24.10.10

NA PAZ DA VELHA ABIDOS

Muito mais de sete mil anos antes que Maomé levasse às tribos nômades da Arábia o culto de um só Deus em toda sua pureza espiritual, no Egito, o país do céu transparente, floresceu uma religião cujos adeptos esculpiram gigantescos ídolos de pedra que Maomé odiava. E não obstante, os homens mais instruídos dessa religião adoraram o mesmo Deus Incognoscível que o Profeta do Islam; seu culto não foi simples idolatria. Os eruditos egiptólogos hodiernos, por mais que se esforçassem, não puderam dizer-nos algo mais sobre essa religião, porque ela pertence à pré-história, à época tão escassa em material que os mais estudiosos não conseguem tirar o véu que a oculta, e limitam-se a expor conjeturas cautelosas acerca de seu povo e acontecimentos.
Há lugares no Egito moderno, como por exemplo em Luxor, onde se encontram lado a lado o templo antigo e a recente mesquita muçulmana, oferecendo o impressionante contraste, aliás característico neste país.
Enquanto escrevo estas linhas, parece-me ouvir um galope de cavalos e, com os olhos de minha mente, ver os invasores árabes cavalgando e levando por todo o Egito o estandarte verde do Profeta. O tempo passa com uma paciência carregada de presságios... e o verde do estandarte cede lugar ao vermelho, branco e azul para voltar novamente ao verde. Mas, abafado por todas essas mudanças, o som do sistro dos templos antigos nunca deixou de ressoar.
O Egito não pode livrar-se do cunho da sua fé primitiva. Mercê do maravilhoso labor dos arqueólogos, o passado renasce diante de nós qual Fênix. Essas tangíveis relíquias de pedra recordam ao Egito o Passado, ao qual, por vezes se aferra, mas na maioria das vezes ignora.
Embora a fronteira entre o Passado e o Presente seja imprecisa, a atmosfera daqueles povos desaparecidos e seu culto extinto vibra ainda, suspensa sobre o país, e qualquer pessoa sensível atesta te-la indubitàvelmente sentido. Se seus templos decaíram tristemente, muitos deles destruídos ou sem tetos, albergando morcegos de largas asas, revoluteando à noite por entre as colunas; se daqueles homens ficaram apenas uns poucos corpos inumados para dar testemunho da sua existência (corpos dos quais foram retirados entranhas e sangue e que hábeis embalsamantes transformaram em múmias enfaixadas), muitos dos seus espíritos pairam nos lugares que freqüentaram e amaram em vida. O poder dos chamados mortos persiste no Egito, mais do que em qualquer outro país que conheço.
Senti em Abidos essa presença sutil numa sala de colunas do templo de Seti. Sentei-me num dos sete nichos, com as pernas cruzadas, para meditar. As estranhas figuras pintadas nas paredes em volta olhavam-me fixamente. Após duas horas de viagem pela baixada, atravessando plantações de cana e campos de favais, deixei o agradável, fresco e vivificante ar da alvorada (porque havia saído antes do amanhecer) e penetrei o limiar das ruínas do velho santuário construído por Seti, o primeiro dos Faraós. Não demorei em sentir-me subjugado por uma poderosa sensação do passado. Tão logo me sentei no nicho, projetaram-se na minha mente visões de uma época desvanecida.
Involuntàriamente, vi procissões desfilando pelo chão de pedra, com passos medidos e ritmados, dirigindo-se ao recinto do altar. Senti a forte vibração daqueles sacerdotes-magos que fizeram desse lugar um foco para atrair bênçãos de Osíris, deus que representavam com uma coifa de tríplice ornato posta no alto da cabeça. Ainda suas inovações ecoam através dos céus pelos séculos afora. A grande calma da sua presença começou a envolver-me e encantar-me; não demorou que suas asas benévolas me envolvessem, e senti minha existência terrena, cheia de desejos, deslisar-se como areia entre os dedos.
Bem disse Estrabão, o clássico geógrafo, quando escrevia referindo-se à sua própria época coberta de pó: “Em Abidos adora-se Osíris, mas no templo não se permite cantores nem tocar sistro ou flauta no início das cerimônias celebradas em sua honra, como é de uso fazer no culto ritual aos deuses...” A paz impregnou as brancas paredes da sala, paz acalentada de sonhos, cuja delícia o mundo exterior não conhece e nem pode compreender. A Marta dos bulícios e atropelos recebeu reprimenda de Jesus; a Maria tranqüila e compenetrada, o seu elogio. Nossas melhores horas não as passamos em algazarra e agitação, mas, sim, quando a serenidade desce sobre a alma e quando entramos em íntima comunhão com a Felicidade, Sabedoria e o Poder Divino.
Fiquei sentado no pequeno nicho na parede, como talvez algum sacerdote de tez morena se havia sentado centenas de gerações passadas, deixando que nesse intervalo sua aprazível influência me envolvesse em seu encanto. Oh! Que satisfação de estar só e esquecer os ruídos que o progresso traz como séqüito inexorável de seus muitos benefícios! E que prazer olvidar o egoísmo grosseiro, os mal-entendidos inevitáveis, ódios indignos, rivalidades aviltantes que, quando regressamos ao mundo dos homens não iluminados, nos alçam à cabeça, feitos cobras para nos atacar e picar.
Por que voltar, então?
Consideramos a solidão como se fosse a maldição dos céus, mas quando adquirimos a sabedoria, aprendemos a estima-la e recebe-la como uma bênção. Devemos escalar o monte Everest dos nossos sonhos e acostumar-nos a viver nos píncaros da solidão. Porque, se buscarmos a alma na multidão, só encontraremos o vácuo; se buscarmos a verdade, nada acharemos a não ser a hipocrisia.
A sociedade é da alma e não do corpo. Podemos passar uma noite na sala de espera de uma estação entre quarenta pessoas, e sentirmo-nos tão sós como se estivéssemos no Saara. Os corpos poderão aproximar-se, mas se os corações e as mentes permanecerem ausentes, continuaremos sós e isolados. Achamo-nos obrigados a cumprir as formalidades da etiqueta e, quando alguém nos convida, vamos visita-lo. O anfitrião não está presente para nos dar as boas-vindas, pois ele limitou ao corpo a obrigação de receber-nos, sabendo perfeitamente que entre nossas mentes há um abismo tão grande que não poderemos entender. Travar relações com alguém dessa espécie é melhor não fazer coisa alguma. Quem Deus separou, o homem não deve unir!
Tomei passagem para o Império Celestial, esse grande país onde não se infiltram notícias mesquinhas da nossa vida trivial. Será dizer que tenho ódio aos meus semelhantes? Pode ser chamado de misantropo o homem que brinca com as crianças e reparte suas moedas com os pobres?
Por que não ficar longe de tudo e aceitar a aventura de uma existência solitária, retirada, livre da ansiedade, nos lugares tranqüilos, como este do santuário de Abidos?
Criticamos amiúde o homem que foge à sociedade em busca de vida mais elevada, sem pensar que talvez ao regressar ele possa trazer algumas novas para seus semelhantes. Voltou-se à memória a solene promessa de regressar que me arrancaram aquêles a quem respeito ou melhor, venero, e da qual sabia não poder escapar. Todavia, não me entristeci porque também sabia que, quando o mundo me cansasse, poderia submergir-me no poço profundo do meu ser e sair renovado, satisfeito e feliz. Naquele grande silêncio sagrado dentro de mim, podia ouvir a voz clara de Deus, como nesse grande silêncio do templo podia ouvir as vozes mais débeis dos deuses desaparecidos. Quando voltamos ao mundo exterior, vagamos entre as sombras e incertezas; entrando em nosso próprio interior, movemo-nos entre sublimes certezas e beatitudes eternas. “Aquieta-te” – disse o Salmista – “e sabe que sou Deus”!
Perdemos a velha arte de ficar a sós e não sabemos extrair a felicidade dos nossos recursos internos; por isso, compramos distrações ou recorremos a outras pessoas para nos distrair, momentaneamente. E, não só não sabemos estar sós, como também não sabemos ficar quietos. Entretanto, se pudéssemos manter o corpo durante algum tempo na mesma posição e usar nossa mente de maneira adequada, lograríamos conquistar a sabedoria profunda, digna de ser possuída e saturar nossos corações de paz salutífera..
Fiquei quase duas horas sentado até que o tique-taque contínuo do relógio se fez ouvir novamente. Abri os olhos.
Mirei as grossas colunas da sala sustentando o pesado teto, e que pareciam gigantescas plantas de papiro apoiando sólidas cúpulas. Parte das colunas estava iluminada pelos raios do sol, que penetravam aqui e acolá pelo teto esburacado, realçando os baixos-relevos e pinturas. Aqui estava o Faraó em atitude cerimonial, frente a um dos seus deuses favoritos, ou levado à presença do próprio Osíris; fileiras de hieróglifos, uma após outra de conteúdo misterioso para os não iniciados, acompanhavam cenas pictóricas. Séculos se haviam passado, quando Seti em pessoa contemplava essas mesmas colunas de bases salientes, cobertas de inscrições.
Estiquei as pernas entumecidas e levantei-me para percorrer o resto do templo. Atravessei câmaras altas e santuários abobadados, e aproximei-me para estudar mais de perto os murais e pinturas, cujas cores, azul, verde, vermelha e amarela se destacavam sobre a branca e marmórea pedra calcárea, com tanta frescura como quando saíram das mãos dos artistas, há mais de três mil e quinhentos anos.
O toque delicado da beleza feminina se estraga, mais cedo ou mais tarde, pelo impiedoso assalto do tempo, mas a dura e pétrea beleza dos rostos femininos dessas pinturas parecia desafiar seus embates. Que segredos possuíam aqueles antigos pintores ao preparar as tintas, cujos vermelhos brilhantes e azuis claros conservavam sua frescura, e por que não podem ser imitados atualmente? A viva coloração parecia ainda escorrer dos pincéis, os finos desenhos e os esplêndidos cinzelados dos escultores daqueles tempos ficaram os mesmos nas brancas paredes de pedra, frente às quais eu permanecia meditando, testemunhos tangíveis daquela vida misteriosa do Egito desaparecido. Por toda a parte se via o Rei rendendo culto aos grandes deuses e recebendo em troca as bênçãos. Esse templo singular não estava dedicado integralmente, como era costume, a uma divindade especial; ali se honravam vários deuses do Panteão egípcio. Cada qual tinha seu santuário e estava representado em alguma cena religiosa, pintada ou esculpida na parede; contudo, Osíris conservava a supremacia. Havia sete recintos abobadados, formados de grandes blocos de granito, cada um cruzando-se com outro, dedicados a Horus e Ísis, Ptah e Harakt, entre outros.
Ísis, a grande deusa velada, Mãe da Sabedoria, com toda sua ternura maternal, tocava o ombro do Faraó devoto. Ao lado dela flutuava seu barca sagrado em cujo centro havia, finamente trabalhado, um oratório adornado de flôres de lótus; as águas tranqüilas e os ventos obedientes estavam dispostos a leva-lo às regiões paradisíacas dos deuses, deusas e alguns seres humanos que como deuses desciam à Terra para abençoar.
Os incautos, olhando essas pinturas, pensam como puderam os antigos egípcios ser tão estúpidos em acreditar nessas coisas, nessas divindades, inexistentes, nesses barcos sagrados que transportavam para o céu os favoritos dos deuses! A verdade é que os barcos eram apenas símbolos, elementos de uma linguagem sacra, que o escol do mundo antigo entendia perfeitamente, mas o mundo moderno difìcilmente consegue entender. Certamente, essas divindades estavam longe de ser uma ficção. No Universo infinito há lugar para outros sêres, superiores ao homem e, embora adotassem formas e nomes diversos em diferentes épocas, essas deidades não mudaram seu caráter específico.
Eu creio com Plutarco, que diz::
Não há deuses diferentes nos diferentes povos, quer sejam bárbaros ou gregos, pois mesmo o sol, o céu, a terra e o mar que são propriedades comuns de todos os homens, são designados de modo diverso nos diferentes países.
Muito embora, aparentemente, hajam hoje desaparecido de nossa visão, suas atividades não podem findar. Somente são menos tangíveis para nossos sentidos físicos, mas nem por isso estamos fora da sua esfera de ação. Embora não desçam mais em densas formas terrenas, continuam vigiando o mundo que foi entregue aos seus cuidados, fiscalizando o progresso da evolução humana. Eu creio em deuses como acreditavam esses antigos egípcios, considerando-os sêres super-humanos que custodiam a evolução do universo e do bem-estar da humanidade, dirigem o destino oculto dos povos e guiam seus mais importantes assuntos; enfim, encaminham todos os homens e todas as coisas à última finalidade de toda a criação – a perfeição suprema.
Esses sete santuários, consagrados aos cultos, presenciaram holocaustos de fogo e água, oferendas de incenso, posturas e orações. Cerimônias que foram idólatras ou espirituais, segundo a compreensão e a intenção que davam aqueles que nelas participavam. O homem que via nesses atos físicos substitutos satisfatórios das suas virtudes íntimas, era um idólatra, enquanto o homem que os considerava meras lembranças simbólicas da devoção e sacrifícios que diàriamente oferecia a seu Criador, sentia-se fortalecido na verdadeira fé religiosa. O sacerdote empregando símbolos que fazem parte do ritual da magia, poder concedido por tradição, assumia grande responsabilidade, porque atraía fôrças tanto diabólicas como angelicais para a assembléia que presenciava o ritual.
