29.4.12

UMBANDA - UMA RELIGIÃO CRÍSTICA


1. UMBANDA - UMA RELIGIÃO CRÍSTICA
 
 
O manjar dos Deuses é único e está servido a todos indistintamente.
A nossa tarefa primeira é estender as nossas mãos para poder prova-lo.
O sabor do manjar vai depender do paladar que é único e parte indivisível  de cada um de nós.
Meu irmão de sangue prefere um churrasco de carne vermelha, eu prefiro um peixe assado na brasa.
Ubiratan da Silva – 29/04/2012

26.4.12

O HOMEM CRÍSTICO


•O homem crístico é como o sol, suavemente poderoso, poderosamente suave.

•É poderoso – mas não exibe poder.

•É puro – mas não vocifera contra os impuros.

•Adora o que é sagrado – mas sem fanatismo.

•É amigo de servir – mas sem servilismo.

•Ama – sem importunar a ninguém.

•Vive alegre – com grande compostura.

•Sofre – sem amargura.

•Goza – sem profanidade.

•Ama a solidão – sem detestar a sociedade.

•É disciplinado – sem fazer disto um culto.

•Jejua – mas não desfigura o rosto para mostrar a vacuidade do estômago.

•Pratica abstinência de muitas coisas – sem fazer disto uma lei ou uma mania.

•É um herói – mas ignora qualquer complexo de heroísmo.

•É virtuoso – mas não é vítima da obsessão de virtuosidade.

•Trabalha intensamente, com alegria e entusiasmo – mas renuncia serenamente, cada momento, aos frutos do seu trabalho.

Assim é o homem que se tornou A “LUZ DO MUNDO”

(Huberto Rohden)



25.4.12

UMBANDA ESOTÉRICA - MAÇONARIA ESOTÉRICA - CRISTIANISMO ESOTÉRICO


S. CLEMENTE DE ALEXANDRIA

“Não temos a pretensão, continua Clemente, de explicar suficientemente as coisas secretas, mas ùnicamente recordá-las para que algumas não nos escapem, ou para não perdê-las de todo. Muitas delas eu o sei muito bem, desapareceram há muito tempo, sem terem sido referidas por escrito. Há, portanto, coisas das quais não conservamos a lembrança, pois o poder dos bem-aventurados era grande.”

Os discípulos dos Grandes Sêres passam quase sempre por esta experiência, em que a presença do Mestre estimula e chama à atividade faculdades normalmente ainda latentes, as quais, sozinho, o discípulo não poderia despertar.

“Certos pontos que ficaram muito tempo sem serem notados por escrito foram esquecidos por completo; outros despareceram, porque a inteligência lhes perdeu os traços, pois as pessoas sem experiência não os podem fàcilmente reter; estes pontos eu os ponho em foco nos meus comentários. Eu omito certas coisas propositalmente, exercendo assim uma prudente seleção, temendo confiar à escritura o que receio exprimir de viva voz. Não faço isto por ciúme, pois seria um sentimento mau, mas por temer ver meus leitores interpretá-los de uma forma inexata e claudicar; segundo o provérbio, seria dar uma espada a uma criança. Porque seria impossível que as matérias tratadas por escrito não se divulgassem. Mas embora caíssem no domínio público (a escritura sendo sempre o modo de transmissão) elas dão ao investigador respostas mais profundas que as palavras escritas. Elas exigem, com efeito, o auxílio de alguém, seja o autor, seja uma pessoa que tenha seguido seus passos. Mostrarei certos pontos de uma maneira velada; insistirei sobre outros, e muitos não serão mencionados. Eu me esforçarei por falar imperceptìvelmente, mostrando secretamente e procedendo por demonstração silenciosa”.

Este trecho bastaria, só ele, para provar a existência, na Igreja Primitiva, de um ensinamento secreto. Mas ainda há outros. No Capítulo XII do mesmo livro, intitulado “Os Mistérios da Fé que não devem ser comunicados a todos”, Clemente declara que “é necessário lançar o véu do Mistério sobre os ensinos orais dados pelo Filho de Deus”, porque seu trabalho poderia cair sob os olhos de pessoas destituídas de sabedoria.

