17.10.11

UMBANDA - MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO PARA A CARIDADE

Conforme anunciou o Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1908 através do Sr. Zelio Fernandino de Moraes que a Umbanda é a manifestação do Espírito para a Caridade, e como Caridade é um termo muito pouco compreendido em todo seu alcance, ofereço aos irmãos o texto a seguir.

A CARIDADE SEGUNDO O APÓSTOLO PAULO

O que é a caridade? Seria darmos esmolas, levarmos comida aos necessitados, comprarmos uma rifa beneficente? Fazer isso nos daria a consciência tranqüila do dever cumprido como cristãos?
Paulo, nesta passagem, mostra aos cristãos de Corinto que a caridade é algo muito mais profundo e importante do que apenas darmos o que nos sobra aos carentes. Embora isto também seja um ato caritativo, não resume a grandiosidade desta virtude.
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine".
Este trecho é um alerta a todos os que são oradores, sejam espíritas, católicos, evangélicos, umbandistas, ou qualquer pregador que fale dos ensinos divinos. De nada adianta ser belo na palavra e pobre de ações. O exemplo de mudança íntima, de luta constante contra as imperfeições, deve fazer parte da vida dos que se dedicam a divulgar a mensagem cristã. Conheceremos se a árvore é boa pelos frutos, alertou Jesus. Caso contrário, a palavra será como o sino que tine, ou seja, fará muito barulho e chamará a atenção, mas não modificará os corações e inteligências a que é direcionada.
"E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria."
Ter conhecimento espiritual não faz do ser um indivíduo caridoso. É Jesus mesmo que se diz agradecido a Deus, por haver escondido os mistérios divinos dos sábios e os revelado aos simples (Mateus, cap. XI), referindo-se ao sentimento e à fé nos ensinamentos espirituais. A mediunidade e o entendimento das Leis do universo dão sim ao ser maior responsabilidade frente à vida, e de posse disso devem seus detentores modificar suas condutas e buscar a humildade.
A fé também não é sinônimo de caridade, pois sem obras é morta, segundo o apóstolo Tiago, em sua Epístola, cap. II, vers. 17. Com a afirmativa de que por mais fé que tivermos em Deus e em nossas próprias forças nada seremos se não tivermos a caridade, Paulo chama a atenção dos religiosos em geral. Muitos de nós acreditamos que a crença inabalável é porta aberta para ajuda do Alto. Porém, se não nos ajudarmos, praticando aquilo em que cremos através do bom exemplo, qual a vantagem de possuir fé?
"E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".
Dar esmolas e acabar com a necessidade material do próximo é muito importante. Mas preciso é alertar às pessoas que tudo depende da intenção. Se fizermos a doação material com o objetivo de aparecermos aos outros, ou então para aliviarmos nossa consciência, estaremos nos enganando. Além disso, corremos o risco de ajudar ao necessitado, mas humilhá-lo ao mesmo tempo, com um ar de superioridade que o ferirá. A doação desinteressada deve brotar da compreensão da Lei de Deus, tornando-nos irmãos de quem ajudamos e tendo como único fim o amparo e alívio do sofredor.
Ainda neste trecho, Paulo instrui de que nada adianta nos auto-flagelarmos, com o intuito de mostrarmos para quem nos vê que somos crentes em Deus. Mais importante que castigar o corpo, com privações e sofrimentos, é sufocar as más tendências, verdadeiras mães de nossas desgraças.
"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece".