A entrada era proibida à massa nesses sete santuários internos, cujos altares desaparecidos, outrora reluziam de ouro, e na verdade, nos inúmeros templos egípcios ninguém se atrevia a passar além dos espaçosos pátios. Dessa maneira, a religião tomou um caráter particular em que o papel preponderante era desempenhado pelo exclusivismo sacerdotal. Pensei na liberdade que reina na mesquita ou na igreja e compreendi, mais uma vez, porque os sacerdotes que se haviam excedido em seus esforços por conquistar e conservar o poder, acabaram por perder até a menor partícula de sua influência. “Dá de graça o que de graça recebeste”; essa sentença não tinha aplicação naqueles tempos. Os sacerdotes recebiam e, com grande reserva e cautela, davam em parcimônia.
Que estranhas mudanças traz consigo o tempo, pensei. O sarcófago do homem que edificou o templo, o esquife vazio de alabastro da múmia do Faraó Seti, ficou mais de cinco mil quilômetros de distância, num pequeno museu estabelecido em Inn Fields de Lincoln, entre os advogados e corretores imobiliários de Londres. Se o tivessem enterrado trinta metros mais fundo, quase podia ter escapado à acidentada viagem pela Baía de Biscaia.
Levantei os olhos para contemplar a abóbada celeste pintada de um azul escuro semeado de estrelas. Através do teto avariado pelo tempo, aqui e acolá aparecia o céu. Em nenhuma parte do mundo, disse-me a mim mesmo, tem o céu cor azul tão intensa como no Egito. Penetrei num corredor poeirento e pus-me a estudar a famosa Tabuinha de Abidos, essa lousa gravada em caracteres hieroglíficos, mencionando todos os Reis do Egito até Seti. A Tabuinha ajudou aos arqueólogos a formarem seus conhecimentos mais concretos sobre a história do país. Estavam ali, também, as figuras em baixo-relêvo do Faraó Seti junto ao seu filho, o jovem Ramsés, no ato de homenagear seus setenta e seis antepassados. A augusta cabeça do Rei, de feições acentuadas, porte altivo e cerimonioso, estava de perfil. Percorri o templo pisando na fina areia que ali cobria uma parte do solo e prossegui estudando outros baixo-relevos, pinturas envoltas de cartéis reais e fileiras de formosas inscrições hieroglíficas profundamente gravadas na pedra.
Horus, com cabeça de falcão e corpo de homem, aparecia sentado, erguido no seu trono cúbico, alto, sustentando em ambas as mãos o tríplice cetro do Egito – o chicote, o bastão encurvado de pastor e a vara de Anúbis, três insígnias simbólicas de bom governo. O chicote representava o domínio do corpo, o bastão, o controle dos sentimentos, e a vara com cabeça de chacal, o domínio do pensamento. O sólido trono cúbico indicava o domínio da natureza animal do homem. Seus ângulos retos mostravam que os iniciados devem sempre se comportar “com retidão”, donde vem a frase moderna usada na franco-maçonaria “pela conduta reta”. A franco-maçonaria possui tradição ancestral mais antiga do que o supõem os próprios maçons. “Faze-te reto para ser útil; a pedra que serve para murar não se abandona no caminho” – diz uma antiqüíssima inscrição persa de influência maçônica. Ao longo da base do trono avistava-se uma fila de cruzes ansatas – a famosa “chave dos mistérios” tanto dos egípcios como de outras raças. Para os egiptólogos, é o símbolo da vida, porém, interpretando-a mais profundamente, compreenderemos que se trata do símbolo da iniciação à imperecedoura vida superior do espírito.
O grande alvo que deviam alcançar os iniciados egípcios era o de autodomínio. É por isso que vemos com tanta freqüência nos retratos essa expressão de calma imperturbável nos rostos. Frente a Horus estava seu devoto, o Rei com as mãos estendidas cumprindo o ritual de purificação, enchendo com água o vaso adornado de lótus em flor. Lótus era uma flor sagrada no Egito, como aliás em todos os países da antiguidade. O Rei perpetuava nesse baixo-relêvo seus piedosos cuidados para com o crescimento e desenvolvimento da sua natureza espiritual. O monarca levava um avental triangular prêso à cintura, com o qual cobria os órgãos sexuais, peça que tinha exatamente o mesmo simbolismo do atual avental dos franco-maçons. Essa figura do Faraó com avental, cumprindo o ritual de sacrifício no templo diante do seu divino mestre, tem sua reprodução moderna, porquanto no século XX os maçons ainda hoje realizam seus rituais na Loja Maçônica diante do Venerável Mestre, com o avental. Abidos, a primeira sede da religião de Osíris, foi também a primeira Grande-Loja dos ritos secretos daquela religião; isto, é, dos “Mistérios”, os progenitores da primitiva Franco-maçonaria.
Caminhei por entre as grossas colunas, ouvindo o incessante gorjeio dos pardais que se aninhavam ao longo dos velos telhados. Saí do templo, dobrando para leste, entrei por uma porta que dava para uma passagem em declive, cujas paredes estavam cobertas de figuras e textos tirados do principal livro sagrado dos egípcios: O LIVRO DOS MORTOS. A passagem conduzia às criptas subterrâneas que, segundo crêem os egiptólogos, tinham sido erigidas como o cenotáfio de Seti.
Esse recintos de aparência arcaica foram descobertos sob um monte de escombros, a mais de doze metros de profundidade. A sala central era baixa e construída em forma de um gigantesco sarcófago. O teto plano e delicadamente esculpido, cujo baixo-relêvo apresentava Shu, deus do ar, levantando da terra um Faraó morto e levando-o em seus braços. Senti logo que naquela cena devia haver algum simbolismo oculto. A construção feita de enormes blocos de pedra era notável no seu conjunto. Um fosso cheio de água rodeava a cripta, isolando a nave central. É mais que provável que esse fosso se comunicava com o Nilo por algum canal subterrâneo secreto. Heródoto descreveu um lugar semelhante que, segundo lhe disseram os sacerdotes, existia debaixo da Grande Pirâmide; contudo nada pôde ser provado até agora. A misteriosa cripta de Abidos, praticamente única no seu gênero, na realidade podia ter sido construída por Seti para lhe servir de cenotáfio, porém dava-me a impressão nítida de que originalmente devia ter tido outro objetivo mais importante. Qual seria esse objetivo? Deixei momentaneamente a questão em suspenso.
Voltei à sala das colunas e sentei-me na sombra que elas projetavam. Aqui em Abidos, diziam as antigas tradições, havia sido enterrado secretamente o próprio deus-homem, Osíris, na necrópole real de Thinis, cidade que no longínquo passado ocupou este mesmo lugar. O Rei Neferhotep fez relembrar esse fato, quando, ao receber o cetro faraônico, encontrou Abidos um montão de ruínas; e sublinhou ter procurado na biblioteca sacerdotal de Heliópolis os arquivos relativos ao templo de Osíris, que antigamente estiveram nesse lugar e, segundo os quais, após estuda-los, mandou reconstruir os ritos abandonados. O sucessores de Neferhotep usaram esses documentos para reconstruir das ruínas a formosa obra, agregando-lhe novas construções. Esses Templos se ergueram entre as casas da cidade de Thinis, mas o tempo acabou por destruí-los.
No primitivo Egito, os Mistérios de Osíris constituíam uma característica destacada na religião, e Abidos era o primeiro lugar do país que os celebrava, fato que o transformou num dos lugares mais sagrados da nação; assim, as vibrações que sentia eram daquela atmosfera espiritual e não dos ritos convencionais que se efetuavam diàriamente naquele belo templo, embora posterior ao Rei Seti. A história inicial de Abidos se entrelaça com a história do próprio Osíris, cujo calendário remonta à época ignorada em que as datas esfumam no era pré-história da origem egípcia; à época anterior aos Faraós. Foram tempos em que os deuses não desertavam dos homens, quando os “semideuses”, como os chamam os historiadores egípcios, governavam o povo. É maravilhoso – ponderei – sentir através de um misterioso processo as vibrações que ficaram aqui na sublime atmosfera da pré-histórica Abidos, e podem ser captadas de novo por um receptor humano sensível.
Ali, em Abidos, foi estabelecido o primeiro santuário-mor de Osíris no Egito. Mas quem era Osíris? A lenda histórica responde com um mito fantástico e inconcebível de alguém que foi assassinado e despedaçado, e cujas partes esparsas do corpo foram misteriosamente reunidas.
Deixei o problema para que a mente o sondasse, e aguardei a resposta...
Do silêncio do passado me veio esta: Um dos grandes seres da Atlântida previu a necessidade de ser preparada uma nova residência para os seus escolhidos, espiritualmente mais jovens, e os levou para o Leste, terra em que agora fica o Egito. Havia ele alcançado o grau de elevação super-humana, própria dos semi-deuses, e era para seu povo, não somente um governante humano, mas também um deus. Levou consigo os mais seletos do continente condenado, ainda que este estivesse no apogeu da sua civilização, porque os deuses costumavam preparar novas nações muito antes que as antigas desaparecessem.
Antes do cataclismo da Atlântida, emigraram pequenos grupos de homens mais esclarecidos espiritualmente. Os que pertenciam aos impérios ocidentais partiram para a América do Sul e Central, os que eram do Império do Leste, dirigiram-se para a África e ali lançaram os alicerces da grandeza do Egito.
Viajaram em sua embarcação curvilínea com a proa na direção oriental pouco conhecida e começaram a estabelecer-se em pontos diferentes e em diversas ocasiões, na costa Euro-africana. Mas a leva, que ia sob a direção imediata de Osíris, foi conduzida ao Egito pré-histórico em cujas praias desembarcaram e, antes de prosseguir remontando o Nilo, passaram pelas três Pirâmides e a Esfinge, produtos das primeiras levas emigratórias dos atlantes, e navegaram até que Osíris lhes ordenou deterem-se, não muito longe da atual Abidos. Encontraram o norte do Egito já habitado por uma população aborígine que os aceitou pacificamente e, além do mais, devido à superior cultura dos recém-chegados, permitiu que lhe impusessem seus costumes e domínio. Assim nasceu a civilização do Baixo-Egito, e Osíris, antes de abandonar seu povo, instituiu-lhe os Mistérios religiosos, deixando-os como um legado duradouro para perpetuar seu nome, sua obra e sua doutrina. Esses homens, esses egípcios pré-históricos, possuíam, portanto, cultura e civilização muito antes que Londres surgisse dos seus pântanos. Muito depois do desaparecimento de Osíris, e quando sua religião precisava ser revitalizada e codificada, surgiu outro grande mestre, um “semideus”, chamado Thoth, que estabeleceu em Sais um novo centro, o segundo, dos Mistérios de Osíris. Tudo isso ocorreu entre as comunidades aboríginas do Egito pré-histórico.
Donde então surgiu a lenda do assassinato de Osíris?
Não achei no momento a resposta e decidi aguardar uma outra meditação.
Retirei-me do templo caminhando pelo calçamento desigual do solo, cuja superfície há muito tempo havia sido desgastada. Antigamente estava recoberta com belíssimos mosaicos, dos quais agora não resta um só fragmento. Lancei um último olhar às formosas colunas cujos capitéis em florões sustentaram durante tantos séculos grande vigas de pedra talhada do teto e ainda continuavam suportando-as galhardamente. Assim dei por terminada minha visita neste santuário da antiguidade.
Saí do pátio e deixei as dependências do templo. Sob a ofuscante luz do meio-dia, pisei escolhendo caminho entre as pedras e pós, destroços de rocha e montes de areia, lajes esburacadas e restos disforme de colunatas, onde os espinheiros verdes e sarças espinhosas se entrelaçam, tomando conta das ruínas. Aproveitei um ponto favorável, e mais uma vez dei uma última mirada no deserto templo milenar.
Ali se erguia em sua brancura imaculada, com doze colunas dispersas na entrada e uma porta estreita e simples. Que aspecto diferente e grandioso devia ter, quando esteve no pináculo da glória! A arquitetura no Egito foi arte hierática. A religião era um fio no qual os artistas e artesãos enfiavam as contas de suas magníficas obras.
Seti, orgulhoso da sua própria façanha, mandou gravar numa lápide: “O interior do palácio está embelezado com ouro fino, puro, trazido diretamente das minas. Ao velo, o coração se extasia de júbilo e o povo se prosterna submisso. Sua nobreza é o que há de mais esplendoroso, seus portais, desmedidamente grandes, são de pinho do bosque, dourados com ouro fino e nas partes de dentro blindados de bronze. As grandes pilastras são de pedra de Anu e seu revestimento de granito; sua beleza comove até Ra no horizonte.
Assim era Abidos considerada cemitério do deus Osíris e, na realidade, o primeiro centro egípcio dos “sepultamentos” para iniciação aos Mistérios.
Enquanto descia ao povoado, levando comigo meus sonhos íntimos do passado, os pássaros cantavam ainda, entre os avariados telhados do templo, este último sucesso do primeiro santuário de Osíris.
Gostei imensamente do lugar, cujo feitiço intangível deixado em mim por mãos invisíveis, chamar-me-á a voltar repetidas e mais repetidas vezes. Esses lugares me escravisam mental e fisicamente, e de seu domínio, penso, não poderei escapar.
Quando nas horas efêmeras da vida consigo apanhar alguns momentos imortais, compreendo, então, que não vivi minha existência em vão. Em Abidos senti alguns desses momentos.