Quem fala deve ter os lábios puros, e quem escuta, um coração atento e puro. “Eis porque me seria difícil escrever. Ainda hoje, eu receio, como foi dito, lançar pérolas aos porcos, com medo que eles pisem com os pés e que, voltando-se, nos despedacem. Porque é difícil falar da verdadeira luz, em termos absolutamente claros, a ouvintes de natureza suína e indisciplinada. Nada, no mundo, pareceria mais ridículo à multidão, mas, ao mesmo tempo, nada mais admirável nem mais inspirado para as almas nobres. Os sábios não abrem absolutamente a boca sobre o que se diz na sua assembleia. Mas o Senhor ordenou proclamar de cima das casas o que foi dito nos ouvidos, prescrevendo a seus discípulos receberem as tradições secretas da verdadeira sabedoria, para depois as interpretar elevada e abertamente. Nós devemos, portanto, transmitir às pessoas que são dignas o que nos foi dito no ouvido, sem, entretanto, comunicar a quantos apareçam o sentido das parábolas. Nestas notas, apenas se encontrará um esboço; as verdades estão aí semeadas, mas de forma que escapam aos que amontoam as sementes como as gralhas; as sementes, encontrando um bom cultivador, germinarão, produzindo o trigo.”

Clemente poderia ter acrescentado que, proclamar de cima das casas significa interpretar na assembleia dos Perfeitos ou Iniciados, e nunca gritar a verdade aos transeuntes. Êle diz adiante: “As pessoas ainda cegas e surdas, que não possuem o entendimento nem visão penetrante, faculdades da alma contemplativa... não poderiam fazer parte do coração divino. Eis porque, fiéis ao método secreto, os egípcios chamavam adyta e os hebreus o lugar velado à Palavra verdadeiramente sagrada e divina e muito necessária aos homens, depositada no santuário da verdade. Sòmente as pessoas consagradas... aí tinham acesso. O próprio Platão achava não ser legítimo que os impuros tocassem os puros. As profecias e os oráculos eram, pois, pronunciados sob uma forma enigmática. Quanto aos Mistérios, não eram desvendados s qualquer pessoa, mas sòmente depois de certas purificações e um ensino preparatório.”

Clemente estende-se, em seguida, longamente sobre os símbolos pitagóricos, hebreus e egípcios, e faz observar que as pessoas ignorantes e sem instrução são incapazes de lhes alcançar o sentido.

“Mas o gnóstico compreende. Não convém, portanto, que tudo seja indistintamente mostrado a todos, nem que os benefícios da sabedoria sejam concedidos a homens cuja alma jamais, mesmo em sonho, foi purificada (porque não é permitidos entregar ao primeiro que aparece o que foi adquirido ao preço de tão laboriosos esforços); Os Mistérios da palavra não devem ser explicados aos profanos.”

PS.: No Templo de Pai João de Benguela eram distintos os trabalhos práticos da Umbanda para a caridade, e os ensinamentos esotéricos que eram transmitidos na Loja Maçônica.



22.4.12

SANTO AGOSTINHO - CABOCLO DAS 7 ENCRUZILHADAS - UMBANDA

O SEMIROMBA SANTO AGOSTINHO (AUGUSTINUS AURELIUS)




O Semiromba Santo Agostinho é um dos colaboradores da Umbanda.