O apóstolo mostra que a verdadeira caridade traz a resignação, que é o entendimento das dificuldades da vida como obstáculos a serem vencidos, objetivando o progresso espiritual. Alia a bondade para com todos, independente do momento, pois a vingança e o ódio corroem o sentimento e turbam os sentidos racionais, enquanto o perdão enobrece o ser. Diz ainda que a prudência deve fazer parte de quem busca a caridade, pois ser leviano traz conseqüências inesperadas, e o orgulho do homem pode contribuir para o afastamento de Deus.
"Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade".
Em um mundo onde o que mais vale é a satisfação pessoal, mesmo em detrimento da paz alheia, a caridade busca decência e fraternidade. O público precisa ser levado a refletir sobre de que adianta levarmos vantagem em tudo se alguém estiver sofrendo com isso? Com certeza, esta dor do próximo será revertida em desespero, rancor, violência, que mais cedo ou mais tarde, acabará voltando-se contra nós mesmos, nossos filhos ou amigos.
Irritar-se é a melhor forma de perdermos a razão, por isso a paciência e a sensatez fazem parte da caridade, levando o homem a pensar antes de agir. Assim, devemos lembrar que a justiça irá se fazer mais presente em nossa sociedade, libertando os seres das mentiras e intrigas que envolvem interesses pessoais. É a verdade prevalecendo, e só ela pode nos libertar da ignorância, disse Jesus.
"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".
Tudo tem sua hora. Saber esperar é próprio da caridade. Quando o ser amplia sua visão além da vida material, vê no horizonte a luz necessária para manter-se animado e vivo. Busca na sabedoria cristã o esclarecimento para suas dúvidas, deixando de lado o desespero. É o caminho do equilíbrio proporcionado pela caridade.
"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior destas é a caridade" ( Paulo, I Coríntios, cap. XIII, vers. 1 ao 13).
Mudança íntima, humildade, obras, exemplo, doação desinteressada, resignação, bondade, perdão, prudência, decência, razão, tranqüilidade, sabedoria, justiça, amor ao próximo como a si mesmo. Agora é o momento de mostrar o que verdadeiramente Paulo diz sobre o que é a caridade: um conjunto de atributos morais e intelectuais, que fará do Espírito ser dono de seu próprio destino.
A fé e a esperança, indispensáveis para uma existência sensata e confiante, são assessoras da caridade, que será o sentimento principal a ser buscado pelo homem de bem, libertando de seu egoísmo e encaminhando-o para o Reino de Deus.
"Todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima: Fora da caridade não há salvação (Allan Kardec, Evang. S. Esp., cap.XV, item 5).
Após a passagem de Paulo, voltemo-nos à citação de Kardec. Diferente de outras religiões que colocam como essencial para a salvação (entenda-se liberdade com conhecimento) a freqüência exclusiva em suas fileiras, a Doutrina Espírita mostra que o que interessa é a prática da caridade, seja ela feita em que religião for. Jesus nunca disse que esta ou aquela doutrina deveria ser seguida. Mas sim, resumiu a Lei e os profetas em: Amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo. Este é o lema do Espiritismo:
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações". (Allan Kardec, E.S.E., XVII, 4).
Para encerrar, nem Paulo, nem Jesus e muito menos a Doutrina Espírita quer que sejamos santos. Os Espíritos superiores sabem de nossas limitações e os ensinamentos cristãos são exatamente para ajudar-nos a superá-los. O que se espera do verdadeiro espírita, ou cristão, que têm o mesmo sentido, é o esforço constante em analisar-se moralmente. E sempre que se perceber fora dos atributos que constituem a caridade, que erga a cabeça, recomece novamente o caminho, sem desesperos ou pressa, mas a passos firmes e corajosos.
Copyright by Grupo Espírita Apóstolo Paulo