Do Livro – O Egito Secreto – Paul Brunton.

17.10.10

VENCER NA VIDA

Para vencer na vida, não é necessário usar como escada, o ombro de seu próximo. Muito menos procurar imita-lo ou seguir os seus passos.
Cada um tem o seu lugar, cada um tem a sua vocação, cada um tem a sua missão.
Neste mundo há espaço para todos, menos para quem ainda não encontrou o seu lugar e fica rodando daqui pra lá, de lá pra cá, seguindo por caminhos, que não são seus. Pare! Ouça a voz do seu coração. Pense em tudo que o atrai e lhe traz grande satisfação.
Tudo que lhe causar aperto aperto no peito, não é bom, deixe ir. O que lhe trouxer alegria e satisfação, você deve seguir, este é o seu caminho.
Lembre-se de que você é único, neste Universo, que não existe ninguém igual a você. A sua missão cabe somente a você cumprir.

Mensagens, Conselhos e Rituais Angelicais do Livro de Ângela Druzian.;

TEMPLO MAÇÕNICO - TEMPLO DE UMBANDA

A recordação da maneira como se trabalhava maçônicamente no antigo Egito, nos pode ser útil sob vários aspectos, porque aquêles maçons praticavam as cerimônias com inteiro conhecimento de seu significado, e portanto, os pontos a que davam maior importância também a podem ter para nós (umbandistas).

A sua mais pujante característica era a profunda reverência. Consideravam o seu templo tanto quanto o mais fervoroso cristão considera a sua igreja paroquial, ainda que a atitude dos primeiros derive do conhecimento,, mais do que do sentimento emocional. Sabiam que o templo estava poderosamente magnetizado, e que era preciso o máximo cuidado para conservar o pleno vigor desse magnetismo. Falar dentro do templo sobre coisas profanas teria sido considerado um sacrilégio, pois seguramente acarretaria perturbadoras influências. A mudança de roupas e todos os preliminares eram efetuados numa ante-sala, e os Irmãos entravam na Loja processionalmente e cantando, tal qual agora o fazem os comaçons.

PS: ESSE È O SENTIMENTO E O ENTENDIMENTO DAQUELES QUE PASSARAM E DAQUELES QUE FORAM INICIADOS PELAS MÂOS DE PAI JOÂO DE BENGUELA(Loja Maçônica e Terreiro de Umbanda). Ubiratan.

MESTRE RAMATIS

Mestre Ramatis

O Mestres Ramatis e Kuthumi, são na verdade a mesma fonte de consciência. Como Ramatis, este nosso Irmão Maior, exerce hoje a função de Secretário Geral da FRATERNIDADE DA CRUZ E DO TRIÂNGULO, que se empenha em divulgar os ensinamentos de JESUS, paralelamente com a tradição espiritualista do Oriente, estabelecendo assim, um profícuo intercâmbio entre as correntes espiritualistas do Ocidente e as fraternidades iniciáticas do mundo Oriental, com significativo proveito para toda a Humanidade.