“Santo Agostinho é um dos maiores vulgarizadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por toda parte. A razão disso encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à vigorosa falange dos Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios”. (Erasto – Evangelho Segundo o Espiritismo) Vejam a importância desse Espírito de Luz, na formação e divulgação da Religião de Umbanda, pois ele próprio colaborou com a vinda do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas para o início da religião, que viria permear toda uma espiritualidade própria no Brasil: ...”Na federação Espírita do Estado do Rio, presidida por José de Souza, conhecido por Zeca, rodeada por gente velha, homens de cabelos grisalhos, um enviado de Santo Agostinho me chamou (Zélio de Morais) para sentar à sua cabeceira. Havia uma ordem; ele fora jesuíta até aquele momento, chamava-se Gabriel Malagrida (Caboclo das Sete Encruzilhadas), e, naquele instante iria anunciar a Lei de Umbanda, onde negros e caboclos pudessem se manifestar, porque ele não estava de acordo com a federação, que não recebia negros, nem caboclos. Pois, se o que existia no Brasil eram caboclos, eram nativos, se quem veio explorar o Brasil trouxe para trabalhar e engrandecer esse país, os negros da costa da África, como uma Federação Espírita não recebia caboclos e negros?” (Trecho da mensagem do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas gravada em 1971, na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, pela senhora Lilia Ribeiro, diretora da Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ)
No relato, claramente, Zélio de Morais diz que “um enviado de Santo Agostinho” pediu que se sentasse à
cabeceira da mesa de trabalho, e que havia uma ordem. Com certeza era a ordem de se fundar naquele momento a religião de Umbanda. Muitos podem achar que “o enviado de Santo Agostinho” poderia ser um Guia Espiritual da Federação Espírita, mas descarta-se essa possibilidade pelo fato do próprio Zélio em outras oportunidades ter dito que: “... resolveram me levar à Federação Espírita de Niterói, cujo presidente era o senhor José de Souza. Foi ele mesmo que me chamou para que ocupa-se um lugar à mesa de trabalho, à sua direita...”. Se o próprio presidente da Federação o chamou, então não foi um Guia Espiritual incorporado. Aliás, não é feitio do kardecismo um Guia Espiritual incorporado dirigir um trabalho público, ou mesmo dar atendimento pessoal. Portanto, não poderia ser um Espírito manifestado mediunicamente que deu a ordem a Zélio, mas sim, um enviado de Santo Agostinho, já sabedor do que ocorreria naquela reunião, que o convidou para se sentar à cabeceira da mesa (tem-se por normal, que a cabeceira de uma mesa, sempre é ocupada pelo anfitrião ou reservada a alguém de destaque; por esse fato, também podemos concluir que o Espírito que o convidou para sentar-se, sabia do importante evento que ocorreria naquele momento).
“... A segunda razão histórica está no fato de o Caboclo das Sete Encruzilhadas ter confirmado que havia sido um Padre Jesuíta de nome Gabriel Malagrida. Por que as entidades escolheriam um Padre Jesuíta, queimado na fogueira da Inquisição para ser seu porta-voz? Ainda mais se considerarmos que esse jesuíta foi queimado vivo por ter se oposto a ações do Marquês de Pombal, as quais prejudicavam o povo e beneficiavam somente a um grupo próximo a ele. Acreditamos que essa foi à razão mais forte para sua escolha, pois a Umbanda,
enquanto a Manifestação do Espírito para a Caridade, já nasceu com o intuito de atender a todos os Irmãos, igualmente, sem discriminação. Finalmente, a terceira foi à comunicação que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fez a respeito da chegada desse grupo de entidades para o trabalho da caridade na Umbanda, de que eles tinham vindo em nome de Santo Agostinho...” (Mãe Maria de Omulú – Casa Branca de Oxalá) Na Umbanda, encontram-se Espíritos de toda ordem, trabalhadores do bem, não importando a religião que tiveram em vida; aliás, isso não existe na espiritualidade maior; lá todos estão irmanados para o bem comum. Portanto, a presença deste Santo na formação da Umbanda é fato indiscutível. Outro fato interessante: a Umbanda foi iniciada por um Espírito que em vida já tinha sido padre. Observe que o símbolo utilizado na mão de Santo Agostinho (coração e flecha). Os pintores da Idade Média com razão representaram Santo Agostinho tendo em sua mão um coração atravessado por uma flecha. Ele havia dito a Deus que “tu atinges meu coração com a flecha de teu amor”. O coração simbolizando o amor de Deus por todos, bem como o desejo de conhecê-lo e experimentar seu amor Divino. A flecha transpassando o coração, de cima para baixo, representa o Espírito de Deus entrando nos corações. Todos são chamados a continuar crescendo na fé, na esperança e na caridade, principalmente ao próximo.
O ponto emblemático do Caboclo das Sete Encruzilhadas representando uma flecha atravessando um coração está presente na antiga pintura mediúnica retratando o Caboclo das Sete Encruzilhadas, realizada pelo médium vidente Jurandy em 1949. Isso mostra a ligação e o compromisso de Santo Agostinho com a Umbanda, juntamente com o Caboclo das Sete Encruzilhadas. A presença deste Santo é importante e decisiva na formação da Religião de Umbanda. Santo Agostinho foi um dos mais importantes teólogos e grande inspirador da vida religiosa e do desenvolvimento do cristianismo no ocidente. Repare a “tatuagem” no braço direito do Caboclo na pintura, bem como o mesmo símbolo emblemático, no antigo Congá da Tenda Nossa Senhora da Piedade. O símbolo representativo de Santo Agostinho:



Observe que acima do Congá (altar), o coração está disposto tendo a sua base voltada para a esquerda, fazendo com que a flecha fique direcionada para cima. Cremos que tenha sido colocado assim pelo fato de
verem a flecha direcionando algo para cima. Mas o sentido ordinário do símbolo é com a base do coração em sentido normal e a flecha ficaria apontando para baixo, como está na tatuagem na pintura do Caboclo.
Existe no astral a Escola de Santo Agostinho (é uma das mais antigas Fraternidades de auxílio à obsessores e portadores de doenças kármicas em serviço na crosta terrestre), ligada a Confraria dos Cavaleiros da Luz
Divina (Esta Confraria Espiritual umbandista é toda dedicada ao ensino e a doutrina dos Espíritos trevosos).
Esta Escola está intimamente ligada à Umbanda.
 


                                                Templo da Estrela Azul – Pai Juruá

21.4.12

BÍBLIA


A Bíblia tem sofrido inúmeras alterações à sua versão original, adaptando o seu texto conforme os interesses do momento. Dou como exemplo o Evangelho segundo João. Logo no prólogo, as atuais Bíblias dizem: “No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus”. A anterior fraseologia dizia o seguinte: “No início era o Verbo: o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”. Parece que não, mas trata-se de uma alteração que adultera completamente o texto original, pois Verbo não é a palavra, Verbo é muito mais do que a palavra, Verbo é o som primordial através do qual a vida foi criada. Os budistas sabem isto e por isso usam os mantras, que são sons, não são palavras. Por outro lado cada uma das versões atuais do Cristianismo adaptou a Bíblia, principalmente o Novo Testamento, à sua medida. Assim, a Bíblia católica não é igual à Protestante, esta não é igual à Evangélica, etc., etc.

Significado de Verbo – DICIONÁRIO AURÉLIO

s.m. Gramática Classe de palavras que indicam os processos, isto é, que se distinguem pelo caráter dinâmico com que expressam o que se passa com os seres ou em torno dos seres. O verbo opõe-se ao nome não só por esse caráter dinâmico, mas também por admitir flexão de modo, tempo, pessoa e número. / Teologia cat. A segunda pessoa da Santíssima Trindade, encarnada em Jesus Cristo: e o Verbo divino se fez homem. (Neste caso, grafa-se com inicial maiúscula.) / Fig. Palavra; discurso: orador de verbo inflamado.

Para terminar, não vou revelar qual é o segredo maior, ele está implícito neste texto e nos outros que tenho vindo a escrever. Cada um é livre de pensar o que quiser, ou de não pensar e agarrar-se à crença como resposta para todas as dúvidas.

SIMBOLO DA RELIGIÃO CRISTICA DE UMBANDA

O símbolo que representa a Religião Crística de Umbanda é: Fé (representado pela cruz), Esperança (representado pela âncora) e Caridade (representado pelo coração). Todos os umbandistas deveriam ter esse símbolo bordado em seus uniformes, pois caracteriza o que é a Umbanda em sua essência e na realidade do dia-a-dia.
Extraído de Templo da Estrela Azul - Pai Juruá.

PS: Aqueles que são Maçons devem saber muito bem o significado destes símbolos no Ritual Maçônico.

RELIGIOSOS

Todas as religiões são boas na sua essência pois fazem parte dos diversos caminhos que conduzem ao Destino final, o problema está nos “Religiosos” que se colocam como “Donos” do caminho.