16.10.11

UMBANDA NO SÉCULO XXI NA VISÃO DE UM ETERNO APRENDIZ

UMBANDA NO SECULO XXI NA VISÃO DE UM ETERNO APRENDIZ

Quando elevamos nossos olhos acima da materialidade, e olhamos a Umbanda sob o aspecto dos 4 pilares do conhecimento, ou seja, filosofia, ciência, arte e religião, com o nosso espírito liberto de pré-conceitos, dogmas, ritos, ou qualquer sistema que aprisione a mente, temos a certeza de que a UMBANDA É A RELIGIÃO UNIVERSAL.
A Verdadeira Umbanda, ou melhor, A UMBANDA, não pode ser limitada aos trabalhos práticos do Terreiro. Está na hora, ou mesmo passando da hora, de entendermos que a Umbanda é muito superior. Para se tornar verdadeiramente uma religião - entenda-se religião no sentido de religação com o Supremo Deus, ou outra denominação que se dê ao Criador, O Único Indivisível - temos que abrir nossas mentes aos ensinamentos dos Grandes Mestres, sejam eles de que corrente de pensamento for sem aquele pré-conceito de que na Umbanda somente o que nos falam as Entidades Incorporantes é verdadeiro para os umbandistas, vedando-se àqueles que procuram em outras fontes um conhecimento no sentido de elevação de sua própria espiritualidade.
A Umbanda, dirigindo-se ao homem, diz-lhe: “Todos somos folhas e frutos de uma só árvore”. O mundo da existência outra coisa não é, senão uma árvore e as nações e os povos são como os seus diferentes ramos e os seres humanos são semelhantes aos seus frutos e flores. Assim devemos proclamar a unidade no mundo da humanidade, mergulhando-a no mar das grandezas divinas.
Nenhum homem deve seguir cegamente os princípios de seus ascendentes, pondo de lado as imitações. Deve investigar a verdade, procurando seus fundamentos, abrir seus olhos para enxergar por si próprio, abrir seus ouvidos para ouvir diretamente por eles e abraçando o que determinar a sua consciência, encontrará o caminho que o conduzirá à verdadeira religião.
A religião não pode ser causa de inimizades e muito menos de ódio; se apóia a tirania e sustenta a injustiça, é falsa. A seguir uma falsa religião é preferível a descrença; esta não prejudica as coletividades, enquanto que a má religião produz iniqüidades.
A ciência, a razão e a fé devem concordar perfeitamente entre si. As três precisam estar unidas indissoluvelmente. O costume do homem em aceitar a fé dogmática, seja no que for, repele a razão humana. A fé deve ser racional e concordar com a ciência perfeitamente; quando esta sanciona aquela, a razão humana se fortalece e a convicção integraliza-se.
O gênero humano é um só, por isso não deve existir qualquer tipo de desigualdade.
Todos os iniciadores da humanidade têm vindo ao planeta para unir os seres humanos e não para dispersá-los. É preciso por em ação os seus ensinamentos pela lei do amor; abandonemos, pois, os preconceitos de raça, de pátria, políticos e religiosos. Trabalhemos pela causa da unidade da espécie humana, para que a paz universal reine um dia entre os povos.
O bem-estar da humanidade como um todo, consiste em suavizar o sofrimento de todos os irmãos, pois somos todos filhos do mesmo Pai, degredados no mesmo planeta Terra. Enquanto isto não se verificar, não haverá felicidade no mundo.
Quando toda a humanidade se integralizar nestes sublimes princípios, exaustivamente comunicados a nós pelos Mestres Espirituais, sejam eles de que corrente for, um novo ciclo do poder humano se verificará, todos os horizontes do mundo se alargarão e serão todos os seres iluminados pela luz cintilante do TRIANGULO FULGURANTE; Beleza, representada pela Criança, Força representada pelo Caboclo e Sabedoria representada por nossos AMADOS PRETOS VELHOS, o mundo se tornará como um jardim perfumado pelas belas flores. Será a hora da completa e perfeita unidade dos filhos do homem, pela fraternização de todas as raças e de todas as classes e viveremos como verdadeiros irmãos. A todos os irmãos espalhados na superfície da terra, que nosso Pai Oxalá, nosso Mestre Maior Jesus, nos dê;
Saúde - Força - União

Ubiratan da Silva – 15/10/2011

A luz é boa em qualquer lâmpada que esteja ardendo. Uma rosa é bela, seja qual for o jardim em que floresça. Uma estrela tem a mesma luz, quer resplandeça no Oriente ou no Ocidente – Abdul Baha.