Ramatis foi Nathan, o grande conselheiro de SALOMÃO; Essen, filho de Moisés e fundador da fraternidade Essênia, fiel seguidor dos ensinamentos Kobdas; e mais recentemente, Phylon de Alexandria, contemporâneo de JESUS, por cuja segurança muito lutou.

Quando de sua passagem por Atlântida, em que foi um Sacerdote, conviveu com Allan Kardec. Viveu também no Egito, na era de Ramsés II e do Faraó Mernephtah, quando reencontrou–se com Kardec, então o sacerdote Amenófis.

Ramatis, assim como muitos de nós, é oriundo do Sistema Estelar de Sírius. Em Atlântida, ele foi um Sacerdote Aumbandhã, que foi uma sabedoria milenar que trouxe do Sistema de Sírius, que significa Lei Maior Divina ou Sabedoria Secreta, Setenária e Esotérica. Aumbandhã é um instrumento de Magia Branca utilizado pelos altos Sacerdotes da Luz Atlantes, na verdade, os Magos Brancos, composto por Leis Cósmicas e pelas Forças da Natureza, para deter o avanço das trevas.

Esses Magos Brancos de outrora, que na sequência foram Caldeus, Babilônicos, Egípcios e, alguns, africanos, fizeram com que se mantivesse viva a Magia Atlante ancestral. O Mantra original da Lei Divina, Aumbandhã, foi retomado e nasceu a Umbanda. Isto aconteceu em 1.908, quando o médium Zélio Fernandino de Moraes, numa sessão mediúnica que se realizava na Federação Espírita de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, recebeu uma Entidade de Luz, que se denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas e comunicou que, por deliberação do Alto, iria se instituir, sob o signo da caridade um novo culto ao qual dariam o nome de Umbanda. No dia seguinte, 16 de novembro de 1.908, o primeiro Templo de Umbanda, a Tenda Nossa Senhora da Piedade, foi fundada por aquela entidade. Era o componente que faltava do Conhecimento Antigo. Ela tinha que reviver no Brasil, porque aqui ficou a semente espiritual do povo atlante. Vem também desde os tempos de Atlântida, nosso envolvimento com as Terapias que hoje conhecemos por Apometria e Anti-goécia.

Como mensageiro sideral, ombreia-se Ramatis com as mais destacadas entidades, tais como Emmanuel ou Hilarion. E, como luzeiro espiritual, não há prisma terráqueo capaz de mensurá-lo. É de se notar, que em toda a sua literatura, Ramatis curva-se à majestosa personalidade de Allan Kardec, com importantes referências ao seu legado, a Codificação do Espírito, salientando sempre que o Espiritismo sem Kardec não é Espiritismo.

O Templo que Ramatis fundou foi erguido pelas mãos de seus primeiros discípulos e admiradores. Cada pedra de alvenaria recebeu o toque misterioso, que não pode ser explicado a contento na linguagem humana.

Embora tendo desencarnado ainda moço, Ramatis pode aliciar 72 discípulos que, no entanto, após o desaparecimento do mestre, não puderam manter-se à altura do mesmo padrão iniciático original. Eram adeptos de diversas correntes religiosas do EGITO, da ÍNDIA, da GRÉCIA, da CHINA e até da ARÁBIA.

Apenas 17 conseguiram envergar a simbólica Túnica Azul e alcançar o último grau daquele círculo iniciático. Os demais, seja por ingresso tardio, seja por menor capacidade de compreensão espiritual, não alcançaram a plenitude do conhecimento das disciplinas ensinadas pelo Mestre. Vinte e seis adeptos estão no Espaço desencarnados, cooperando nos trabalhos da “CRUZ E DO TRIÂNGULO”. O restante disseminou-se pela Terra, em diversos lugares. Acredita-se que 18 reencarnaram no Brasil, 6 nas Américas, enquanto os demais espalharam-se pela Europa e Ásia.

Como a Europa está atingindo o final de sua missão civilizadora, alguns discípulos reencarnados emigrarão para o Brasil, em cujo território, afirma Ramatis, reencarnarão os predecessores da generosa humanidade do terceiro milênio. No templo que Ramatis fundou na Índia, esses discípulos desenvolveram seus conhecimentos sobre magnetismo, astrologia, clarividência, psicometria, radiestesia e assuntos quirológicos, aliados à filosofia do “duplo etérico”. Os mais capacitados tiveram êxito no campo da “Fenomenologia mediúnica” dominando fenômenos de levitação ubiqüidade, vidência e psicografia de mensagens que os instrutores enviavam para aquele templo de estudos espirituais.

Mas, o principal “toque pessoal” que Ramatis desenvolveu em seus discípulos foi o pendor universalista, devido ao próprio fundamento fraterno e Crístico para com todos os esforços na esfera espiritualista. Não se preocupam com os invólucros dos homens, movendo-se para solucionar o mistério da vida. Sentem a realidade contínua do Espírito, que só lhes inspira o amor e a fraternidade, a qualquer momento e em qualquer local. Respeitam e compreendem a necessidade que os homens tem de buscar a verdade, a fim de se exercitarem para os vôos crísticos do futuro. Não se adaptam a exclusivismo algum e evitam postulados doutrinários que cerceiam a liberdade da razão.

Sua última encarnação na Terra já como Ramatis, ocorreu na INDOCHINA no século X. Continua, entretanto, militando em nosso pequeno mundo, em obras de transformações sociais e como insigne mensageiro que, não obstante as conhecidas limitações mediúnicas, ainda consegue ditar obras de envergadura de FISIOLOGIA DA ALMA, MENSAGENS DO ASTRAL, EVANGELHO À LUZ DO COSMO, além de outras, contendo mais de uma dezena de preciosidades de inegável valor doutrinário e filosófico.

Os relatos acima são dos Médiuns: Hercílio Maes e Norberto Peixoto,
extraídos dos livros Mensagens do Astral, e Chama Crística.

PS: O símbolo do Templo Espiritualista Sol do Oriente de Pai João de Benguela, é a Cruz e o Triângulo. Ubiratan

OFERENDAS PARA ORIXÁS

Muitos médiuns vêm nos perguntar quais oferendas podemos dar no dia de determinado Orixá.

Estaremos agora passando uma receita básica que pode ser utilizada para qualquer Orixá ou Entidade.

· um pacote de amor em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que estiverem perto ou longe de você;
· um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;
· algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;
· um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada
· em retribuição, para não “desandar” a massa.

Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação e determinação e venha para o terreiro.

Coloque em frente ao Conga e reze a seguinte prece:

“Pai, recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e revigora o meu físico para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus enviados. Amém.”

Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode desejar ou precisar...

Você se dispôs a ser um MÉDIUM !

(Mensagem ditada pelo Caboclo Pery em 07 de Outubro de 2002)

É isso caro leitor, simples assim. É óbvio que existem oferendas representativas, votivas, mas o principal, o que as entidades querem mesmo de nós é amor e dedicação. A predisposição em fazermos o bem e o fazermos da melhor forma possível.

Livro Umbanda – Mitos e Realidade (Iassan Ayporê Pery)

16.10.10

O VELHO CONTRA O NOVO!

Ao invés de determinarmos o que queremos, pois é assim que age um Filho de Deus Perfeito, ainda nos sentamos perante a nosso Pai e dizemos: Estou cansado desta vida!... Deus, tu pareces não saber os problemas que tenho!... Por que me abandonaste?... Preciso disso ou preciso daquilo!...

Está na hora de pararmos de pedir, entendendo que quando pedimos, o fazemos por não nos sentirmos merecedores. É isso o que passa ao nosso racional o nosso mental dessa forma. Ao contrário de pedir, temos de começar a agradecer pelo que temos, e determinarmos a mudança que almejamos em nossa vida, nos dispondo de imediato à mudar. Mudar tudo em nossa vida, se necessário for. Cada um de nós tem aquilo que merece e esse merecimento vem de dentro de cada um de nós, não de um ser elevado. É uma questão de entendimento apenas.

Reconheçamos de uma vez por todas aquilo que nossos Mestres nos vêm dizendo ao longo da nossa história, ou seja, que cada um de nós tem o poder de saber quem é, que cada um de nós tem a capacidade de saber que é mais do que parece ser.

Aí está a questão: precisamos entender e, isso tem de ser agora, que somos nós os emissores de luz, que Jamais encontraremos solução em local algum, por melhor que seja, que não seja dentro de nós mesmos. Somos nós quem devemos levar a luz aos lugares escuros, mas ao invés disso, nos postamos de joelhos, pedindo a Deus que nos livre dessa carga! Fazendo isso, não vivenciamos o Deus que há em nós, e nos perdemos em nossa própria escuridão.

Cada um de nós está no lugar certo e na hora certa, mas tem de acreditar nisso, do contrário, além de não ajudar no processo, será mais um a necessitar da ajuda dos que forem mais fortes e determinados.

Permitamos nesse instante, que o amor de Deus que habita dentro de nós, nos inunde e nos preencha! Isso é o que chamamos de intenção, uma das energias mais fortes da Humanidade. É essa a sabedoria que faz com que ocorram as curas. E a cura de todas as doenças está ligada às mudanças em nosso DNA, que acontece na medida que comecemos a ampliar nosso autoconhecimento. As coisas em nossa vida podem ser simples ou complexas, dependendo apenas de como tratemos nossos pensamentos e sentimentos.

De todas as guerras que possamos vivenciar, a maior delas é a que acontece nesse momento, entre a velha e a nova energia e, estamos agora, bem no meio dela. Notamos já muitos de nossos irmãos em desespero. Estamos todos no meio dessa guerra entre o velho e novo.