20.4.12

OBRIGAÇÕES E OFERENDAS NA UMBANDA

Já imaginaram o que seria do mundo se toda pessoa que quisesse algo em sua vida, era só ir fazer uma oferenda a um Orixá, Guia, Santo, Exu ou Pomba-Gira, barganhar e pronto? Ou seja, era só comprar o que o Orixá ou Guia mais gostasse, porque onde eles moram não tem mercado, feira, nem casa de artigos religiosos, e por isso precisam que nós os agrademos com bebidas, comidas, charutos, velas, ou seja, coisas materiais,para poderem satisfazer nossos egos incapacitados e muitas vezes doentio. Pra que fazer vestibular? Pra que estudar muito pra ser um bom profissional? Pra que trabalhar? Pra que ser honesto? Pra quer perdoar? Pra que ter honra e honestidade? Seria legal, através de uma oferenda eu conseguir o homem ou a mulher que eu quero. Não existiram mais doenças. O campeonato de futebol não seria mais resolvido no gramado, mas sim, nas encruzilhadas. Quando eu não gostasse de alguém seria fácil: era só fazer um feitiço e essa pessoa sumiria. Dinheiro então nem se fale; era só levar uma oferenda na Natureza e no outro dia eu ganharia na loteria. Fácil né? É assim então? Se for, não preciso mais me esforçar pra nada nesse mundo, pois, é só fazer uma oferenda ou despacho e está tudo resolvido. Pra que então perdermos tempo atendendo as pessoas num Templo Umbandista, com orientações e evangelização, se nós tivessemos a certeza que basta uma oferenda ou despacho para que o problema daquela pessoa, seja qual for, fosse resolvido. É mais fácil então uma só pessoa atender a todos no Templo, colocando os problemas das pessoas em um buscador da internet; encontrando o despacho ou oferenda condizente, era só tirar uma cópia, dar na mão do consulente e mandar ele se virar pra realizar o ato que tudo estaria resolvido em sua vida. Devemos então jogar fora o Evangelho e achar que Jesus foi um tolo inocente por querer que todos fizessem Reforma Íntima e nos melhorássemos para sermos felizes. Jesus também foi mentiroso quando nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade a vida; ninguém chega ao Pai a não ser através de mim”. Uma coisa é interessante:vemos todo mundo buscar Jesus para resolver os seus problemas, mas nunca vimos ninguém montar uma oferenda para Ele, a fim de conquistar os Seus favores. Por quê? Fácil: ninguém nunca ensinou ou disse que Ele facilitaria as coisas com oferendas. Com Jesus não se barganha; Jesus não se compra; Jesus se conquista; Jesus é pura doação. Seus favores somente chegam a quem merece de fato, pois entenderam o seu Santo Evangelho; mudam suas vidas. Será que com os Sagrados Orixás também não é assim? Será que para conquistar o apreço dos Orixás também não teríamos que nos reformar, nos melhorar, sermos amorosos e caridosos? Alguém (com certeza não foram Guias Espirituais da Umbanda), no passado, ensinou que para se obter favores dos Orixás bastaria agradá-los com oferendas (ou ebó). Alguém (com certeza não foram Guias Espirituais da Umbanda) ensinou que para todo problema existe uma oferenda (ou ebó) conciliatória. Atentem que nos ensinaram que para se chegar a um Orixá, deveríamos, por obrigação, realizar uma oferenda, com comidas e bebidas, senão este Orixá não se achegaria em nossas vidas. Será que é assim? Muitos umbandistas abandonaram a religião, dizendo que cansaram de realizarem oferendas e despachos, e os Orixás nunca os ajudaram; suas vidas continuaram na mesma; nada foi resolvido; alias, piorou; gastaram o pouco que tinham. Essa é uma tradição africana; aceita e praticada pelas religiões afro-descendentes. A Umbanda não é afrodescendente. A Umbanda é crística e brasileira. Templo da Estrela Azul – Pai Juruá
OBRIGAÇÕES NA UMBANDA “Precavenham-se, os umbandistas, principalmente contra as vulgarizações de “obrigações” cada vez mais freqüentes que lhes são exigidas do Espaço por “dá cá aquela palha”. Os pais de Terreiros, autênticos e amigos, não exigem compromissos ridículos e até censuráveis por parte dos filhos e por qualquer banalidade”. (Trecho extraído do livro: Missão do Espiritismo – obra psicografada por Hercílio Maez – 4ª edição – Livraria Freitas Bastos – 1984)

10.4.12

A OPINIÃO DE UM HUMILDE PRETO-VELHO

A consciência dos filhos ainda não pode conceber o que “é” Umbanda, e muitos não compreendem seus arcanos secretos. Poucos filhos na Terra têm a exata compreensão e entendimento desta Senhora da Face Velada e não conseguem encontrar palavras para interpretar o que eles percebem ou intuem através das suas faculdades medianímicas. Daí a dificuldade de explicar o Sagrado, o Aumbhandham milenar, renascido através do Caboclo das Sete Encruzilhadas pela mediunidade de seu protegido, o filho Zélio, nas terras da Santa Cruz.

