos choram, mas vede que as plantas também choram ao receberem o doce orvalho matinal. Não desespereis. A Terra que se abre em vulcões enormes por diversas partes, destruindo vilas e povoações pacatas, necessita dos vossos sofrimentos. Se apresenta às vossas vistas esses maravilhosos conjuntos de beleza que vos inspiram e edificam, rios maravilhosos, rochedos gigantescos, montes e vales cobertos de vegetação robusta, prados e campinas onde florescem lírios e jasmins, e inúmeros outros delicados membros da flora imensa que vos cerca, é porque vós a protegeis e alimentais com vossas dores. No dia em que não mais sofrerdes tereis que desaparecer da face da Terra, porque estará terminada a vossa missão de presidiários neste mundo de sofrimentos, da mesma forma que as cadeias ficarão vazias no dia em que não houver mais criminosos.

Fosse o orvalho ressequido e não seria belo. Os pássaros cantam. Será canto ou choro ? Vós não o sabeis; entretanto vos encantais com seus gorjeios ! O mar grita, debate-se constantemente, e vós o achais Belo !

Quantas vezes já vim à Terra, e quantas ainda terei de vir ver-vos e encaminhar-vos !... Não fico triste por isso; tenho até prazer na minha missão, esperando que um dia nos reunamos todos, sendo todos iguais, onde mestres e discípulos se compreenderão como verdadeiros filhos de Deus. Por enquanto estamos preparando-vos para os exames finais na Terra, de que sois filhos, feitos de matéria densa e alimentados vagamente pelo Espaço, para depois de todos preparados, a Terra poder mostrar seus filhos de Umbanda, - banda da terra – a seu irmão Jesus, o maior médium de Umbanda, e a Deus, Nosso Pai de todas as Forças que fará realizar a ceia, não de doze apóstolos mas uma ceia... com bandos e bandos de apóstolos, de sementes deixadas na Terra cada vez que as Forças Supremas foram enviadas a visitá-la. Sempre que estas forças não conseguem acalmar os filhos da Terra, apelam ao Pai Supremo que é Deus, e então Ele determina a vinda de Jesus, Buda, e outros enviados, para os acalmar com sua palavra e seu exemplo.

Vós sois também chamados, não pelas forças completas da Natureza, porque ainda sois pequenos, mas por partículas de vós mesmos que necessitam de vossos sofrimentos para o seu progresso, assim como o ferro que geme ao fogo, o machado no tronco, o bisturi rasgando podridões, as abelhas nas flores, etc., sacrificados a vós também como os minerais, vegetais e animais alimentando-vos a matéria e nós o vosso Espírito !



Salve, filhos meus !

Salve as Forças Supremas !

Salve todas as religiões !

Salve a Dor !



Extraído do “Livro dos Médiuns de Umbanda” de Hilda Roxo – Ditado por Pai Miguel de Xangô em 1939 – Centro Espírita Estrela Dalva – Publicado em 1943 – Impresso no Jornal do Comércio – Rodrigues & Cia – Rio de Janeiro.

5.5.12

SETAS DA ENCRUZILHADA

Colocamos setas nas encruzilhadas da vida e do pensamento. As setas que encontramos à beira das nossas estradas têm função dupla: 1) de serem devidamente contempladas pelo viajor, e 2) de serem corajosamente abandonadas. A ponta da flecha indica a direção a seguir; mas o viandante só cumpre a ordem tácita da seta quando a abandona e se distancia dela; pois a missão da seta é ser ultrapassada, e não abraçada.

O sentido da seta é a meta – a meta distante indicada pela seta próxima.

Huberto Rohden



Este texto poderia muito bem ser atribuido ao Caboclo das Sete Encruzilhadas, cujo símbolo é uma Flecha.

4.5.12

ORAÇÃO DO DIRIGENTE UMBANDISTA


Meu Pai,

Ensina-me sobretudo a escutar.

Proteja-me das crenças falsas, do dinheiro fácil

E do sucesso a qualquer preço.

Dai-me paciência para aprender,

Sabedoria para ensinar e disciplina para aceitar

O que for proposto.

Que meu trabalho seja sempre honrado

E nunca me falte prazer em trabalhar.

Ilumine minha trajetória

E que nunca falte dedicação e perseverança

Para tornar realidade meu sonho.

Amém



Adaptada da Oração do Músico

PAI JOÃO DE BENGUELA E O FESTIVAL DE WESAK

Neste dia em que é realizado o Festival de Wesak, anualmente no dia da lua cheia do mês de maio, quero compartilhar com aqueles que sinceramente se entregam ao desenvolvimento espiritual, por conseguinte, isentos de pré-conceitos, a minha experiência deste dia, e principalmente me dirijo aos que são Umbandistas e aqueles que não conhecem verdadeiramente a nossa religião.

Contavam os antigos, que Pai João de Benguela, termo usado por eles, utilizava o “CASCÃO” de um Preto-Velho, para cumprir sua missão na Umbanda.

O Templo de Pai João é composto pelo Terreiro de Umbanda e pela Loja Maçônica.

Na Loja Maçônica, participávamos do Festival de Wesak, com um trabalho determinado por um ritual implantado por Pai João, do qual participavam somente aqueles indicados por Êle.

Não vou aqui tentar explicar o sentimento exercido em nosso espírito por um trabalho deste porte, pois não desenvolvi ainda o dom da escrita.