Precisamos ter em nós a consciência latente, que somos eternos, pois essa é a condição necessária para a ampliação de nosso autoconhecimento. Sempre fomos e sempre seremos eternos! Esta vida atual é uma de muitas e nós escolhemos vir, quando a Terra tinha uma profecia de destruição. Não somos então como dizem as religiões pequenos e pecadores, somos sim co-criadores da vida com nosso Pai Maior. Somos nós os Faróis de Luz.

Somos nós hoje, os mesmos seres que aqui vieram a muitos milhões de anos para evitar a destruição desse lindo planeta pelos nossos irmãos trevosos do passado, somos nós os habitantes de Mu, de Lemúria e de Atlântida. Já vivemos isso antes e tenhamos a consciência que podemos mudar a Terra completamente.

Arregacemos as mangas e façamos o que nos propusemos antes de reencarnar, que é levar a nossa Luz onde houver escuridão e, não nos desesperemos com o que passemos a ver à vossa volta, entendendo que não vivenciamos simplesmente uma guerra entre a escuridão e a luz!

Mas sim, a luta do velho contra o novo! É uma luta entre os velhos paradigmas do planeta, contra o novo despertar da mestria que envolve a cada um de nós!

Luz em sua vida!

QUEM SOMOS NÓS?

Somos exatamente quem acreditamos ser! Somos os rótulos e o resultado de todas as crenças e de todos os dogmas, que nos escravizam a muitos milhares de anos.
Muitos de nós vivem de forma antinatural, por isso, é tão complicado para que compreendam, as coisas simples que a vida procura mostrar.

Analisemos a nós mesmos quando vivemos nossos momentos mais simples, falo das coisas naturais que fazemos sem perceber... daqueles momentos em que nós somos apenas nós mesmos, sem que tenhamos de mostrar ou provar nada a ninguém.

Nesses momentos em que somos mais naturais, mais simples, mais puros, perante a nós mesmos, a nossa verdade se revela, mas não acreditamos nisso, porque achamos que são momentos sem importância e que não contam. Mas é nesses nossos momentos mais naturais, que acessamos a Verdade Divina que há em nós. Porém, não temos consciência disso, pois vemos esses momentos como sendo banais, que não significam nada, porque aprendemos a tornar nossos pensamentos muito elaborados, nas conceituações a respeito do que é certo e errado.

E é por essa razão que, quando estamos desenvolvendo nossa consciência espiritual, precisamos olhar apenas para dentro de nós mesmos, a nos observar um pouco mais nesses momentos em que somos naturais, uma vez que a base de nossa personalidade enquanto encarnados, é cheia de pressões contínuas, de muitas exigências, manipulações e competições.

Para reaprender quem realmente somos, precisamos desaprender quem não somos. Precisamos definitivamente compreender que não somos seres humanos e sim Espíritos de Luz, que por merecimento aqui estamos mais uma vez, num momento tão importante de nossas vidas e do próprio planeta que nos abriga, tendo mais uma experiência de vida num veículo físico, para provarmos a nós mesmos que estamos crescendo.

Eliminemos nossas crises existenciais, pois não viemos aqui para criar nada, para construir nada, a não ser uma base sólida para a nossa personalidade, pois, nós sempre tivemos aquilo que sempre buscamos constantemente. Que é a Luz!

Eliminemos esse apego exagerado que sentimos pelo irreal, pelas coisas físicas, que não são compatíveis com nossa Essência de Luz. Até porque no momento de nossa partida desse plano, levaremos apenas aquilo que um dia trouxemos, com os devidos acréscimos. Acréscimos esses bons ou não!


Muita Paz e muita Luz!

HUMILDADE PARA APRENDER

Você sabe por quê o mar é tão grande, imenso e poderoso?
Simplesmente porquê teve a humildade de colocar-se alguns centímetros
abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios, não
seria mar, mas sim uma ilha.
Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.
A perda faz parte. A queda faz parte. A morte faz parte.É impossível vivermos satisfatoriamente.

Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Impossível ganhar sem saber perder.Impossível andar sem saber cair.Impossível acertar sem saber errar.Impossível viver sem saber morrer.
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará!
Porque o máximo que poderá acontecer...
a você é cair, errar e perder.E isto você já sabe.

Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma
Naturalidade o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo
e a queda, a vida e a morte...

“Autor desconhecido – se você conhecer o autor, informe-nos,
para que possamos colocar o crédito”

RECUPERANDO NOSSA MENTE

Estamos no limiar de uma nova vida planetária e, isso para muitos parece uma ilusão, mas essas pessoas se prestarem atenção ao que as circunda, olhando com os olhos do espírito e não com os olhos da carne, notarão que o processo não está por acontecer e sim, está acontecendo agora mesmo. Isso exige de todos nós mais coerência entre nossos pensamentos e sentimentos, pois cada uma de nossas decisões influencia enormemente e de forma imediata a vida planetária.

Nós podemos desintegrar agora mesmo os bloqueios mentais e emocionais que nos limitam a milhares de anos, que são verdadeiras prisões por nós mesmos criadas. Ou, podemos permitir que os nossos algozes, que são exímios manipuladores de energia, completem enfim a sua agenda para a nossa escravização mental, emocional, espiritual e física, podendo cada um de nós no futuro próximo estar sendo controlado por microchips. Isso não é ficção científica... É real e está acontecendo, faltando muito pouco para tornar-se física essa agressão. Esse processo vem se desenrolando a milhares de anos até o nosso momento atual, que está perto da conclusão, isso tudo porque a eles entregamos nossa mente e nossa responsabilidade.

Nossa pseudo ignorância se traduziu por algum tempo em nossas vidas como sendo felicidade! Foi por esse caminho que optamos seguir, por ser mais fácil e cômodo, mas chega! Pode ser felicidade não saber que um furacão está vindo, porque nós não teremos nenhuma necessidade de preocupar-nos ou de tomarmos providências. Mas enquanto assim nos iludimos, brincando de não ver, o furacão ainda está vindo para arrasar tudo o que estiver à sua frente. E nós fazemos parte desse tudo. Na medida que ergamos a cabeça e o enfrentemos, o desastre poderá ser evitado, mas, se nos mantivermos em nossa ignorância, essa negação nos deixará fadados a absorver todas as terríveis consequências, porque o furacão virá quando menos esperarmos e quando nós estivermos menos preparados.

Mas, ratificando, ignorância pode trazer felicidade - mas só por algum tempo. Nós criamos nossa própria realidade através dos nossos pensamentos e ações. Para toda ação ou omissão há uma consequência. Quando nós entregamos nossas mentes e nossa responsabilidade nós entregamos nossas vidas. Se muitos de nós fizermos isso, nós entregamos o mundo e isso é precisamente o que nós temos feito ao longo da história humana.

É por isso que poucos sempre controlaram as massas. A única diferença hoje é que poucos estão agora manipulando o planeta inteiro por causa da globalização dos negócios, dos bancos e comunicações. As fundamentações desse controle sempre foram as mesmas: mantenha as pessoas em ignorância, medo e em guerra contra elas mesmas... Divida, governe e conquiste, mantendo o conhecimento mais importante apenas pra você.

Neste ponto AQUELES, que secretamente criam o problema em primeiro lugar, respondem a esta exigência apresentando uma "solução" – o que se traduz por centralização de poder e erosão de liberdade. Se você quer dar mais poder para a polícia, agências de segurança e exército e você quer que o público exija que você faça isso, então assegure que haja mais crime, violência e terrorismo e, então torna-se uma brincadeira de criança alcançar suas metas. Uma vez que as pessoas estão com medo de serem roubadas, assaltadas ou bombardeadas, elas vão exigir que você tome a liberdade delas para as proteger do que foram manipuladas para temer.

As massas são agrupadas e dirigidas por muitas e variadas formas de controle mental e emocional. É o único modo que isto poderia ser feito.

Desde o primeiro dia dizem para você aceitar ordens sem questionar e se alguém com um boné pontudo lhe diz para atirar em alguém que você nunca encontrou e não sabe nada sobre ele, você tem que atirar sem questionar. Esta é a mentalidade do "Sim senhor!". E isto também penetra o mundo não militar. "Bem, eu sei que não está certo, mas o chefe me disse que fizesse isto e eu não tive escolha”. Não teve escolha? Nós sempre temos uma escolha. Nós temos escolhas que gostaríamos e escolhas que não gostaríamos de fazer. Mas sempre temos uma escolha.

A lista de técnicas de manipulação da mente é infinita e acontece a todo momento de forma subliminar. Eles querem nossa mente porque quando eles a têm, eles nos têm. Tenhamos em mente que esses seres que ainda dominam esse planeta tem apenas a força que a eles damos.

Tomemos nossas mentes de volta, AGORA, pensando por nós mesmos e facilitando a todos os que nos circundam fazer o mesmo, sem medo do ridículo ou de condenação pelo crime de ser diferente.

Luz em nossas vidas!

CRENÇA - FÉ

A crença é algo que mata o entendimento, pois parte do desejo de que algo seja verdade; é construída sobre idéias preconcebidas e julgamentos; a crença permite que a mente se abra somente ao que encaixa no seu modelo.

A fé, por outro lado, é um mergulho no desconhecido, mas que mantém nossa mente aberta, entendendo que a atitude correta é deixar-nos ir. A fé pode não ser o caminho mais cômodo e seguro, mas, indiscutivelmente é o caminho correto. A crença prende; a fé liberta.

A verdade que tanto perseguimos jamais poderá ser encontrada através da crença, mas sim, unicamente, através da simplicidade da fé.

A fé é o nosso ponto de partida, mas muitos de nós, porém, a abandona ao longo do caminho, em troca da adesão férrea a uma ou crença.

Mas é impossível desvendar o grande mistério da vida somente através das crenças, sejam elas quais forem e por melhores que elas sejam, pelo fato de só podermos crer naquilo que já conhecemos. A verdade que tanto perseguimos, vai além da nossa imaginação, pois ela preexiste à essa vida. Nada do que possamos imaginar será capaz de captar a enormidade, a glória e a dimensão da verdade que perseguimos.