Mas se a grande maioria dos filhos ainda não sabe o que “é” Umbanda, já é tempo de saber o que a Umbanda “não é!”. Umbanda não é culto a Orixá. Umbanda é culto á caridade. Umbanda cultua o amor, a humildade, a simplicidade, o respeito à Natureza, o respeito ao semelhante, a alegria de servir, de sentir-se privilegiado em poder estender a mão em nome da fraternidade, de olhar o Universo com reverência e falar com o Pai Supremo com profunda veneração! Os Orixás, que nós muito respeitamos; Senhores da Luz Primaz, esta energia cósmica e Onipresente, não necessitam culto. Eles são o que são com ou sem o reconhecimento dos filhos de fé! São como a luz do sol, que muito embora desponte no horizonte em seu carrilhão de fogo quando ainda muitas criaturas dormem, nem por isso brilha menos na sua majestosa apoteose de luz!

A Umbanda desceu ao plano físico para que a humanidade, compreendendo sua existência, reverenciasse o Criador dos Mundos, O Senhor dos Universos, Deus, nosso Pai Celestial. A Umbanda se fez presente através da força dos Senhores Solares como uma benção em favor das ignorâncias estagnadas, intelectualizadas, que hipertrofiam seus cérebros com conhecimentos e esvaziam seus corações de sentimentos mais dignos!

As forças gigantescas do Universo, os Portentosos Senhores do carma, não necessitam ser cultuados, bastando que Os respeitem através do amor incondicional ao próximo e que representem este amor, não acendendo velas em seus santuários nem com oferendas em seus Congás; mas que Os reverenciem na luz interior de seus próprios corações, reeducados no serviço ao próximo e na comunhão de todos no sentido da elevação da consciência através dos ensinamentos dos grandes senhores Avatares que já estiveram aqui neste mundo, como Moisés, Krishina, Buda, Zoroastro, Jesus…

Todos, como grandes estrelas descidas dos Céus, trouxeram, cada um há seu tempo, verdadeiras pérolas do conhecimento da Sagrada Árvore da Vida Eterna, mas a humanidade, em sua pequenez de alma e gigantismo de egos, traduziu e ensinou as escrituras de acordo com sua limitada compreensão, degenerando o verdadeiro conhecimento que andou por caminhos escusos, fomentando desprezíveis defecções na mensagem que deveria ser a maior herança para a humanidade.

Assim é que este “nego véio”, sem o palavreado simples da senzala, vem pedir aos filhos de Terreiro, que, se não podem ou não conseguem ainda compreender a Umbanda, que deixem o tempo, mestre por excelência, trazer o conhecimento no momento certo, quando as consciências dos filhos estiverem mais maduras. Por ora, se quiserem de boa vontade realizar a vontade do Pai Supremo, e agradar aos Orixás, que verguem para baixo seus narizes, quase sempre empinados e olhem para os irmãos infelizes que sem poderem acreditar em Deus de estômagos vazios e corpos nus, necessitam urgentemente acreditar nos homens, na palavra dos filhos de fé, no carinho da compaixão tal qual Jesus vos exemplificou. Isso trará mais esperança nos homens e maior compreensão de Deus e de Sua Justiça. A luz não pode ficar embaixo do alqueire, filhos meus, assim como também o discernimento e a coerência.

A Umbanda não é circo! Não é lugar para shows populares nem de mágicas ilusórias. A Umbanda é Sagrada, Orixá é sagrado como também é sagrado o filho de Deus que caminha por este mundo debaixo de provações e que necessita da compaixão e do carinho de seus irmãos de jornada. Pai véio vai embora, Aruanda chama, a lua já vai alta no Céu, a sineta bateu. Mas “véio” volta outra vez pra falar de coração a coração. Sarava a Umbanda!


(“Pai João do Congo” – página recebida pelo médium: João Batista Goulart Fernandes).