O Orixá para os Umbandistas e o Santo para os Cristãos que comandava os trabalhos era Ogum ou São Jorge respectivamente.

Para a minha felicidade e consequente responsabilidade, o Caboclo que me assiste, a quem me penitencio diariamente, pois a paciência Dele para comigo é infinita, manifestou-se pela primeira vez neste trabalho.

Torno público pela primeira vez esta história, ou melhor, este fato, para mostrar a todos os irmãos, principalmente aqueles que seguem ou querem conhecer a nossa “Amada Umbanda” a dimensão real de nossa religião, e tenho a certeza que irá ajudar a muitos irmãos, pois se hoje acordei com essa intenção, é porque este desejo vem do outro lado da vida.



Para complementar, coloco abaixo o significado do Festival de Wesak passado ao mundo através de Annie Besant. Em tempo: aconselho aos irmãos que pesquisem no Google, pois graças à tecnologia é só perguntar que o Google responde quem foi essa Grande Mulher. Permitam-me um aparte “sempre as mulheres”.



1 – Os Três Festivais Maiores

A celebração de certos Festivais Maiores, em relação com a Lua e, em certo grau, com o Zodíaco, produzirá um reforço do espírito de invocação, com a consequente chegada das influências evocadas. A verdadeira invocação baseia-se no poder do pensamento e, especificamente, em sua natureza, relação e aspectos telepáticos. O pensamento invocador unificado das multidões e o pensamento enfocado do Novo Grupo de Servidores do Mundo constituem uma corrente ascendente de energia que alcançará, telepaticamente, os Seres Espirituais sensíveis e receptivos a tais impactos. Sua resposta, emitida como Energia Espiritual, alcançará, por sua vez, a humanidade, depois de haver sido reduzida a energia mental, e assim deixará a sua devida marca na mente dos seres humanos, difundindo neles convicção, inspiração e revelação. Isto tem ocorrido em toda a história do desenvolvimento espiritual do mundo, e esse tem sido o mesmo procedimento que nos tem transmitido as Escrituras Sagradas.

A criação de certa uniformidade nos ritos religiosos mundiais ajudará os homens a reforçar o trabalho mútuo e a aumentar poderosamente as correntes mentais dirigidas às expectantes Vidas Espirituais. O cristianismo tem seus grandes festivais, o budismo conserva seus característicos acontecimentos espirituais estabelecidos e o hinduísmo tem outra lista de dias de festa. No mundo futuro, bem organizado, todos os homens e mulheres de tendências espirituais observarão os mesmos dias de festa. Isto trará como resultado a fusão de recursos e esforços espirituais, além de uma simultânea invocação espiritual. A potência disto será evidente.

Permitam-me indicar as possibilidades que oferecem tais acontecimentos espirituais e profetizar a natureza dos futuros Festivais. Haverá três Festivais importantes, cada ano, concentrados em três meses consecutivos, que conduzirão, portanto, a um prolongado esforço espiritual anual, afetando todo o resto do ano. Estes Festivais são:

1 – O Festival da Páscoa. É o Festival do Cristo Vivente Ressuscitado, o Instrutor de toda a humanidade e o Guia da Hierarquia Espiritual. É a expressão do Amor de Deus. Nesse dia será reconhecida a existência e a natureza da Hierarquia Espiritual, que Ele guia e dirige. Este Festival será fixado, anualmente, de acordo com a data da primeira Lua Cheia da primavera (no hemisfério norte). É o grande Festival cristão do ocidente.

2 – O Festival de Wesak. É o Festival de Buda, o Intermediário entre o Centro Espiritual mais elevado, Shamballa, e a Hierarquia. Buda é a expressão da Sabedoria de Deus, a Personificação da Luz e o Indicador do Propósito Divino. Será fixado, anualmente, de acordo com a Lua Cheia de maio, como sucede atualmente. É o grande Festival do Oriente.

3 – O Festival de Boa Vontade. “Dia Mundial de Invocação”. Será o Festival do espírito da humanidade no seu caminho para Deus, buscando adaptar-se à Vontade divina e dedicar-se a expressar corretas relações humanas. Será fixado, anualmente, de acordo com a Lua Cheia de Junho. Nesse dia, será reconhecida a natureza espiritual e divina da humanidade. Neste Festival, Cristo representou a humanidade durante dois mil anos e permaneceu ante a Hierarquia e à vista de Shamballa como o homem-Deus, o Condutor de Seu povo e “o primogênito entre muitos irmãos” (Rom. 8, 29). Todos os anos, Cristo, nesta data, tem repetido, ante a Hierarquia, o último Sermão de Buda. Portanto, será um Festival de invocação e demanda, de decidida aspiração, a fim de poder estabelecer a fraternidade e a unidade humana e espiritual, representando o efeito que produz, na consciência humana, o trabalho realizado por Buda e Cristo.

Estes três Festivais já vêm sendo celebrados em todo o mundo, e embora não estejam relacionados entre si, são parte da Abordagem Espiritual da humanidade. Está se aproximando o momento em que os três Festivais se celebrarão em todo o mundo. Graças a isto se alcançará uma grande unidade espiritual e os efeitos desta grande Aproximação, tão próxima na atualidade, serão equilibrados pela invocação unida de toda a humanidade.