O único caminho para atingirmos nosso grande objetivo é mantermos nossa fé de forma inabalável, nossa mente inteiramente aberta e nosso coração igualmente aberto a tudo que nosso Eu Superior e o Plano Superior nos intuir.

Muito mais que nos prendermos a qualquer crença, mantenhamos a fé em nós mesmos e tenhamos em mente que não precisamos mais ficar pedindo ajuda, a quem quer seja, pois temos muito mais poder do que possamos imaginar.

Na verdade, quando pedimos nos enfraquecemos, pois não nos sentimos merecedores daquilo que precisamos. Somos filhos de Deus perfeitos e, já que somos perfeitos, temos é de determinar o que queremos, pois é essa a linguagem que o Universo compreende.

Paremos então de pedir! Não demos nosso poder a mais ninguém! E, se não conseguirmos viver sem crença, creiamos firmemente em nosso Espírito, pois é ele o nosso elo com Deus.

Muita Paz e muita Luz!

12.10.10

DO LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA - OS "FILHOS" DE UMBANDA

São eles, em grande parte, pretos de África, nagôs, moçambiques, benguelas, zulus, caboclos ribeirinhos, praianos, asiáticos e indígenas, assim se apresentando em sua missão.
Todos procuram o bem, cuja prática lhes é, por princípio, imposta pela Ordem de Umbanda; os trabalhos que executam, estão na alçada de cada um, como é evidente.
O que me é permitido a luz trazer e que o faço mais adiante, se bem que possa aturdir vosso intelecto, necessário se torna para que sejam evitados os embustes e as mistificações (o grande mal em quase toda a prática da espiritualidade, oriundo, quase sempre, da erva daninha que germina nos corações – a vaidade dos que trabalham)
É limitado o número dos espíritos que têm, em momentos determinados, a consciência verdadeira e absoluta de sua verdadeira essência, isto é, o abandono de sua tosca roupagem e a contemplação de seus atos do cume de uma montanha; sim, porque sómente desta forma a visão seria ampla.
Esses espíritos – Missionários – são poucos; a eles se refere, como melhor podeis compreender agora, aquilo que muitas vezes se diz:
“Salve o segredo do Ente invisível”
Os que assim procedem são os que, em momentos determinados, podem ter seu explendor nas altitudes onde paira sua verdadeira essência, sua forma de espírito conciente; o que posso vos dizer e reafirmar, é que são eles em número reduzido e que, na maioria, são trabalhadores que manipulam as forças mágicas do Astral, revestindo-se deste ou daquel”outro cascão na afanosa luta que lhes é dado manter para cumprimento das missões; nesta roupagem não são distinguidos pelos materiais, que os julgam, muitas vezes, um elemento de fim de linha; sua evolução só é conhecida destes quando, ao lado de uma outra entidade também evoluída, ouve-se dizerem-se – “Salve o seu segredo –“
- Ao ingressar na Grande Ordem de Umbanda (no Astral), o Ente é revestido pelo seu envólucro e assim permanece durante longo tempo, até que seja permitida sua libertação desse estado, que por si só não pode modificar; isso só se dará quando seu espírito atingir certo grau de elevação, não tendo, durante esse longo tempo, nenhum segredo – ele é o que se apresenta.
Quando lhe é permitido o abandono do envólucro, passa o Filho (Ente) por um período de aprendizagem para o seu espírito e depois sobe atravez dos planos, que libertam-no de todos os resquícios materiais que possa ter; isso se dá porque, na sua passagem pelos planos, as larvas e demais fórmas dele eliminam toda a matéria de que está revestido.
Daí por diante será ele conciente, seu todo é essência e, numa descida junto a vós, obrigado é ao uso do envólucro, para que limitada seja a sua forma, dando-lhe a aparência de um ser de carne, com peso relativo para que chegue ao pesado plano da terra; aí sim, possue o que em Umbanda se denomina – segredo de um Ente.
Esses são, na totalidade, missionários, mas apresentam-se sem qualquer diferença de outros seres que iniciam sua evolução, no que se refere a roupagem; assim melhor podem exercer sua nobre tarefa, embora se lhes pese bastante a permanência no baixo plano Astral, junto á Terra.
Tudo obra prodigiosa do Pai – a natureza é sua creação e a manifestação da espiritualidade é a revelação do grande poder de Deus.

DO LIVRO PRIMEIRAS REVELAÇÕES DE UMBANDA - COMO AGE UMBANDA



Embora Umbanda trabalhe organizada em sete núcleos auxiliados pelas demais Linhas Independentes, tudo o que se processa em seu seio está em harmonia e em uníssono. Para melhor alcançar o objetivo visado, achou por bem a Sabedoria assim proceder, dividindo a Umbanda – a grande Lei de Justiça e de Verdade – em linhas, unicamente para melhor aproveitar as tendências que apresentam as creaturas, dando a cada fruto o sabor da árvore que o gerou, que o produziu.
Bem é de ver que, se trabalhar uma Sub-linha da Cruz das Almas, terão que estar seus fundamentos em concordância com a Linha base e com as outras linhas dela dependentes, para que não se quebre o equilíbrio da Umbanda; mesmo no lado oposto da Umbanda, nas hordas da Quimbanda, os seres procuram manter nítido e perfeito todos os seus pontos de força, muito embora limitados sejam os seres “conscientes-maldosos” que trabalham; limitados sim, porque os demais elementos que seguem inconscientes e incapazes de manejar as forças, acham-se dominados pelos conscientes que os dirigem e os chefiam. Como chefes, modelam a fórma dos seus subordinados, adaptam-lhes envólucros mais resistentes do que os que possuem, tornando-os assim mais subordinados e capazes de agir nas baixas esferas; nesse estado as práticas do mal os seduz e chegam a perder até a sua fórma primitiva, apresentando-se, muitos deles, agigantados como horríveis larvas, que apavoram os seres que desconhecem as forças da magia. É bem de ver que as creaturas da matéria, que favorecem o contacto desses elementos dando-lhes fluidos para manutenção de seu aspecto, estão irremediavelmente perdidas se os trabalhadores de Umbanda não intervêm.

Aí é que trabalha Umbanda, que se movimenta toda sua organização e no Astral, nas camadas densas, dão-se verdadeiras batalhas.
Os afeitos ao mal apóiam-se nos que estão em igualdade de forma, de pensamento, de Aura; apóiam-se também nas creaturas do Astral – os elementares.
Umbanda consegue nos Terreiros sua maior firmeza e aí apóia-se para a luta próximo da matéria; tudo é feito rapidamente, pois tem que ser limitada a ação dos seus componentes.
Agir em distancia, em meio extranho, difícil é, mas da verdade do Creador temos que o bem, o amor, a justiça e a caridade são superiores para vencer as trevas, a maldade, a profanação do Santo Nome.
Umbanda na sua missão grandiosa, entroza-se por todas as linhas do mal, fazendo ali estancar a dor e o sofrimento e tirando dessa senda os que se fazem merecedores da graça do Pai; verdadeira luta e sacrifício a que só o Grande Espírito poderia forças dar.
Das lutas, impávido e invencível, surge o Cavaleiro de Ogum, visando o bem e o direito; diante de tão nobre guerreiro, reto e impoluto ser que trabalha na seara do Pai no cumprimento de sua missão, o próprio mal, o próprio espírito das trevas “EXU” perturba-se.
Perturbam-se não só esses filhos do mal, como também outros seres do mundo dos desejos.
A verdade e a luz dissipam as trevas.
Ao entrozarem-se os filhos de Umbanda no meio onde agem os seres opostos (Quimbanda), sofrem eles muito com a baixa das suas vibrações e com o reflexo em suas mentes da perversidade desses mesmos seres.
Não posso reproduzir os fatos de fórma bastante compreensível para vós, mas tentarei fazer-vos aquilatar o quanto de dor, de agonia, sentem os mensageiros da luz na sua missão junto as hordas perversas.
A muito não vai que ainda vos chegue a mente e a visão, a horrível, dolorosa e brutal perversidade dos seres da matéria, na ambição incomensurável que os tinge de sangue e luto e aí, então, podereis ver, apreciar e melhor constatar os fatos e, melhor ainda, ligando-os ao mundo dos invisíveis, compreender o porque das cousas e sua origem.
Para tanto já se torna grande a vossa curiosidade e tempo é já que examinemos os fatos.
- Da orientação segura surgiu a seara boa, deslumbrado, o seu obreiro despertou em si o dragão perverso das paixões, dos desejos, da ambição; julgou-se senhor absoluto, capaz de tudo e até do Pai profanou o Santo Nome; ambicioso, mais ainda, confiante nas suas faculdades, nos elementos que havia congregado, procurou por todas as formas, por todos os meios, dominar a tudo e a todos.
Do outro lado ele não podia perceber, em virtude da matéria, seres envoltos em negras roupagens que trabalhavam ativamente para ver seus desejos também realizados; eram seres maldosos que, da forma material, unicamente não possuíam a carne; de intelecto evoluído, engendravam, pela fantasia do espírito, conseguir algo que os colocasse de posse de novos corpos; para tanto, necessário seria atrair elementos da matéria que os ajudasse na realização do seu objetivo.
Organizados em cima, acharam meio propício nos filhos organizados em baixo; seu meio era igual e assim, unidos, poderiam levar avante os seus propósitos.
Trabalhavam ativamente e, para também alcançarem seu fim, os da matéria os obdeciam cegamente.
Dessa forma deu-se o seu grande surto de início. Agiam, trabalhavam os dois princípios em harmonia e cumpria-se mais uma vez, as sábias leis do Grande Pai.
Iniciava-se então o segundo ciclo, uma das fazes mais agudas do Karma evolutivo terreno.
Não poude a ação dos mensageiros da luz interferir para que se amenizassem os corações maldosos, afim de que seguissem o trilha do bem.
Cumpria-se a Lei sábia do Pai.
Os esforços contínuos de todos os abnegados do invisível eram poucos.
No cérebro dos seres da matéria fluía a inspiração, a intuição para os mais perversos atos de acabrunhamento da humanidade. Despertava outra vez o dragão e com suas garras trucidava os que se lançavam a sua frente.
Surgem novas idéias; surgem inventos perversos, para que fossem satisfeitos os intentos maldosos dos materiais e se fortalecesse a organização dos invisíveis.
Assim desafiavam a própria Divindade, muito embora, inconcientes, cumprissem a Lei do Karma.

Da luz surgiu o lírio,
Desabrochou na cruz do sacrifício.
Jesus perpetuou a Verdade Divina
De Deus baixou, Cristo sublime

Aos seus mensageiros enviou
A estrela da perfeição;
A eles a verdade chegou
Em devota afirmação.

Aos opostos aos das trevas,
Branca, pura roupagem deu;
Cavaleiros eram os da terra,
Unidos aos filhos de Deus.

Era a luta do bem contra o mal.
Embora a verdade domine, embora o bem triunfe ao mal, não se podia prontamente extirpar a horrível ameaça dos entes trevosos.
- A natureza auxiliava no conjunto das cousas e a própria onda vibratória do mal extinguia-se suplantada pela irradiações solares que se faziam sentir.
De ousadia sem par era a luta dos mensageiros; fundaram-se ordens com o símbolo da Cruz, chamaram-se Cavaleiros os seus filiados; orientados por entes invisíveis, sequiosos pela ajuda dos da matéria para melhor poderem eliminar os que, organizados em idênticas condições, influíam para a perversidade dos materiais, trabalhavam esses seres arduamente e sem desfalecimentos.
O sangue corria, os homens perdiam o senso das cousas, incapazes de se orientar como verdadeiros entes de raciocínio, dotados do princípio Divino – o espírito. –
Todos seus atos concorriam para aumentar a perversidade; engendravam máquinas terríveis que, embora parecessem fruto de sua mente conciente, lhes era dado conhecer por influência dos cobertos pela roupagem negra. (Espíritos dos Magos do mal (Quimbanda) na matéria e no Astral).
Tal ajuda foi cortada paulatinamente pelos Cavaleiros do bem, embora pequeno fosse seu número, embora escassos os seus recursos; isto foi possível pela devoção de um ser cuja identidade me é vedado revelar. Sabeis quem? Podeis imaginar! – Um abnegado filho do Pai que ameaçado esteve da sua destruição.
Assim tolhida a ação dos que inspiravam o mal, as calamidades do plano térreo declinaram; mesmo as irradiações solares, fortes e salutares em todos os quadrantes, já inundavam todo o planeta.
Não mais venciam os guerreiros do mal e sua espada cedia ao peso da Justiça; no Astral poucos eram os que persistiam na obra visada; seus meios de ação estavam cortados.
Restava ainda o mentor que presidia a Ordem invisível e que orientava a chefe material das calamidades; porém, como tudo tem que existir dentro dos princípios das Leis Divinas, houve o dia do seu abatimento, pelo reconhecimento de uma força maior à qual estava sujeito – a Força Creadora – e assim, na realidade, teve os seus intentos frustrados, só lhe restando o arrependimento pelos erros praticados e a conquista das cousas do espírito, pois da matéria nada mais podia ambicionar.
A CIÊNCIA, OS CONHECIMENTOS EMBORA GRANDES, NÃO PODEM ULTRAPASSAR AOS DA DIVINDADE.
Embora não pudessem prosseguir, não se conformavam os maldosos renitentes com sua dolorosa situação; jamais concebiam que seres tão humildes fossem capazes de destruir e eliminar aquilo que consideravam indestrutível; não podiam penetrar no mistério cujo poder anulava seus esforços, que quebrava a força, que fazia esmorecer elementos tão cultos, tão capazes e persistentes nos seus propósitos.
Na matéria, os que a eles estavam ligados, espesso véo vedava-lhes a visão da ocorrência (Obra do Pai), e assim continuavam confiantes nos que os haviam inspirado e a seu Chefe – Deus em Carne – e mantinham a ele obedientes e submissos.
Os insucessos constantes eram amenizados pelas promessas de verdadeiros milagres que deveriam se operar, devendo tudo estar dependente, unicamente, de boa junção dos Astros e de revelações prodigiosas, capazes de tornar seus conhecedores invulneráveis; mas nada disso se deu, graças aos que humildemente trabalhavam com suas vestes brancas, apanágio dos bons, dos que fazem o amor florir nos corações.
Já se cumpria o Karma e tempo era que assim o fosse; muitos dos mãos já prestavam contas de seus atos ao Pai Supremo.
Nos horizontes dominava o Sol, que forças dava aos Cavaleiros do bem, entes incansáveis que extirpavam todas as garras do inimigo, deixando unicamente seu chefe (o da matéria) para seu maior desespero, para que ele pudesse assim lembrar-se da existência do Ser Onipotente – DEUS -.
É sempre nas horas aflitivas que o ser consciente, que se diz homem, recorda-se do Poder Divino, que necessita e busca a fonte de origem.
Assim, “o grande poderoso dos invisíveis” teve seus comparsas da matéria também aniquilados, não lhe restando mais do que o completo arrependimento e a penitência do seu espírito para receber o que de Justiça lhe coubesse.
E aí cessava o surto dos mãos. Marte saira dos horizontes; extinguiam-se as calamidades da matéria e o sangue começava a estancar.
Cumpria-se os desígnios da Sabedoria Infinita.
Vede meus irmão, não duvideis daquilo que muito é para vossa compreensão. Vede como estão ligados os fatos da vida da matéria com os seres do invisível e que é necessário, para o bem dos encarnados, o conhecimento das cousas do Além, onde reside a verdadeira vida, onde está a causa de tudo que de bom e de mau sucede ao plano térreo.
Umbanda conduz os que trilham sua senda ao conhecimento das verdades do Além; age Umbanda de forma bastante acentuada no plano físico, para mostrar os fundamentos do invisível.
JESUS – FILHO DE DEUS – Irmão no sacrifício, assim também fez em chegando na matéria, para perpetuar os ensinamentos do ESPÍRITO.
Por tudo quanto foi dito podeis um julgamento fazer.
Umbanda não é só um rito grotesco que trabalha em Terreiros; é uma Lei sublime que caminha passo a passo junto aos Karmas das creaturas, do planeta Terra e do próprio Cosmo.
Ela dá ao encarnado forças para que possa levar avante sua missão, cumprindo seu Karma terreno, auxilia-o em todos os momentos, na luta da matéria; trabalha também com denodo para que esses espíritos se elevem, sublimando-se nas virtudes do puro e perfeito, para sua completa felicidade na mansão dos bem-aventurados, na morada que o Justo reserva àqueles que, como verdadeiros filhos obedientes e cumpridores dos seus deveres, a merecem.
É a Lei do Pai na terra para a salvação de seus filhos.
Lei de Justiça e de Verdade – sua grande missão é de anular, opondo-se as práticas daquilo que chamamos Magia Negra (Quimbanda).
Quimbanda meus irmãos, não é só o que se pratica em Magia Negra, mas é tudo quanto entrava e aniquila os bons princípios; Quimbanda é a magia do mal; Quimbanda é uma epidemia terrível que castiga e deprime o vosso ser; Quimbanda é o mal de todas as horas que vos aflige e atormenta; é a causa da luta incessante que tendes na matéria, muitas vezes trazendo-vos em sobressalto e constante desespero, luta que travais para não serdes tragados pelas ondas turbulentas desse mar de iniqüidades.
Assim podeis bem ver a nobre missão de Umbanda – Lei de Justiça a opor-se todo o instante, todo o momento àquilo que é de mal, àquilo que conduz ao desespero e ao sofrimento a vossa matéria e, consequentemente, o vosso espírito.
A muito não vai o que de mal ainda há bem pouco tempo se passou.
MAL – INIQUIDADE – TREVAS.
Não deixa de ser Quimbanda o oposto a tudo quanto é de bem, àquilo que emana do Princípio Divino, fonte creadora – DEUS.
O próprio Messias, que sucedeu aos pregadores dos grandes mistérios (Grandes Mistérios – Ciências Herméticas), embora sendo um Mago da magia mental, foi vítima das maldades da Quimbanda, contra a qual lutou com desassombro e maestria próprios de um Ser Iluminado.
Quando eliminado for tudo que do mal houver, Umbanda por certo será compreendida e praticada por todos os filhos da carne que, assim o fazendo, estarão trabalhando para seu próprio bem, para sua própria felicidade e bem estar, não só da matéria, mas principalmente para o fim a que veio Umbanda na terra – elevação, salvação e glória do Espírito.
Assim, jamais deverá haver dúvidas ou falsas suposições, quando nas hordas do mal forem encontradas espíritos pertencentes as Linhas de Umbanda. Para se eliminar ou melhor, para se derribar árvores inútil seria aparar seus ramos; mais seguro, por certo, seria cortar suas raízes.
É evidente portanto que, para evitar o mal, é necessário chegar a causa que o produza; daí a razão e o motivo da presença dos trabalhadores de Umbanda junto as hordas do mal, onde trabalhando aparentemente de comum acordo com seus irmão maldosos, podem eles, de um modo seguro, cortar as raízes da árvore da Quimbanda.
- Se o que aqui foi dito melhor não vos esclarece, perdoai a quem vos dá estas modestas páginas; se assim for, só vos resta meditar profundamente sobre o assunto,, para que possa à vossa compreensão, o esclarecimento chegar.
No Livro Sagrado, cujos ensinamentos são diretos (de cima para baixo), as verdades ali contidas, para serem devidamente assimiladas, precisam ser interpretadas e meditadas; não extranheis, portanto, que em tão humilde trabalho como este também surjam verdades que, para serem melhor compreendidas, mereçam ser meditadas, visto sua origem ser, igualmente, de cima para baixo.
Tudo revelado, tudo ao alcance da matéria aí está; fazei bom uso dos humildes ensinamentos, e que estes sirvam para orientar os espíritos cançados das lutas contínuas da vida terrena, á conquista da almejada felicidade nos Mundos Superiores, onde tudo á harmonia, luz, perfeição.
Caminhai firmes e confiantes, pois que todas as ovelhas terão de chegar sem falhas ao Aprisco Divino.

9.10.10

UMBANDA E A ESFINGE DO EGITO

A ESFINGE DO EGITO


Tranqüila e firme, a estranha figura que encarna a fôrça de leão, a inteligência do homem e a serenidade espiritual dos deuses, ensina-nos a iniludível verdade de que o ser humano, mediante o domínio de si próprio, pode sobrepor-se ao animal que traz no seu interior e domina-lo. Quem pode olhar esse grande corpo de pedra cujos membros e garras de fera se juntam à cabeça e ao rosto de feições nobres de uma criatura humana, sem inferir esta lição elementar? Quem sabe decifrar o simbolismo da serpente, o emblema “URAEUS” da soberania faraônica, que se ergue preso à coifa, compreende que a Esfinge não nos incita a reinar sobre os demais, senão apenas dominar a nós mesmos. Muda sacerdotisa de pedra, a esfinge transmite, a todos os que têm ouvidos para ouvi-la, um silencioso sermão.
As inscrições hieroglíficas que se encontram nas paredes dos templos do Alto Egito como as de Edfu, onde o deus representado na imagem aparece transfigurado em leão com cabeça humana, vencendo Set, o satanás egípcio, sugerem que a esfinge encarnava a divindade. Do mesmo modo, um fato curioso leva-nos a crer que a Esfinge oculta algum segredo arquitetônico e encerra algum mistério talhado na pedra, Em diversas outras partes do Egito, pequenas reproduções da Esfinge foram colocadas diante de seus respectivos templos, como guardiães e protetores do umbral, ou, então, leões eram esculpidos, defendendo a entrada dos templos. Até as chaves dos templos tinham feitio de leão. Só a Esfinge de Giseh parece não ter seu templo correspondente; o que se chama o templo da Esfinge era uma construção com aspecto de fortaleza, de colunas rudemente talhadas e paredes maciças, mas, que, na realidade, não pertencia à Esfinge, fato demonstrado categórica e satisfatòriamente pelas escavações do professor Selim Hassan. Agora é revelado como sendo pertencente ao templo da Pirâmide de Khafra, a segunda, com a qual está unida por uma calçada em declive, pavimentada, hoje completamente desenterrada. Ademais, esse curioso aspecto arquitetônico está diante e não à retaguarda da Esfinge.
O pequeno templo, que Caviglia pôs a descoberto, entre o peito e as patas da Esfinge (atualmente quase inexistente), foi construído muito tempo depois da referida estátua; à guisa de paredes, formavam o santuário lápides de quatro metros de altura, sem teto, mas pessoas interessadas e o tempo, derrubaram-nas e as retiraram. Como também o altar dos sacrifícios que se levanta em frente da entrada do templo, agora se encontra entre as patas da Esfinge e é de procedência romana, embora feito de um bloco de granito vermelho retirado do templo de Khafra, muito mais antigo e cujo recinto ornava.

Onde então está o verdadeiro templo da Esfinge?

Levantei um pouco a cabeça, olhei por de trás da estátua e do meu ângulo visual, vi destacando a silhueta à luz dos primeiros albores do dia, erguendo seu vértice truncado, a maior construção do mundo, o insolúvel mistério de pedra de toda a história, a primeira maravilha do universo, tanto para os gregos quanto para nós, cujo enigma desconcertou o mundo antigo e continua desafiando o moderno, a condigna amiga inseparável da Esfinge: - A Grande Pirâmide!
Ambas foram construídas na Era Atlântica, testemunhas visíveis do continente desconhecido, mudos legados de uma raça de homens que se foi tão misteriosamente como a sua terra.
A Esfinge e a Pirâmide recordam aos sucessores dos atlantes as glórias daquela civilização perdida.
Voltaram a se encontrar, o Sol e a Esfinge, renovando um pacto augusto de cumprir diariamente este compromisso desde milênios. O céu, rápidamente, passou por todos os matizes que sobrem no Egito depois do amanhecer; o horizonte mudou sua cor de rosa para o de heliotrópio à violeta, da violeta ao vermelho, antes de se revestir de um azul definido, intenso, sem nuvens, cuja cor é o docel perpétuo do Egito. Agora sei que a Zeladora do deserto era um emblema dos quatro sagrados Vigilantes, silenciosos Guardiães do universo; os quatro Deuses transmitiram mandamentos da Deidade, guias misteriosos dos homens e do seu destino.Àqueles que esculpiram a figura da Esfinge conheciam a existência desses seres sublimes, enquanto nós, pobres homens modernos, nem a lembrança temos conservado.
Um pouco cansado, devido à minha longa vigília, preparei-me para me despedir da titânica cabeça erguida sobre a areia. A serenidade da sua pose, a calma excelsa de autodomínio, as radiações de espiritualidade, haviam de algum modo me afetado, infundindo-me certo desapego indefinível das coisas mundanas, sensações para as quais não encontro palavras para expressar. A Esfinge é tão velha que presenciou a infância do mundo, em contemplação imutável viu civilizações levantarem-se aos píncaros da glória e caírem lentamente como fores sem viço; viu chegarem invasores vociferantes que iam e vinham, partiam e ficavam. Contudo, manteve-se no seu lugar, sempre tranqüila, totalmente alheia, livre de emoções humanas. Essa pétrea indiferença às permutas dos séculos, contagiaram-me no decorrer da noite. A Esfinge nos liberta de toda inquietude que temos do futuro, nos alivia de todos os pesares da alma e converte o passado numa película cinematográfica que podemos fitar como espectadores indiferentes, sem apego.
Sob o límpido céu azul, lancei um último olhar àquela fronte ampla, àqueles olhos encovados, àquelas faces arredondadas, àquela coifa de pedra, talhada para imitar uma de linho franzido, com largas faixas horizontais, separadas por outras mais estreitas. Os raios rosados destacaram a feições mutiladas, reminiscência daquela Esfinge cuja forma os homens de antanho conheciam, levantando-a de pedra calcárea, e cuja superfície era então de cor vermelho-escura. Aquele corpo jacente, onde se combinavam tão bem a fôrça do leão e a inteligência do homem, em simbólico conjunto, revelava entretanto, algo mais; nada de bestial nem de humano; algo que estava além de uma e de outra coisa, algo divino! Embora nós não tivéssemos pronunciado uma só palavra, não obstante, da presença da Esfinge emanava uma atmosfera espiritual. Ainda que não tivesse ousado murmurar uma palavra naquelas grandes orelhas, tão surdas ao bulício do mundo, sabia que ela me compreendera perfeitamente. Sim, sem dúvida havia algo sobrenatural naquele ser de pedra, ao trazer para o século XXI o testemunho de um mundo desconhecido, embora seus grossos lábios selados retivessem com firmeza os segredos da Atlântida. No momento em que a luz do dia iluminou a Esfinge, ainda mais profundo tornou-se o seu mistério.
Estiquei minhas pernas adormecidas, na areia, e levantei-me lentamente, dirigindo ao rosto impassível uma palavra de despedida. Em seu olhar imóvel, fixo no Oriente, sempre atento ao despontar dos primeiros raios do Sol, tornei a ler o símbolo reconfortante da nossa ressurreição, tão certa e irrefutável como a própria aurora.

“Tu não és somente do tempo, mas pertences ao que é Imortal – sussurrou a Esfinge, - rompendo por fim seu mutismo – Tu és eterno e não apenas de carne perecível. A alma do homem não pode ser aniquilada, não pode morrer. Ela espera, envolta em mortalha no teu coração, como eu aguardei no teu mundo, envolta na areia. Conhece-te a ti mesmo, ó mortal! Porque há Alguém em ti, como em todos os homens, que surge e presta testemunho de que EXISTE um Deus!”

Do Livro O Egito Secreto de Paul Brunton


UMBANDA - LINHA DO ORIENTE

Fazendo parte das linhas independentes, das linhas autônomas de Umbanda, aparece brilhante com seus seres, a Linha do Oriente. Grande é o número dos que a constituem; são bondosos, bastante evoluídos e irradiam de sua Aura, vibrações puras, vibrações harmoniosas que lhes dão o característico na apresentação.
Esta linha tem como patrono ou chefe espiritual – São João Batista.
Quando apresentam-se estes seres, dão aos Médiuns os gestos, a forma, as maneiras dos povos orientais; dificilmente aparecem nos trabalhos tomando aparelhos, mas gostam de demonstrar a sua presença, sem contudo tomar o Médium; usam pouco ritual, fazem saudações, limitam-se ao uso da mirra, incenso e demais.
São tolerantes, serenos e de grande brandura nas manifestações e conselhos; são ótimos trabalhadores da magia e quando fazem trabalhos de cura são excelentes curadores; embora simples nas suas manifestações, ao se apresentarem deixam transparecer algum conhecimento.
Esta Linha possue sub-linhas com seus chefes e demais trabalhadores; os povos que a integram são orientais, mongóes, chins, indianos, árabes e outros.
Dos chefes das suas sub-linhas que muito trabalham, para citar alguns mencionamos – Ori do Oriente e Zarthú.
Quando traçam pontos aparece, em geral, o Triangulo, a ESFINGE, o Pentagrama Sagrado e demais símbolos; isto porém, raras vezes acontece; quase sempre isso é feito por outros entes que não pertencem a esta Linha, como meio para atrair os componentes da Linha do Oriente.
É uma das linhas que se empenha em fazer revelação de grandes acontecimentos, de novos conhecimentos, procurando sempre beneficiar a humanidade e contribuir para sua evolução.
Possam estas entidades deixar nos corações materiais a centelha do amor Divino, fortificados na aureola de luz do seu patrono São João Batista.

Do Livro Primeiras Revelações de Umbanda